quarta-feira, março 20, 2013

3.176 casos de dengue em Campos

Do total registrada de casos de infecção da doenças, 29 são do tipo dengue hemorrágica e com complicações. Para melhorar o atendimento às pessoas infectadas, a Secretaria Municipal de Saúde está dizendo que criará um 3º centro de Referência e Diagnóstico (CRD), que está sendo planejado para ser instalado no distrito de Goytacazes e com previsão para início de funcionamento, no próximo mês de abril.

Ainda, com o auxílio do governo estadual, o município avalia a necessidade de criação de mais 3 ou 4 CRDs, para o segundo semestre, quando os especialistas temem, um número ainda maior da incidência da doença no município de Campos. Ainda não foi decretada o quadro epidêmico no município, porque o procedimento é uma atribuição da Secretaria Estadual de Saúde.

Lamentável, os problemas e a incidência dos focos, que depende também da população, mas, sobretudo uma gestão e um plano de prevenção permanente dos gestores.

2 comentários:

douglas da mata disse...

Roberto, entre 1990 e 1992 atuei como agente sanitário da extinta SUCAM, depois FUNASA.

Como resquício da mentalidade militarizada que dominava a SUCAM, principalmente pela sua história no combate à endemias na Amazônia Legal, junto ao Exército, éramos chamados de guardas de endemias.

Fomos aproveitados do cadastro de reserva do concurso da CEDAE, feito naquela época.

Havia um exagero de hierarquia militar, mas o fundamental era uma extrema seriedade e cobrança do trabalho.

Nosso chefe regional da SUCAM chamava-se César Lavour, e tivemos grandes embates por causa de minha militância pelos servidores, no aspecto da saúde (contaminação pelo inseticida/larvicida altamente tóxicos: malathion e abate), e pela efetivação do pessoal.

No entanto, o trabalho era de altíssima qualidade.

Bons tempos!

O pagamento vinha por convênio com o governo federal e CEF, que nos pagava o salário.

Lembro da modalidade chamada verificação e tratamento 100%, que consistia em verificar todos os depósitos artificiais e naturais, e coletar focos em todos as residências e terrenos.

Furávamos tampinhas de garrafa com uma picadeira. Nada escapava.

Havia um enorme surto.

O trabalho perene durou dois anos, com mesmas equipes, e boa parte do pessoal tinha segundo e alguns, terceiro grau.

Em suma: o surto epidêmico foi debelado.

Só tínhamos duas cepas de vírus, e só alguma incidência pequena da modalidade hemorrágica.

De lá para cá, tudo piorou, e dá pena quando vejo o trabalho realizado hoje, inclusive quando visitam minha casa.

Naquela época fomos treinados para a educação sanitária com o morador, retornávamos seis, sete dez vezes tínhamos confiança da população e éramos ajudados, inclusive para marcar com os vizinhos que não estavam, onde os outros avisavam e marcavam para nós.

Não era incomum café, biscoitos, e para alguns menos tímidos, até almoço.

As escolas do bairro também nos recebiam e alimentavam.

Quanto a proliferação dos vetores, não tenha dúvida:

80% é coleta de lixo eficiente, e controle das atividades econômicas de risco potencial: ferro-velhos, reciclagens,borracharias, bares e restaurantes (garrafas), etc.

20% é problema do morador, mas mesmo assim, um trabalho perene de verificação e estatística isola os focos e controla o setor.


O CCZ é uma piada, e eu sei do que falo.

O trabalho de controle de endemias nesta cidade é quase criminoso.

Estes Centros de Diagnóstico e Reidratação são um confissão de que só há medidas paliativas.

Nossa maior "estrela" é um infectologista(?), incensada nas folhas e outras plataformas de adulação corporativa.

Uai, não tinha que ser um sanitarista, ou remediar é melhor que prevenir?

Roberto Moraes disse...

Douglas,

Mais claro impossível!

Vivemos época medíocre, valores alterados, intenções falsas, faz-de-conta, muito próprio e semelhante aos períodos de esbanjamento de possibilidades recursos.

Estou absolutamente convencido que nada pior para a gestão pública do que a abastança de recursos.

Triste dizer e evidenciar esta realidade.

Porém, sigamos em frente!