terça-feira, julho 17, 2007

Mancha na cueca: Maia tal qual Garotinho!

Sigo a opiniao do deputado Miro Teixeira que não vê nenhum desastre numa vaia. Nem que fossem de dois, ao invés de um Maracanã. Porém, isso, não invalida o aprofundamento dos porquês ela podem ter surgido. Não sou investigador, mas acho que também não sou bobo. Já ouvi alguém dizer que num processo de investigação é fundamental você acompanhar os passos de alguns suspeitos e aí você terá as evidências que necessita para eliminar ou aumentar as suspeitas. No caso das vaias no Maracanã, lendo, ouvindo e vendo o quê e como o prefeito César Maia vem se portanto e se pronunciando depois do episódio na sexta-feira, você terá mais que pistas, senão veja: Nos jornais de sábado e domingo: “A vaia foi pedagógica. Senti na nuca as risadinhas do Serra e do Arruda”. Ontem no seu ex-blog: “A assessoria de Lula faz exatamente o contrário quer expô-lo ao sol (imprensa, especialmente TVs) todos os dias. A assessoria de Lula vai mais longe e usa "claques de aluguel". Isso dá ao líder (presidente, primeiro-ministro) a falsa impressão de popularidade”. Nas entrevistas de TV ontem: “O povo reagiu a esta tentativa de nacionalizar o PAN. As Olimpíadas são de Sidney, Atenas, etc. O carioca atribuiu ao Lula a pretensão de tirar do Rio e dar caráter federal aos jogos Pan-Americanos”.

No seu ex-blog hoje:

"Corrida ao saco"

"Há uma nova modalidade de esporte entre os eventos do Pan do Rio: corrida ao saco. A Firjan (com a inacreditável página dupla nos jornais de hoje) e o COB (com uma nota oficial arroz de festa) estão competindo para ver quem ganha medalha de ouro na prova com barreiras em direção ao... vocês sabem, do Lula".

Difícil concordar com esta avaliação de que o povo estaria reagindo a esta tentativa que sinceramente eu mesmo não vi. Sei que o Pan é uma organização do município. O governo estadual e principalmente o governo federal tiveram um papel de colaboração e ajudaram a viabilizar, mesmo com os custos absurdos das obras tocadas pelo alcaide carioca. Aliás, é mais provável que a organização da claque de vaias seja uma reação aos questionamentos dos altos custos das obras geridas, licitadas e contratadas sem licitação pelo prefeito do que o inverso. Este jeito de fazer política lembra o de Garotinho, que reivindicava ao mesmo tempo em que batia e mostrava armas numa demonstração da dificuldade de trabalhar de forma apartidária como chefes de diferentes instâncias de poder. César Maia sem um nome para concorrer à sua sucessão no ano que vem, tenta desta forma brecar o avanço que a aliança entre Cabral e Lula pode estar fazendo sobre o seu eleitorado que considera e tenta manter cativo. Para terminar, sem querer ser também um psicanalista, julgo que chamar as vaias de pedagógicas pode ser visto como um ato falho que se sustentaria na tese de que o alcaide tenha querido se assumir como o professor das lições ao presidente.

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