Em valores de mercado hoje, o Nubank chegou a US$ 77,43 bilhões, seguido do Itaú com US$ 74,7 bilhões. A Petrobrás tem hoje US$ 74,11 bilhões em valor de mercado. A Vale US$ 51,46 bilhões. Santander Brasil, US$ 43,25 bilhões. Bradesco US$ 34,25 bilhões. Banco do Brasil US$ 23,27 bilhões, cerca de 3 vezes menor que o Nubank. A CEF não é empresa S.A. e assim, não tem valor de mercado, mas tem patrimônio líquido de cerca de US$ 27,3 bilhões.
Bom lembrar que valor de mercado é a soma do valor das ações da empresa que possui capital aberto em bolsa de valores. E, normalmente, embute muito de especulação e do chamado capital fictício. O Brasil tem, hoje, o número extraordinário de 1.700 Fintechs. Em 2018 eram 503 e em 2021 já tinha avançado para 1.158 fintechs.
FinTech representa o acrônimo de "Finanças e Tecnologia" e reproduz, como pode ser visto com esses dados, o que venho chamando de hegemonia financeira que supera a economia da produção real com as conhecidas intermediações, títulos, ações, mercado de capitais e a presença crescente das gestoras dos fundos financeiros.
Esse imbricamento entre finanças e tecnologia realçam ainda o contexto do Tripé do capitalismo contemporâneo, sustentado na Digitalização/Dataficação; Financeirização/Hegemonia Financeira; sob o domínio da racionalidade neoliberal.
A Nubank surgiu em 2023 e hoje é a principal patrocinadora do Jornal Nacional da TV Globo, apesar de existir há 12 anos, ainda hoje, segue sem regulação, junto com as demais 1,7 mil Fintechs do país, porque o atual Congresso resiste em aprovar legislação nesse sentido. Razão pela qual apareceu nos esquemas de lavagem de dinheiro do PCC, junto dos fundos financeiros, nas investigações da Política Federal e Receita Federal que desbaratou esquemas que misturavam negócios ilegais com comércio legal.
Para terminar, fiz uma breve comparação sobre números de empregos entre essas companhias: Nubank: 8 mil funcionários, boa parte de pessoal de TI, já que é apenas um banco digital, sem uma agência física sequer. Seu pessoal de TI trabalha nos EUA, Canadá, Argentina e Uruguai e nos países latinos que tem atuação: México e Colômbia, além do Brasil.
A estatal Petrobras tem cerca de 191 mil trabalhadores, 41 mil diretos e 150 mil terceirizados. A Vale possui 64 mil trabalhadores diretos e 174 mil terceirizados. O Itaú tem 96 mil funcionários e o Bradesco possui 84 mil trabalhadores.
Muito me surpreende que uma realidade como essa seja pouco percebida e nem sempre avaliada no que significa a hegemonia financeira e sua forte relação com o poder político no Brasil.
Outra questão a ser observada é como a evolução da informatização bancária e do sistema financeiro no país, serviu de referência para boa parte do mundo e de certa forma é parte da gênese da expansão das tecnologias e plataformas digitais.
Segundo a Febraban, hoje 82% dos bancos no Brasil já usam Inteligência Artificial Generativa (GenIA). Alguns usam desde 2017, para avaliar riscos, migração de dados, segurança, inovação, aplicativos com os clientes e já avançaram no uso de blockchain e até computação quântica para negociar títulos.
PS.: Em 29 de julho de 2021, eu já havia alertado para as questões relativas às fintechs num texto em meu blog com o título: "Fintechs: não há “novo” na velha atividade de intermediação financeira", inclusive chamando a atenção não apenas de sua expansão, mas também do processo de digitalização das finanças e da urgente necessidade de regulação: Disponívem em:
https://www.robertomoraes.com.br/2021/07/fintechs-nao-ha-novo-na-velha-atividade.html
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