Acidente da TAM – começa-se a visualizar como caíram os dominós

Quando do acidente da TAM escrevi aqui, o que já havia falado antes, quando da ocorrência de outros acidentes. Raramente um acidente ocorre tendo uma única causa. A figura da seqüência de dominós caindo uns sobre os outros mostra este efeito. O aprofundamento das investigações, independente dos interesses políticos, estão mostrando aos poucos, dados que mostram a complexidade da seqüência de eventos que levaram a ocorrência do trágico e lamentável acidente. Se alguém se dispusesse a assistir de forma seqüencial, as matérias que os dois principais jornais televisivos das tvs Record e Globo mostraram hoje e os veiculados, há uma semana atrás, poderia ver os absurdos das discrepâncias abordadas, quase como verdades e que hoje estão abandonadas como hipóteses. Em ambas as tvs, o principal enfoque nas matérias de hoje foi calcado, nos defeitos identificados na manhã do dia do acidente no avião acidentado, na turbina e no flap e ainda na inexistência de treinamento que propiciassem os pilotos pousarem sem a ajuda dos chamados spoillers. Isso sem falar na entrevista em que os aeroviários reclamaram da pressão que sofrem, para que as avaliações de trânsito dos aviões (quando se investiga o avião nas escalas, logo após o pouso e antes de outras decolagens) sejam feitas em espaços de tempo cada vez mais curtos em função da seqüência de escalas hoje programadas diariamente para os aviões. É provável que algumas destas causas não se relacionem com o acidente. Porém, é quase certo, que alguns dos dominós que tombaram em seqüência até o avião explodir, no prédio da própria companhia estejam cada vez mais visíveis. A melhor forma de homenagear e respeitar a memória das vítimas é através da descoberta nua e crua dos fatos que geraram o acidente. Até porque, assim a sociedade poderá estar, verdadeiramente criando condições para se evitar acidentes em condições semelhantes. Assim seja!