domingo, setembro 24, 2017

"É difícil imaginar outro lugar com os recursos do pré-sal do Brasil"

Às vezes, eu considero que estou enchendo e incomodando aqueles que leem o blog com este assunto do potencial do pré-sal brasileiro e com o desmonte que se faz no setor de petróleo e gás feito pelo governo golpista no Brasil. Peço desculpas, se for esta a sensação, mas ainda assim, eu vou continuar trazendo dados que confirmam esta opinião/interpretação.

Assim, eu trouxe aqui nos últimos dois anos, de forma especial, declarações dos presidentes mundiais (CEOs) de importantes fundos financeiros e bancos de desenvolvimento com atuação no setor no mundo, além das falas dos dirigentes mundiais das maiores petroleiras do mundo como Shell, Statoil, Total entre outras, que discorreram sobre a surpresa com a potencialidade destas reservas, em termos de produtividade comparada.

Pois bem, nesta linha eu destaco a posição do diretor de pesquisa da importante consultoria britânica do setor, a Wood Mackenzie (ou WoodMac), Horacio Cuenca. Sua fala saiu publicada no meio de uma matéria dos jornalistas André Ramalho e Rodrigo Polito, no jornal Valor, em 22 set. 2017, P. B2 com o título: "País tem oportunidade de se tornar produtor relevante". A matéria também ouviu o chefe da consultoria WoodMac no Brasil, Pedro Camarota. A WoodMac possui em seus quadros mais de 500 analistas que constroem cenários com fortes bases de dados.

Bom dizer, que a meu juízo, o Brasil já é um produtor relevante no mundo independente destes próximos leilões da ANP. O Brasil, já está hoje na condição de 10º maior produtor de petróleo do mundo e possui uma das mais atraentes reservas e 6 dos 10 maiores campos de petróleo descobertos na última década.

Assim, os projetos de produção que foram planejados há 5-7 anos atrás estão sendo entregues e o Brasil já ultrapassou à produção de 3 milhões de barris de óleo equivalentes (boe) por dia. Outros projetos planejados desde 2011/2012 entrarão em funcionamento daqui até 2012 conforme imagem abaixo.

Pois bem, após este preâmbulo vamos à posição da consultoria americana Wood Mackenzie sobre a condição do Brasil em termos de exploração de reservas de petróleo do pré-sal:

"Os ativos abaixo da camada de sal, no Brasil, estão enre os mais competitivos do mundo".

"É difícil imaginar um outro lugar com estes recursos. E não é uma questão só de volume, é de produtividade também. É muito difícil encontrar lugares com uma produtividade tão significativa, o que faz do pré-sal muito econômico. Os volumes são grandes, têm escala". 

"Em outros lugares há descobertas pequenas e de médio porte que têm dificuldades de serem viabilizadas e correm o risco de ficar no subsolo. Na margem equatorial, por exemplo, as bases logísticas são distantes, não há infraestrutura logística, sendo assim muito mais complexo".

As interpretações não deixam margem a dúvidas e sustentam o extraordinário interesse das petroleiras que querem ter acesso ou ampliar o que já possuem de ativos no Brasil.

Antes, havia por parte de muitos especialistas no Brasil desdém e desconfiança com as reservas do pré-sal. Eles politizavam os dados e as reservas colocando sempre muito embaraços e senões.

Foi preciso que as operadoras, as petroleiras e para-petroleiras estrangeiras que aqui atuam falassem de suas posições - logo depois do caso da espionagem da NSA e do leilão de Libra - com a compra de ativos para esta análise se modificar.

Há que se lamentar que depois de todo esforço da nossa estatal de petróleo, grande parte deste potencial esteja sendo entregue para gerar renda para as corporações estrangeiras.

Assim, eu vou voltar a repetir o venho dizendo há mais de um ano sobre o desmonte do setor de petróleo e gás no Brasil: "a entrega da joia da coroa das nossas reservas de petróleo produz um prejuízo que é praticamente o dobro do que toda a Lava Jato, tornando o legal ainda muito mais danoso que o ilegal”.

Abaixo o blog publica um dos slides de apresentação corporativa da Petrobras (clique na imagem para ver em tamanho maior) com a informação sobre o planejamento das unidades de produção que vão entrar em funcionamento até 2021, que demonstram que o Brasil já é um país relevante na produção de petróleo no mundo.

Apenas ampliará esta importância no cenário global nos próximo anos, mesmo sem considerar os próximos leilões da ANP que tenderão a produzir resultados, em termos de produção daqui a 7/10 anos, conforme a capacidade da indústria do petróleo e a fase de ciclo de preço desta commodity:


Nenhum comentário: