sexta-feira, junho 30, 2017

"A tendência na próxima década, é o país se consolidar como exportador de petróleo e importador de derivados"

O que foi comentado em três textos postados no blog (aqui, aqui e aqui) consta também de um boletim elaborado pela empresa pública vinculada ao próprio Ministério da Minas e Energia, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

O 2º Boletim de Conjuntura da Indústria do Petróleo no Brasil divulgado ontem pela EPE, aponta com clareza o que já havíamos assinalado:

"O Brasil deve se consolidar no papel de exportador líquido de petróleo e importador líquido de derivados nos próximos anos".

Neste estudo, a EPE prevê que a produção brasileira de petróleo alcance de 4,5 milhões a 5 milhões de barris diários daqui a uma década (2026)*, para uma demanda entre 3 milhões e 3,5 milhões de barris por dia.

Ou seja, uma diferença entre 1,5 milhão e 2 milhões de barris por dia de petróleo a ser exportado sob a forma crua, sem refino.

Nas palavras do responsável pelo estudo, o diretor de Estudos do Petróleo, Gás e Combustíveis da EPE José Mauro Ferreira Coelho: "A tendência na próxima década, é o país se consolidar como exportador de petróleo e importador de derivados".

Ou seja, o diretor da EPE confirma que não se trata de uma questão pontual, como já havíamos identificado, não se trata de uma questão pontual (ou momentânea) com a exportação atual de petróleo cru e importação (hoje) de cerca de meio milhão de barris por dia de derivados de petróleo. Uma tendência promovida após o golpe político no país.

É ainda oportuno relembrar que a atual capacidade de refino do Brasil é inferior a 2,5 milhões de barris por dia. É fato que a concorrência par ao refino se ampliou com o aumento da capacidade instalada no mundo, mas nunca se pode deixar de lado que a proximidade entre o refino e o local de consumo é questão estratégica e de interesse dos estados nacionais.

Assim, não se pode deixar de comentar sobre os que tanto bateram e criticaram os projetos das refinarias no Brasil, a Abreu Lima, em PE, Comperj no Rio e ainda a Premium I e II no Maranhão e Pernambuco.

Sim, como país colonizado, o Brasil deixa pra trás a ideia de entrar numa nova fase, assim já exporta suas riquezas minerais sem beneficiamento e compra derivados. O fantasma do colonialismo da entrega do ouro e do recebimento dos "espelhinhos".

PS.: Atualizado às 23:45: * para corrigir a década da previsão. Ao invés de 2016 que já passou, a estimativa da EPE para produção e demanda de consumo é para o ano de 2026.

Um comentário:

carlos disse...

deveria ser isso mas a argentina e venezuela quebram agente