terça-feira, setembro 25, 2007

Com a palavra leitores e parceiros do blog

O blog traz para este espaço comentários que valem o debate: Do professor e agora também blogueiro, Fábio Siqueira, comentando a entrevista com o diretor de uma das empresas concessionárias de transporte público no município de Campos: “Mais uma vez esse blog sai na frente e aprofunda um debate fundamental para a cidade!Os problemas com as pontes revelaram o quanto o trânsito da cidade é desorganizado e caótico!Sem um transporte coletivo eficiente, não há solução boa para o problema. É preciso reestruturar e racionalizar o sistema de ônibus e pensar também em uma alternativa como VLT para transporte de massa - tese confirmada pelo sucesso da recente reativação emergencial do trem para Guarus! Na lógica empresarial, o diretor da Tamandaré apresenta pontos de vista até avançados e coerentes para melhoria do transporte coletivo em Campos. Das cinco prioridades que ele apresenta para o setor, só uma me pareceu estranha: "diminuição da quantidade de empresas que operam no município". Algo contra a saudável concorrência, tese tão cara aos liberais?” Do professor Renato Gonçalves sobre a mesma entrevista: Incitado pelo Professor Fábio passei a ser leitor de blog's e por conseqüência do seu em particular.O tema do debate que você abre me incomoda profunda, inicialmente como usuário do sistema de transporte coletivo depois como liderança que ajudou a consolidar o passe livre para estudantes da rede pública e hoje como cidadão.Desde então não consigo ler ou ouvir determinadas afirmações sem contestá-las, vejamos:1-sobre as gratuidades;é verdade que a lei orgânica prevê o devido pagamento sobre a gratuidade oferecida pois sabemos que "não existe almoço grátis", no entanto a partir do momento em que os preços das passagens é calculado em cima de uma planilha de custos que é dividida somente entre aqueles que pagam passagens fica evidenciado que quem subsidia as passagens em Campos são os próprios passageiros,portanto se voltar a ter subsídios temos que reduzir proporcionalmente o valor das tarifas praticadas o que não seria má idéia.2-sobre as relações governo X empresas; salta os olhos a relação promiscua entre eles. As roletas não dizem a verdade sobre o número exato dos passageiros em Campos. Adoraria saber esses dados e poder saber o real valor da tarifa. Ou seja, os empresários do setor são também comandantes deste "TITANIC" QUE SE TRANSFORMOU O SETOR EM NOSSA CIDADE. Um grande abraço, Renato Gonçalves Comentário do blog: Ótima a lembrança que o Renato trouxe da questão sobre a origem dos subsídios. Bom também resgatar a memória de que o Renato teve participação ativa na luta estudantil, pela obtenção do passe público em Campos, quando ele ainda não era regra como acontece hoje. Concordo com ele, que não há como admitir, que o poder público conceda os subsídios, sem a abrir o caixa e a fórmula de cálculo das planilhas. O blog lembra que os dados do início de 2004 apontavam que o setor movimentaria cerca de R$ 32 milhões por ano. Da assistente social Rossana Florêncio uma sugestão que também se relaciona à questão do trânsito e do transporte em Campos: “Uma sugestão, essa vem em forma de cartilha, talvez facilite mais a implementação”. “O Ministério das Cidades lançou um manual para orientar prefeituras na implantação de projetos cicloviários. A publicação denominada “Caderno de Referência para Elaboração de Plano de Mobilidade por Bicicleta nas Cidades”. O livro será distribuído aos municípios com mais de 60 mil habitantes.” Aproveite e divulgue também o site http://www.cidades.gov.br.

2 comentários:

Anônimo disse...

Professor Fábio Siqueira, quando me referi a diminuição da quantidade de empresas, não quis passar a idéia de ser contra concorrência, pelo menos da "saudável concorrência". Pois bem, em Campos, o que existe, é um número muito alto de empresas para o tamanho do município, a maioria com frota muito pequena e linhas pouco rentáveis, sem condição de se auto sustentar. O que passam a praticar é a sobreposição de linhas, economicamente mais viáveis que as suas, já atendidas a contento por outras empresas. Causam prejuízo para as concessionárias do referido itinerário e deixam de atender o seu próprio, ou seja, vivendo as custas de outras empresas. Por exemplo, uma empresa que detém a concessão da linha Ponta Grossa X Rodoviária está fazendo, por vários horários, o itinerário Goitacazes X Centro, encurtando seu trajeto, invadindo a área sob concessão da Tamandaré. Outro exemplo, a empresa que atende o Farol estava retornando com grande parte dos veículos logo após Goitacazes, invadindo novamente nossa concessão. Na maioria das cidades que têm transporte público próximo do ideal, é exigido uma frota mínima em operação por empresa, para um atendimento de itinerários setorizado e bem distribuído, inclusive com rateio entre elas daquelas linhas que dão prejuízo. Além de disto, esta medida contribuiria para melhor fluidez do sistema viário, pois várias empresas, cada uma com seus horários e itinerários, coincidem a passagem, ao mesmo tempo pelos mesmos corredores já saturados, como 28 de Março, Beira Valão, BR 101 Norte, etc.

Anônimo disse...

Professor Renato Gonçalves, em momento algum questiono o direito a gratuidade. No entanto, quando o sr. afirma que o subsídio vem dos pagantes, vale ressaltar que Campos tem a tarifa de quilômetro rodado mais defasada do Brasil, conforme pesquisas da NTU. Se na teoria temos o custeio na fórmula, na realidade temos um número cada vez maior de não pagantes, portanto, a possibilidade de custeio não existe. Quando a gratuidade para estudantes foi criada, não se pensou na forma de se controlar este direito e o que ocorre hoje é que muitos estudantes, além de estudar, utilizam o “direito” para viajar em vários horários, inclusive para passear em shoppings no horário de aulas.Outro fato é que pessoas que não são estudantes adquirem facilmente as carteiras e blusas de uniforme para viajar de graça.
Quanto ao “volume movimentado”, se é verdadeiro, resta salientar que foi informado o valor bruto, sem se lembrar de descontar o custo operacional.
Sobre suas acusações, acho muito “estranho”, simplesmente desconfiar e acreditar no que “salta aos olhos”, principalmente quando não se conhece por completo sobre o assunto ou as pessoas envolvidas. Prefiro acreditar que se trata de um equívoco de colocação. A empresa que dirijo está a sua disposição para que, ao invés de simplesmente acusar/achar, o sr. possa pesquisar no ato da prestação de contas pelos cobradores a receita e comprovar que seu pensamento é pura “ilusão de ótica”.
É sempre um prazer lidar com pessoas que buscam o conhecimento e podem contribuir de algum modo.
Sugiro ainda, que o Professor Roberto promova encontros entre pessoas realmente interessadas em estudar/ajudar, para que possamos solicitar junto 'a Prefeitura a cópia da planilha de custos, para que possamos dissecá-la e que formulemos juntos, propostas que possam contribuir efetivamente.