quinta-feira, março 21, 2013

Proteção de nascentes é mais um dos projetos do Programa Rio Rural

O blog já falou das virtudes do Programa Rio Rural mais de uma vez neste espaço. Hoje, a postagem é sobre outro projeto que visa mobilizar produtores e parceiros para a preservação de nascentes e usa como prazo as Olimpíadas do Rio fazendo uma comparação e uma referência com a utilidade destes volumes de águas preservadas.

Assim, o Rio Rural, programa de Desenvolvimento Rural Sustentável da secretaria estadual de Agricultura e Pecuária do Rio de Janeiro, criou a campanha Água Limpa para o Rio Olímpico, que em março atingiu a marca de 635 nascentes protegidas em parceria com os agricultores familiares.

O trabalho é realizado com apoio dos técnicos da Emater-Rio, empresa de assistência técnica e extensão rural vinculada à secretaria, e inclui ações de sensibilização e mobilização dos agricultores e parceiros. O Rio Rural oferece também incentivos financeiros diretos ao produtor que deseja preservar as fontes de água. Cada agricultor que participa do programa pode receber até R$ 7 mil reais, de acordo com o perfil de sua propriedade, como incentivo para proteger as nascentes e córregos em suas propriedades e adotar práticas de produção sustentável. 

A conscientização, no entanto, vai muito além dos incentivos financeiros. Dos agricultores que aderiram à campanha, 262 protegeram suas nascentes com recursos próprios, a exemplo de vizinhos ou amigos, depois de participarem de atividades de campo, ou mesmo por vontade individual. A meta é chegar às Olimpíadas do Rio com 2016 nascentes protegidas, uma conquista de toda a sociedade, que conta com o apoio de parceiros.

O Programa Rio Rural atua junto às comunidades das microbacias hidrográficas do estado, onde há um grande potencial de expansão das ações ambientais. Um estudo da secretaria mostra que existem 44.889 km de rios nessas microbacias, que podem ser preservados ou manejados de modo sustentável. O rol de práticas incentivadas pelo programa inclui proteção de nascentes, recuperação de matas ciliares, áreas de recarga hídrica e projetos de geração de renda com efeitos ambientais positivos.

A área no entorno de cada nascente protegida (um hectare) equivale a um campo de futebol. O cercamento dessas fontes evita a degradação por conta, principalmente, do pisoteio de animais. Dessa forma, ajuda a regularizar o ciclo da água e, assim, reduzir os custos de tratamento. Além disso, com a maior disponibilidade de água, diminui os efeitos da seca na pastagem e na lavoura, incrementando a produção agrícola e pecuária.

Em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, o agricultor Genílson de Souza Pinto, o Canuti, 45 anos, é um exemplo de como a preservação da nascente faz diferença. O Assentamento Santo Amaro, na microbacia Rio Preto, onde ele tem sua propriedade, enfrentou um verão muito seco este ano. Como Genílson protegeu, há três anos, a nascente de sua propriedade, com incentivo do Rio Rural, ele não deixou de ter abastecida sua caixa d’água. 

Embora este ano ainda não tenha sido possível plantar milho nem feijão, como Genílson faz nessa época do ano, o produtor teve condições de permanecer em sua casa, para onde se mudou apenas alguns meses depois de proteger a nascente. “Ele não morava no lote porque nos meses seco não tinha água para abastecer a casa”, revela Geraldo Monteiro, técnico agrícola da Emater-Rio e assessor técnico do Rio Rural. Antes, por falta de água no local, o agricultor residia com a família na vila próxima.

No verão de 2013, a chuva só chegou na última semana na microbacia do Rio Preto. O pequeno açude que se forma abaixo da nascente quase secou. “Passou o verão todo e eu não deixei de ter água em casa, para as galinhas e para o gado. Não fosse essa nascente, a gente não podia nem ficar aqui na propriedade. A nascente cercada rendeu porque o mato cresceu e porque os bois não puderam mais entrar. O gado socava a nascente e a água não rendia”, revelou.

A campanha busca inspiração no espírito olímpico para atingir sua meta. Como a água é um elemento indispensável à prática esportiva, não apenas agricultores, mas também atletas, personalidades, empresas e todas as pessoas preocupadas com o meio ambiente são convidadas a participar. O futebol é um exemplo de esporte que exige uma grande quantidade de água: apenas para irrigação do gramado, são necessários cerca de 40 mil litros.

Enquanto, em condições normais, o organismo de um adulto, composto por 70% de água, perde em média 2,5 litros por dia, apenas durante uma partida de futebol cada jogador gasta cerca de três litros. Além disso, a água gerada na zona rural é utilizada para a produção de alimentos saudáveis, que fornecem energia aos esportistas e torcedores no país do futebol.

De acordo com estimativas do Rio Rural, o volume de água produzido em 2016 nascentes equivale a aproximadamente 2.600 piscinas olímpicas cheias por ano. Cada fonte protegida é uma área de grande valor ambiental, equivalente a um campo de futebol.
Fonte: Release do Programa Rio Rural.

5 comentários:

Anônimo disse...

Isso foi feito inicialmente no estado do Espírito Santo. Estão apenas copiando o projeto capixaba.

Roberto Moraes disse...

Qual o problema de copiar bons programas e projetos com tanta coisa mal feita e sem prioridade.

Só quem vê o mundo a partir do chefe, não consegue distinguir as boas das más inciativas.

Anônimo disse...

Não disse em momento algum que existe ou não problema em se copiar boas idéias.
Apenas citei "Isso foi feito inicialmente no estado do Espírito Santo. Estão apenas copiando o projeto capixaba."
Olha o estresse !

Roberto Moraes disse...

Não há estresse nenhum, apenas, a referência de um bom projeto que merece ter sua abrangência ampliada.

Apenas insisti que bons projetos não têm problema em ser copiado. Bom até que seja citada a referência.

Anônimo disse...

Programa Globo Rural.