quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Depois do Momo, as cinzas!

De 1999 até 2002, eu escrevia artigo para jornal, semanalmente, nas quartas-feiras. No dia das cinzas sempre era complicado arrumar assunto. Não que eu tivesse me esbaldado e vivesse aquela coisa oca que segue a uma esbanjar de comidas e bebidas do período momesco. É que eu pensava no que poderia prender a atenção das pessoas neste dia, seja um folião cansado ou um devoto da Quaresma. No final, eu resolvia a questão falando, da geração de renda que as regiões turísticas tinham com a demanda gerada pelos turistas. Como tradição é tradição (não a escola de samba carioca) volto ao tema e vejo, o quanto nossa região, ainda vive uma era pré-capitalista, em termos de atendimento aos clientes. Não falo das coisas toscas, simples ou originais, porque isso quase já não existe e sim nos serviços básicos como de alimentação. Para exemplificar trago um caso: ontem, por volta das 23 horas saí para comer pizza com a família. Pizza como escolha simples para evitar surpresas. Atendimento péssimo justificado pelo comerciante, que alegou não esperar que o concorrente vizinho fechasse seu restaurante, numa terça-feira de carnaval, deixando todo o seu movimento para ele, que só havia planejado serviço para um garçom. No final, tudo mais ou menos, a pizza, o preço e o serviço, onde nem a conta saía rápido. Não interessa citá-lo e estigmatizar o restaurante e o balneário, porque julgo que o caso é comum em quase todas da região. Essa pessoal precisa, urgentemente, de uma capacitação, para subir na escada do segmento empresarial. Imagino que algo já pode ter sido feito, mas estas coisas não se absorvem de uma só tacada. É preciso insistência. Voltando ao assunto mantenho a tradição, mesmo que agora escreva às sextas-feiras quando a vida já será tida como normal. Aproveito ainda para comentar rapidamente sobre uma matéria acho que do Jornal Nacional da segunda-feira que mostrou que na China, tida como a máquina de trabalhar tudo para por lá por sete dias direto. Nem jornal circula. Até os restaurantes fecham e as pessoas estocam comidas e outros gêneros que possa ser de primeira necessidade. Mais interessante ainda foi saber, pelo correspondente Pedro Bassan, que o mesmo feito, se repete em mais dois períodos por ano: em maio e em outubro, fora as férias dos trabalhadores. Incrível é que os integrantes do Partido Comunista que comanda a gigante asiática discutirão uma redução destes períodos para adequar aos novos tempos. Realmente o mundo está de contra-cabeça: comunista reclamando da grande quantidade de folgas dos trabalhadores... Quando a gente pensa que já viu tudo no mundo, heim? Bom lembrar que na Espanha ocorre algo parecido, mas por lá, o horizonte que enxergam é o do aumento do turismo, por isso, as lojas, restaurantes e outros serviços funcionam a toda bala. Assim o país já se aproxima da campeã em recepção de turistas na Europa que é a França. Para fechar, porque aprendi que em períodos de cinzas fica difícil ler, mais que vinte linhas vejo, o absurdo, quando aqui se comenta, das nossas cidades, que não são turísticas, quase pararem por um mês.

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