terça-feira, janeiro 29, 2013

Anglo American projeta investimentos de US$ 8,8 bi e transporte de minério no fim de 2014 pelo Açu

A Anglo American que comprou da MMX a mina de Serra Azul, MG, o projeto em execução do mineroduto e a unidade de filtragem para exportação de minério de ferro do Açu, informa mais uma revisão, nos valores dos investimentos no projeto e estima o primeiro embarque para o final do ano que vem.

É oportuno recordar que o projeto do Complexo do Açu nasceu em 2005 basicamente da intenção de exportar minério de ferro para a Ásia. A transformação do terminal privativo em um complexo industrial e também numa base de apoio offshore de exploração de petróleo, com a inclusão do segundo terminal on-shore (TX-2) com o estaleiro e distrito industrial, cuja localização teve que ser alterada, se deu a partir do ano de 2008.

Grande parte do investimento feito pela EBX criando a OGX, adquirindo e alugando sondas e plataformas, surgiu dos recursos da venda do projeto Minas-Rio à mineradora Anglo American. Logo após, novas captações de investimentos foram feitas no mercado de ações, solicitações de empréstimos ao governo federal, para aportes do BNDES e do Fundo de Marinha Mercante (FMM), neste caso para a construção do estaleiro da OSX.

Sobre o projeto Minas-Rio, da Anglo American, leia abaixo matéria do Valor Online, a partir de nota explicativa da própria empresa:

Projeto Minas-Rio gera baixa contábil de US$ 4

 

bi para Anglo American

Por Ana Fernandes | Valor, com Dow Jones Newswires
SÃO PAULO - A mineradora Anglo American registrará uma baixa contábil de US$ 4 bilhões em seu balanço de 2012 referente à operação de minério de ferro Minas-Rio, em Minas Gerais. O investimento para viabilizar o projeto pode chegar a US$ 8,8 bilhões, informou a companhia. Também entrará no balanço US$ 600 milhões, em forma de contingência para possíveis riscos de desenvolvimento do projeto.
A mina foi comprada pela Anglo-American, em 2007, por US$ 4,7 bilhões. Após atrasos e excessos de custos, o investimento havia sido revisado para US$ 8 bilhões, que já representava o triplo do estimado inicialmente. A expectativa atual é que o primeiro carregamento de ferro ocorra até o fim de 2014.
“Estamos evidentemente desapontados que os desafios enfrentados no projeto Minas-Rio tenham levado a esse aumento significativo nos investimentos, levando à baixa contábil registrada. Apesar das dificuldades, continuamos confiantes da atratividade de médio e longo prazos dessa operação, de sua relevância estratégica e seguimos comprometidos com o projeto”, disse em nota Cynthia Carroll, presidente da mineradora, que deixará o cargo em abril.
Na nota, a empresa afirmou também que o Minas-Rio é um dos maiores projetos mineradores no mundo. O potencial a ser explorado mais que quadruplicou desde a aquisição, para 5,77 bilhões de toneladas e há expectativa ainda de crescimento desse potencial, afirmou a executiva no documento.
Processo regulatório
A mineradora considera a falta de clareza sobre o processo regulatório no Brasil um dos principais contratempos ao projeto. Com quase todas as licenças garantidas para iniciar as operações, os principais desafios vistos pela companhia são o acesso à terra e as questões trabalhistas.
A presidente-executiva, em conferência com jornalistas nesta terça-feira, disse que a mineradora sofreu três grandes paralizações determinadas pela justiça brasileira, que contribuíram para a decisão de elevar o orçamento para o projeto para US$ 8,8 bilhões e anunciar uma baixa contábil de US$ 4 bilhões. Anteriormente, a companhia esperava gastar US$ 5 bilhões, já bastante acima dos US$ 2,35 bilhões do primeiro orçamento.
Carroll disse que os riscos adiante são bem menores que os anteriores. Segundo ela, a Anglo American precisa de apenas mais 17 licenças, de 300 necessárias para garantir o projeto.
“Outro desafio e a disponibilidade de trabalhadores, dada a Olímpiada e a Copa do Mundo. Claramente, isto se tornará um desafio muito maior”, completou. Carrol noutou que a inflação de custos de mineração no Brasil está próxima de 9% ao ano e prevê a estabilidade deste nível no próximo ano."

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