sábado, janeiro 07, 2012

O velho, o novo e o mundo contemporâneo numa leitura da velha mídia internacional

Tentando fazer um pouco do que o Douglas da Mata, de vez em quando faz, e com muito mais maestria, comentando as notícias internacionais, o blog traz algumas informações comentadas de dois conhecidos jornais espanhóis, El País e El Mundo: 1) O primeiro, o El País, aparentemente, meio que desesperado, por conta da redução de leitores e assinantes, passou agora a vender diretamente televisões de LCD a preços especiais junto de suas assinaturas. De outro lado pareceu mais inteligente, outra promoção, com grande estardalhaço, de págiina inteira (formato tablóide) em que dá um tablet destes com tela de 10", com acesso por tato na tela, wireless, câmara de fotos e filmes, etc., para seus leitores, por preço baixíssimo, junto, logicamente, com sua assinatura, aliada a arquivos de seus livros e publicações digitais (tipo e-book), para quem quiser entrar neste novo mundo. As tentativas parecem atirar para tudo em que é lado, mas, o que pode resultar em melhores resultados é o investimento em gente que possa escrever melhores matérias. Aliás, é perceptível que o foco do El País, é cada vez mais para os leitores mais novos e para uma vasta agenda cultural, amplamente reforçada e melhorada; 2) A reportagem "China lança cruzada contra a influência ocidental - Pequim elimina programas em 34 canais para promover os "valores socialistas", diz que "o governo chinês resolveu cortar mais de dois terços, o número de programas de entretenimento nas horas de maior audiência (entre 19:30 e 20:30) para "reduzir os programas de mau gosto e excessivo entretenimento. O governo diz tentar impulsionar o que considera um ambiente cultural "saudável", em contraste com os programas de televisão e filmes de Hong Kong, Taiwan e Ocidente que circulam amplamete na internet e em Dvds piratas e que estavam indo para estes canais. Os comentários sobre o assunto certamente atingirão o que muitos chamam de dirigismo cultural e falta de liberdade, mas, por outro lado, evita a disseminação de muitas baboseiras que apenas levam letargia a população. De certa forma, embora, sejam matérias distintas e em jornais diferentes, esta matéria se relaciona com a que está citada abaixo; 3) "As televisões saltam sobre a lei". A reportagem cita as sanções que o governo espanhol, através do Ministério da Indústria, está baixando contras as televisões, inclusive à cabo, por desobedecerem entre outros pontos: os horários de censura para menores; excesso de publicidade; publicidade ilícita; publicidade encoberta; modificação da programação; colocação incorreta de publicade e finaciamento de obras audivisuais". Ao ler as duas matérias, eu fiquei me perguntando, será que tem que ser assim mesmo, no Brasil, onde pode tudo. Se por um lado temos liberdade, por outro, se deixa, a população exposta diante de um veículo de informação importante como a televisão, exposta ao que é melhor apenas para os donos destes canais, que é bom se lembre, é uma concessão pública. A quantidade e a forma de comerciais, o merchandising, programação à vontade, será isto mesmo, ou, a exigência de alguma regulação continuará a ser vendida para nós outros como censura de conteúdo e automaticamente evitada pelo governo e pela sociedade? 4) A quarta e última matéria quue o blog traz para comentar é do jornal El Mundo: "O museu mais visitado do mundo". Não é novidade que seja o tradicional e enorme Museu do Louvre loicalizado em Paris. O dado novo é que ele alcançou em 2011, a marca de 8,8 milhões de entradas, o que dá quase 30 mil por dia, ou seja, quase um público de jogo de futebol a cada dia de visita, mesmo com muito do seu acervo na internet. O crescimento em relação a 2010 foi de mais 300.000 entradas. O fato quer dizer algo, nestes tempos de superficialidade, pós-modernidade e correria. Seria isto um sinal do que o geógrafo Milton Santos disse quando da ampliação da globalização e da pasteurização, de que restaria ao homem tentar resgatar sua identidade e sua história junto com questões do "ser", em detrimento do ter e busca desenfreada pelos produtos? Saindo dos nossos problemas do dia-a-dia, do mau uso dos recursos públicos, das cheias e suas consequências, o blog trouxe estas provocações a seus leitores, que agora ficam com a bola para ser rolada nos comentários e no debate. Bom domingo a todas e todos!

3 comentários:

Anônimo disse...

Professor, por favor, publique essa informação que saiu no ururau:

http://www.ururau.com.br/cidades10291#Homem desaparecido à três dias em Campos, sofre de amnésia repentina

É uma pessoa muito boa e muito conhecido na cidade.

Anônimo disse...

A prática do El País foi muito difundida nos anos 90 aqui no Brasil. Lembram-se que ao juntar selos que vinham com os jornais, tínhamos direito a jogos de panelas e coisas do tipo. Também aqui, algumas revistas oferecem Ipad para o assinante.

Anônimo disse...

A crise para os Jornais não é de hoje. Vejamos aqui na nossa gloriosa Cidade, tem jornal que já está diversificando seus investimentos,só que é muito mais fácil ser pelego de Políticos do que vender kibe e Esfirra.