quarta-feira, agosto 22, 2018

Datafolha surpreende com avaliação recorde da transferência de votos. Resultado deverá provocar movimentos em outras candidaturas, na justiça e/ou nos eventuais apoiadores

A pesquisa do Datafolha divulgada hoje mostra que o potencial de transferência de votos de Lula para Haddad (Andrade como estão chamando os baianos) ficaria, hoje, entre 31% e 49% do total de eleitores e não apenas naqueles que votariam em Lula.

A informação é muito significativa na medida em que a pesquisa divulgada nesta madrugada identificou que Lula teria 39% das intenções de voto na simulação em que participa: Lula - 39%: Bolsonaro - 19%; Marina -8%; Alckmin 6% e Ciro-5%.

Assim, se vê que a forma de divulgação da pesquisa do Datafolha pela mídia contratante repetiu o esquema já visto na divulgação da pesquisa do Ibope, que divulgava dois cenários com Lula e outro com Haddad simplesmente, sem dizer que ele poderia ser o substituto de Lula.

Porém, na mesma pesquisa em outra pergunta ao dizer que Haddad seria o candidato de Lula, caso ele não possa ser candidato, 31% disseram que votam com certeza em quem Lula indicar. E 18% dizem que pode vir a votar na indicação de Lula.

Esta resposta mostra que o potencial da transferência de votos é muito maior e poderia até identificar chances não mais e apenas de Haddad ir ao segundo turno, como se aproximar de uma vitória no 1º turno.

Como se vê há intenções disfarçadas no método. Ao mesmo tempo que auferem o potencial de transferência de votos que pode chegar a 49% (do total de eleitores e não apenas do percentual do Lula).

Assim, este resultado mostra o potencial final de votos de Lula ainda no 1º turno de 39% (indicado e mais 10% que podem votar) e que a transferência de votos pode se aproximar do total e não mais aqueles 30% que se falava antes.

É bom lembrar que esta transferência de votos é diferente daquela já conhecida em que um líder político recomenda o voto numa eleição que ele não participa.

O caso atual é sui-generis. Porque Lula participa do processo desde do início como candidato e continuará a participar, em qualquer situação, por conta de tudo que já se sabe e que faz com que ele tenha aumentado em 9% as intenções de voto no Datafolha em relação à pesquisa anterior, no exato momento em que outras candidaturas eram definidas no plano nacional.

Um resultado como este muda a conjuntura e deve estar mexendo nos bastidores. Vou insistir e arriscar dizer. A análise desta pesquisa em sua integralidade tende a criar novos fatos seja nas outras candidaturas, na justiça e/ou nos eventuais apoiadores. Valerá acompanhar os fatos.

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