segunda-feira, março 27, 2006

Politização do debate define localização do pólo petroquímico

“A politização do debate sobre o local da refinaria, que vai atrair para a região investimentos estimados em US$ 10 bilhões, atrasou a decisão sobre o local, que já devia ter sido anunciado no ano passado. A Petrobras ainda não confirma oficialmente a escolha, mas um indicativo da irritação que a decisão causou no governo do Estado são as recentes medidas fiscais contra a companhia.
Até a intervenção de Lula, a Petrobras havia constatado que Itaguaí, sua primeira opção, tinha sérios problemas ambientais, por já possuir densidade industrial muito elevada. Isso confirmava em parte a tese do estado em defesa do Norte Fluminense, já que o município de Itaguaí, que abriga o porto de Sepetiba - o mais promissor da região e onde a Petrobras já possui um terreno - , não tem espaço para uma refinaria que vai atrair indústrias da segunda e terceira geração petroquímica para seu entorno”.
O trecho acima é parte da matéria de hoje dos jornalistas Cláudia Schüffner e Chico Santos publicada no jornal Valor Econômico que você pode ler na íntegra aqui. A coluna de hoje do jornalista Ancelmo Góis em O Globo também comenta a questão dizendo que o anúncio da decisão pela escolha de Itaborái será feito amanhã em Brasília.
Breve análise Continuo julgando equivocada esta decisão por razões técnicas e políticas. Mas para mim ainda não está esclarecida (ou está) o motivo que fez o casal de governantes que havia dito, diretamente ou através do secretário Wagner Victer, que não se posicionariam como governantes do estado para defender nenhuma região específica a mudar sua posição e estratégia, fato que acabou acontecendo depois do início de mobilização comunitária a favor de Campos. A partir daí, as coisas mudaram de rumo. No campo político o casal ampliou as críticas e as picuinhas. Depois de tudo, as vantagens técnicas a nosso favor foram se esvaindo e pelo visto se transformaram em fumaça. Os fatos relacionados à questão devem servir de análise sobre o futuro que se deseja para o município e para a região. A não vinda do pólo não representa o fim do mundo, até porque, somos um dos municípios com maior capacidade de investimento do país. A decisão pró-Itaboraí deve obrigatoriamente levar o município de Campos dos Goytacazes que agora tem um prefeito legitimamente eleito a planejar e trabalhar o futuro que se deseja para a região e para o povo que aqui habita.
Quando ainda resistia a esta decisão que agora se evidencia, encaminhei, no início da semana passada, aos jornais do Rio um artigo em que analisava as questões técnicas e econômicas sobre a definição da localização do pólo. A sua não publicação talvez já fosse o indício da decisão que agora se anuncia como derradeira. O artigo se intitula "Pólo Petroquímico, análise da localização" que acabei postar na seção ao lado "Meus últimos artigos". Se desejar leia-o aqui.
Voltarei ao assunto e estimulo os leitores deste blog a comentar o fato.

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