segunda-feira, outubro 31, 2016

Mais uma megafusão no setor de petróleo afetará o Brasil e a região: GE Oil & Gas + Baker

Uma nova megafusão entre empresa do setor de petróleo está unindo duas gigantes empresas americanas do setor de serviços de engenharia de Petróleo: GE Oli & Gas e Baker Hughes.

O negócio cria uma empresa com receitas combinadas de US$ 32 bilhões e atividades em mais de 120 países entre eles o Brasil. Após autorização dos órgãos de regulação das autoridades americanas e de outros países, o oligopólio daí resultante começará o enxugamento de instalações físicas e pessoal.

A fusão das duas companhias criará a FULLSTREAM Digital industrial Services Company que espera ampliar seus ganhos em pelo menos US$ 1,6 bilhão até 2020.

As fusões, incorporações e aquisições nos dois últimos anos no setor de petróleo no mundo nesta fase de colapso do ciclo do petróleo ultrapassam a 3 mil segundo a consultoria especializada no assunto, a também americana, A.T. Kerarney.

Assim como as grandes fusões entre as petroleiras Shell e BG, FMC e Technip, esta agora entre a GE Oil & Gas e Baker criam oligopólios para gerar lucros extras, com a redução da concorrência, massificação de suas atividades que redundarão em maiores preços de contratos junto às petroleiras, com prejuízos para quem trabalha no setor.

Além dos trabalhadores, as nações e as regiões onde estas empresas possuíam bases operacionais também serão atingidas. No caso específico, a GE Oil & Gas construiu e implantou recentemente uma grande base em Niterói junto à Baía da Guanabara para ampliar o atendimento às demandas da Bacia de Santos e do Pré-sal. 

Em Macaé a GE possui uma base em frente à Baker no Parque Industrial Novo Cavaleiros. Além desta base a Baker Hughes possui outra base operacional em Macaé, no bairro Lagomar quase em frente ao Parque de Exposições. 

Observando esta realidade e considerando a desidratação das atividades na Bacia de Campos, em contraposição ao crescimento da exploração na bacia de Santos e Pré-sal não é difícil intuir quais bases deverão ser eliminadas e outras adensadas.

Outra observação importante é que o volume de faturamento das empresas de engenharia e serviços no setor de petróleo, especialmente, nas áreas e campos que exigem mais tecnologia e equipamentos (como águas profundas) se aproximam dos ganhos finais e líquidos das petroleiras, donas da produção de óleo e gás.

Assim, com as fusões estas corporações se vacinam para evitar e melhor enfrenta as pressões destas sob os seus contratos, como se está vendo neste momento de colapso de preços do barril de petróleo, desde 2014.

Difícil acreditar que os órgão reguladores aqui ou acolá impeçam a fusão ou exijam compensações que possam proteger as empresas nacionais ligadas ao setor e afetadas, assim como os trabalhadores e as cidades/regiões que serão afetadas por este processo de olipolização do setor. 

Como eu costumo lembrar todo processo de olipolização namora com o monopólio, onde as corporações sonham não possuir concorrentes. O fato assim, traz à tona a maior das contradições do sistema que alega se basear na ampla concorrência para reduzir custos e produzir movimentação econômica.

Assim, considerando o atual momento por que passa o país, com radicalização do liberalismo e das desregulação econômica, junto com desmonte das políticas de conteúdo local que geravam movimentação econômica e novos empregos na região e no país, a medida poderá receber até aplausos. Não tardará muito para que a região compreenda como surgirão alguns vazios decorrentes de ais esta decisão.

Não há novidade neste movimento das corporações que acontecem em acordo e com aporte de grandes fundos financeiros. O fato que merece atenção é observar como há a maioria destes movimentos têm como bases espacial os EUA. A conferir!

PS.: Atualizado às 12:42: para mais detalhes sobre o processo de fusão leia aqui comunicado da Baker Hughes ao mercado e investidores hoje pela manhã.

PS.: Atualizado às 14:00: para pequeno ajuste no título.

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