quarta-feira, abril 15, 2020

Duzentas mortes é demais. São muitas Marias, Joões, Pedros, Antônio... mas num Brasil conflagrado pelo ódio é difícil até pedir socorro!

As estatísticas são frias. Os números não possuem o calor dos nomes das pessoas mesmo depois de suas partidas.

Duzentas mortes é demais. São muitas Marias, Joões, Pedros, Antônio...

São jovens, idosos, homens, mulheres, crianças... essas pessoas possuem histórias de vidas que estão sendo interrompidas de uma forma muito cruel, sem ar, sem despedidas...

Duzentas mortes representam quase a queda de um boieng num único dia. Numa semana, no Brasil foram de dois a três aviões boeings de mortos.

Quem só olha a estatística não enxerga a gravidade e o drama que vivemos num Brasil conflagrado por ódio.

Diante das centenas e milhares de mortes, a banalização da partida, vai nos tomando de assalto. Que tristeza.

Os genocidas preferem os números. Por que será? Eles não leem as certidões de óbito e não vão aos cemitérios.

E isso apenas com os casos subnotificados, porque vários estudos identificam que o número real seria 10 ou 15 vezes maior. 

E se é assim, para os casos confirmados, também acompanhará, mais ou menos de perto, a multiplicação do número de óbitos.

Todos torcemos e rezamos por milagre para que a contaminação aqui seja menor. Mas os genocidas não deixam. Se não fossem os governadores de estados e muitos prefeitos, os números das estatísticas seriam muito piores.

É difícil para a população crer no paradoxo de que o maior isolamento leva a menos casos, porque se há menos casos, contaminados e mortos, a população pensa que o isolamento não era necessário.

Ainda mais com os desencontros diários e criminosos de autoridades que passaram a adquirir o direito de levar as pessoas à morte e não de representá-las no governo. 

Assim, distraem e passam sinalização contrária a quem já tem dificuldades para compreender o paradoxo necrológico.

Além disso, é angustiante ver as pessoas se arriscando ao mesmo tempo que se sabe que ainda teremos mais de uma semana pela frente para subirmos a mesma curva mortífera que ceifou dezenas de milhares de vidas em outras nações.

O mais terrível ainda é lembrar que o vírus que mata pessoas em números equivalentes a de alguns aviões enormes e cheios, arrasta consigo, em maior quantidade, quem nunca pode ver o céu lá do alto.

Diante desse drama civilizatório é difícil até pedir socorro, se no Brasil, aos nossos lados, temos visto as pessoas que desdenham, sem nenhum remorso da vida dos outros.

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