sexta-feira, maio 17, 2019

Mais debates sobre os fundos financeiros como importante ferramenta para a mobilidade do dinheiro no capitalismo contemporâneo

Estou em São Paulo participando do 6º Seminário Internacional FinGeo, sobre "Geografia, Finanças e Desenvolvimento Desigual" que começou na 4ª feira (15/05) e segue até o final da tarde hoje (17/05), no auditório Milton Santos da USP. Veja mais detalhes aqui no portal da USP e aqui no site do evento.
6º Seminário Financeirização, Geografia e Desenvolvimento Desigual.
Mesa de abertura no auditório Milton Santos - USP.

Ontem, eu tive a oportunidade de apresentar e debater com os participantes, uma comunicação parcial de minhas pesquisas sobre "O crescente papel dos fundos financeiros e sua enorme mobilidade no espaço e entre as frações do capital no capitalismo contemporâneo".

O tema tem sido objeto de vários textos e comentários nesse espaço e no meu blog e será objeto de uma publicação que será lançada no Colóquio Espaço-Economia, que será realizado na UERJ entre os dias 10 e 12 de junho.

A rede global de financeirização (bancária e não bancária - shadow banking) precisa ser melhor entendida, assim como a seu vínculo com o circuito do valor, tanto na produção material, quanto em sua dimensão fictícia (capitalização), num movimento simultâneo em que o centro é o dinheiro e tem nos fundos financeiros, um dos principais instrumentos para a sua reprodução. Suas gestoras esse vinculam umbilicalmente ao sistema bancário, quando os bancos perceberam ter nos fundos uma excelente ferramenta com capacidade de movimentação transfronteiriça (entre o global e o local) e de menor regulação.

Os fundos financeiros, em especial desde a crise de 2008, tem sido o instrumento que melhor oferece ao capital uma "hipermobilidade", num movimento e numa trajetória "helicoidal" de acumulação infindável (Harvey), em torno de um um único eixo que é o dinheiro (finanças), em novo e perigoso patamar no capitalismo contemporâneo, que segue esgarçando os limites do regime, entre ciclos e crises, envolvendo diferentes setores e consumindo a frágil democracia representativa ocidental.

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