segunda-feira, maio 09, 2005

“Campos potência econômica movida a petróleo”

Infográfico - O Globo - 09-05-2005
Endereço : - http://oglobo.globo.com/infograficos/050509_eco_13.gif Assim se referiu Sheila Zani Coordenadora do estudo “PIB Municipal do IBGE”, em mais uma reportagem sobre o tema desde sua divulgação na semana passada. Não quero exercer nenhum papel de “estraga-festa” ao ver nossa Campos dos Goytacazes com o décimo terceiro PIB do país entre as 5.5701 cidades brasileiras. Em reportagem de hoje no Globo (veja aqui) a jornalista Flávia Oliveira diz que 25 cidades brasileiras se destacam com este PIB, tornando-se “pólos de desenvolvimento industrial, comercial e agrícola que movimentam 6,65% de toda a riqueza do Brasil”. Menos, menos, diriam os jovens em seu novo jargão. Conversas ainda incipientes com especialistas tendem a uma crítica ao estudo do IBGE. Entre outras coisas, sabe-se que o IBGE usou para este cálculo o valor integral do petróleo aqui extraído. Embora a metodologia do CIDE (Fundação CIDE – Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro) possa mercer outras críticas, o mesmo não é feito quando do cálculo do PIB municipal feito para os 92 municípios do estado. O CIDE exclui o PIB direto gerado pela extração do petróleo, medindo apenas o impacto que esta atividade gera em sobre outras atividades econômicas, incluindo aí os royalties pagos aos municípios. Já o IBGE parece que jogou todo o valor do petróleo aqui extraído no cálculo do PIB, gerando uma deformação, pois este PIB (toda esta riqueza do petróleo) não produz diretamente resultados. É bom lembrar que nem sequer ICMS é cobrado pela extração do petróleo, o que só é feito, após o seu beneficiamento, feito nas refinarias.
(Obs.: O PIB calculado pelo CIDE sem opetróleo é de R$ 1,87 bilhões ao invés dos R$ 11,o bilhões calculados pelo IBGE em relação ao mesmo ano de referência - 2002)
Repito, não quero acabar coma festa pela nossa colocação no ranking nacional, mas quero alertar que toda esta visibilidade tem uma faca de dois gumes. Se por um lado ela pode contribuir com a atração de algum investidor interessado neste “eldorado”, por outro, estimula ainda mais o debate sobre o pagamento dos royalties aos municípios. Ao ver Campos com o PIB de R$ 11.082,35 (R$ 11 bilhões) abaixo apenas de S.José dos Campos com R$ 13,6 bilhões e na frente de Campinas com PIB de R$ 10,8 bilhões, Macaé com R$ 9,2 bilhões e Uberlândia com R$ 6,2 bilhões, pode-se misturar ao sentimento de orgulho pela posição o de medo pelos riscos que esta posição pode gerar. É preciso uma análise mais aprofundada sobre o assunto.

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