sexta-feira, dezembro 27, 2013

OGP deixa de ser controlada por Eike

A exemplo do que já ocorreu com a MPX (atual Eneva controlada pela alemã E.ON.) e a LLX (atual Prumo Logística Global S.A. controlada pelo Fundo americano EIG) a OGP (ex-OGX) está passando seu controle acionário para outras mãos e assim reestruturando a sua dívida com credores estrangeiros.

Nas negociações, como já era esperado Eike aceitou trocar US$ 5,8 bilhões em dívidas por uma participação acionária de até 90% na empresa. Assim, a participação de Eike e dos minoritários serão diluídas para até 10%. É oportuno recordar que a OGX chegou a valer no mercado aproximadamente 3/4 de todas os demais empreendimentos da holding EBX do empresário Eike Batista.

No acordo, estes credores se comprometeram também a investir recursos novos na empresa de exploração de óleo e gás em valores entre US$ 200 milhões e US$ 215 milhões. A Óleo e Gás Participações- OGP -(ex-OGX) informou no pedido de recuperação judicial na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, dívidas no valor de R$ 11,2 bilhões.

Na negociação com os credores no valor de US$ 5,8 bilhões foi incluído um pagamento de US$ 1,5 bilhão à empresa OSX. Esta empresa, como já explicamos aqui no blog tem duas pernas: uma é a de fretamento de embarcações e plataformas (alugadas à ex-OGX, atual, OGP) e a outra, o estaleiro no Açu, ou a Unidade de Construção Naval (UCN) que estava sendo implantada quando estourou a crise na OGX espalhando para todas as empresas do grupo EBX.

Ainda pelo acordo, serão pagos ainda US$ 500 milhões aos demais fornecedores da OGX. Os US$ 3,8 bilhões restantes dizem respeito os títulos de dívida nas mãos dos credores.

A expectativa dos credores é com relação à produção que poderá ser obtida pela OGP no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos que entrou em operação em novembro. A empresa estima que quando todos os sete poços deste campo estiverem em operação possa estar produzindo até 30 mil barris diários de petróleo.

A OGP não possui nenhuma instalação na região. Sua sede é no Rio de Janeiro e as operações se dava no mar na Bacia de Campos e no Maranhão. A área de exploração no mar do Maranhão foi negociada com a E.ON. atual controladora da antiga MPX (atual Eneva). 

Resta agora saber que destino será dado às instalações incompletas do estaleiro da OSX no Açu. Uma parte da área próxima a da UCN no Açu, na entrada do canal TX-2 está sendo utilizada pelo Consórcio Integra. A área está sendo usada para montagens modulares de plataforma que tem a coordenação a Construtora Mendes Jr. que tem o controle 51% do referido Consórcio.

O mais provável é que o mesmo que foi feito na MPX, LLX e agora a OGX com Eike repassando o controle acionário para interessados em tocar o projeto para diante, desde que assumam as dívidas. Há demanda de construção naval no país diante da produção no pré-sal, mas, não é simples, iniciar uma nova base de produção. Acompanhemos os desdobramentos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia Leitores, com toda essa mudança no cenário do Açu, alguém saberia informar se em 2014 as perspectivas de emprego la vão melhorar?

Desde já, agradeço a participação, e desejo a todos um excelente fim de ano. Deus abençoe a todos nós.

Edison Correa da Rocha disse...

Ao amigo anonimo, se estas a procura de emprego, eu o aconselho a ficar de olho no início da construção do Porto Canaã, em São Francisco e no Porto da Ferrous, em Presidente Kennedy no Espírito Santo. Ambos estão programados para terem inicio das obras agora em 2014. Serão milhares de empregos. Só não sei onde arrumarão mão de obra para tanta obra.
Um abraço e feliz 2014 para todos. É o meu desejo. www.edisonrocha.blogspot.com .