terça-feira, março 01, 2005

Apenas opinião, mesmo que técnica, é blá, blá, blá!

Blog sem polêmica é igual a namoro sem beijo, não tem graça. Portanto vamos a uma delas, o caso da ponte sobre o rio Paraíba do Sul. O misto de empresário e colunista Murilo Dieguez em sua coluna “Comentários” hoje na Folha da Manhã (veja aqui sem o croqui) diz que é a preciso que a questão da ponte saia do campo político para o campo técnico. Afirma ainda que a discussão partidária e ideológica deveria ficar em segundo plano. Não sei a quem, ou qual ou quais entidades Murilo se refere. Desde o início das discussões, quando a prefeitura ainda brigava com o estado sobre o direito de fazer a ponte no mesmo lugar, as discussões das quais participei foram eminentemente técnicas e econômicas. Verdade que numa questão como esta que se trata de política pública, não há muito como tentar separar por completo as posições. Quem normalmente insiste em posições estanques assim são os chamados "tecnocratas de plantão" que se julgam acima do bem e do mal da política e este certamente não é o caso de Murilo. Os debates que se sucederam com a participação da Cidade 21, CNFCN, ANFEA e outras entidades junto ao Ministério Público Estadual, na Audiência Pública na Faculdade de Direito e por último no CMMAU (Conselho Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo) tiveram como principal pano de fundo os problemas de trânsito, a questão ambiental e o impacto de vizinhança que o empreendimento causará se for levado adiante. Nem todos têm o espaço de uma coluna semanal de meia página para mostrar uma planta do empreendimento e com isto tentar passar a visão de que está pautado exclusivamente na técnica parta emitir sua opinião. Mesmo com esta vantagem da planta acrescida de sete notas, fiquei sem entender o que Murilo propõe ou defende. Aparentemente seus argumentos são no sentido de mostrar o caos que o empreendimento pode causar, mas como, a seu ver a questão é eminentemente técnica, me parece que ele se sentiu no dever de deixar a conclusão que, aparentemente para ele é óbvia, para o leitor fazer. Se a condução da questão ficar apenas na opinião, os leitores e munícipes podem ir se preparando para enfrentar os problemas que a ponte e os viadutos do governo do estado trarão para suas vidas. O resto é blá, blá, blá!

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