sexta-feira, julho 13, 2007

Os porquês das vaias a Lula

Já passei da idade de acreditar em manifestações espontâneas em eventos de grande porte. Também já não sou aquele militante de outrora que desconfiava de tudo que não fosse das minhas convicções. O fato do carioca ser gozador e crítico também não acende nenhuma luz. Nem mesmo para aqueles que estão trazendo à tona o Nelson Rodrigues que dizia que torcedor do Maracanã vaia até minuto de silêncio, o argumento cola. Pode ter sido uma insatisfação natural contra qualquer governante. As coisas não estão cem por cento, mas não existe a vista nenhuma situação que aponte um grande desagrado contra o presidente. Ao contrário, no segundo mandato, com a aproximação de Sérgio Cabral a boa vontade do governo federal, inclusive com as seguidas liberações de recursos para conclusão das obras do Pan são conhecidas, especialmente daquela parcela da classe média melhor colocada junto da elite que tem condições de estar presente nos eventos dos jogos, cujos ingressos custam, muito acima da média que o povão tem condições de bancar. Não, não estou rebuscando para tentar apresentar de tese conspiratória. Nem o fato noticiado durante o evento pelo blog do Ancelmo de que o deputado Índio da Costa panfletava todo serelepe a tabela dos jogos com o seu retrato junto do Rodrigo Maia e o prefeito onde dizia que: "Em Brasília, com um trabalho ético e competente pelo Rio e pelo Pan!" permitirá elucubrações outras. Nem mesmo as falações que dão conta de que, a prefeitura teria distribuído para gestores, assessores e aliados uma boa quantidade de ingressos tornará as vaias e os aplausos ao alcaide, como única autoridade aplaudida, apontará pistas que podem ficar mais bem explicadas em pesquisas de opinião. De vez em quando eu também gosto de ficção. Não precisa ser romance longo e bem escrito. Muitas vezes me dou por satisfeito com pequenos contos. Desta forma, espero que alguém ainda conte a naturalidade desta ocorrência, na cidade onde o prefeito ficou conhecido como criador de factóides e estudioso de pesquisas e causos que mudem os rumos de determinadas políticas.

3 comentários:

Quasepoesia disse...

Roberto
Não sei se posso dizer sem estar pecando contra a verdade essas coisas, mas posso imaginar que cada um teve seu motivo para vaiar o Presidente.
O meu motivo foi sua arrogancia.
Sua prepotencia.
Seu "não sei de nada".
Foi a forma "politica" com que conduz acordos e acertos aqui e ali.
O ambiente em que este vaiado se meteu é podre e ele se apodreceu imensamente nele quando a gente o compara ao Lula do ABC.
Essas foram as minhas vaias.
Acredito que cada um teve seu motivo para vaia-lo.
É uma pena que as vaias passaram e os motivos permaneceram.
Até quando?
:)

Anônimo disse...

Nao, nao é apenas uma vaia! Se usaram recursos publicos para orquestrar a vaia, é crime. Outra, a prova da orquestraçao esta em Sergio Cabral e Lula terem sido vaiados e Cesar Maia aplaudido. Nao sejamos igenuos, é claro que o episodio por mais desagradavel que seja, nao vai ter o condao de diminuir a popularidade de Lula e atrapalhar seu governo. So vai ficar como uma demonstraçao de pessima educaçao para o povo carioca. A vaia foi para o estado brasileiro, Lula é um mero representante passageiro dele.

Anônimo disse...

Vaias em multidões dificilmente são sustentadas pela histeria da classe média que vê o mundo a partir de seu padrão de consumo, do rombo em seu cheque especial e do "apagão aéreo" - deviam mesmo gozar mais!
Contudo, não sei quanto custou a entrada para o bonito - mas ordinário - show de abertura do malfadado PAN. Duvido que numa multidão POPULAR o LULA fosse vaiado: urnas e pesquisas mostram isso!
Talvez seu erro tenha sido investir tanto dinheiro público do orçamento federal para que prefeito e governador do Rio oferecessem garbosos à patuléia tão crítica evento tão prestigiado no calendário esportivo internacional. Talvez por isso merecesse as vaias.
Eu, de minha parte, democrata que sou, não vejo absurdo em vaiarem o LULA... mas aplaudir o César Maia é demais!!! Interlocutores experientes duvidam , mas p/ mim tem cheiro de factóide, de claque.
Enquanto isso, os professores da rede estadual, sem aumento há mais de onze anos, esperam ansiosos o fim do PAN para ouvir a proposta de reajuste do governador. Se fossemos convidados... nossa vaias seriam para o Sérgio Cabral!