domingo, janeiro 27, 2008

Descrédito das Ongs

As Ongs estão ficando cada vez mais desacreditadas. Embora ainda haja algumas poucas fazendo trabalhos relevantes, não há com negar que a instituição delas virou um instrumento para tirar dinheiro dos orçamentos públicos com interesses privados. O caso da Apic divulgado hoje na manchete principal de O Globo, como beneficiária de uma emenda do deputado Arnaldo Vianna é emblemático. Não pelo trabalho que realiza, porque este blog não teria como julgar seus projetos, resultados, custos, etc. Ele é emblemático porque pouquíssima gente sabe que a Apic estava classificada em termos de uma organização não governamental. Até Arnaldo chegar ao governo e mesmo depois, a entidade sempre foi tratada em termos de orçamento, como uma espécie de secretaria de governo, embora a sua titular (normalmente a primeira dama do município) não fosse remunerada para isso. Porém, em termos de orçamento tinha rubrica de valores como qualquer outra secretaria, fundação ou empresa municipal. Quem desejar pode se dar o luxo de ir lá observar e analisar, nos orçamentos municipais de 2000, 2001 e até o PPA (Plano Plurianual) de 2002 a 2005 para confirmar o que este blog está aqui informando. As rubricas com valores não se tratavam de proposições de convênios. Quem conhece orçamento sabe era uma rubrica própria destinando recursos direto do Tesouro Municipal para a entidade. Além disso, funcionários do quadro estável da prefeitura, também lá prestavam serviços como se fosse mais um órgão municipal como qualquer outro e não uma associação. Pois bem, após tudo isso, antes do final do seu governo em 2004, o governo de Arnaldo oficializou a concepção desta associação numa Ong ou Oscip (Organização Social de Interesse Público) que sem maiores controles recebe verbas de diferentes governos e é tocada politicamente, não mais pela primeira dama, mas por quem se apoderou de seu comando. Querem investigar mais? Vejam a propriedade do prédio. Verifiquem quem e de que forma a prefeitura pagou em 2003, a última reforma feita nas suas instalações em 2003. Quem paga os salários de todos os seus funcionários e quantos prestariam serviços efetivamente voluntários.

Um comentário:

Anônimo disse...

Dom Roberto Moralles,

Como já dissemos, o período eleitoral, com esse divórcio na pauta, vai alimentar o noticiário...O caso APIC é emblemático...Não há o menor cuidado em sequer "disfarçar" os escandalosos "esquemas"...É a total a crença na impunidade, só isso justifica tanta "cara-de-pau"...
Não dá, esse ano o voto é nulo...Não há consenso possível para construir uma alernativa política nesse cenário...Como bem disse Don VITTI, não há menos pior...

NÃO SE ANULE, ANULE SEU VOTO...