quarta-feira, março 02, 2016

Redução de investimentos nas petrolíferas em todo o mundo e a situação da Petrobras

Seguimos acompanhando as informações e o movimento do setor petróleo. Agora resolvemos descobrir sobre as reduções de investimentos que algumas importantes petrolíferas decidiram fazer em seus orçamentos de 2016, tendo em vista a fase de baixa dos preços do barril de petróleo.

As petrolíferas que operam na Noruega, no Mar do Morte, maior exportadora de petróleo da Europa Ocidental estimaram que seus investimentos vão reduzir 14%, em relação a 2015, caindo para US$ 19,03 bilhões.


A americana Esso (Exxon Mobil) informou que está cortando 25% de seus investimentos, caindo o orçamento de 2016 para US$ 23 bilhões. A mexicana Pemmex anunciou corte de US$ 5,5 bilhões no orçamento deste ano que assim caiu para US$ 21 bilhões.

O The Wall Street Journal afirma em matéria hoje, sobre cortes de investimentos e produção, em óleo e gás de xisto nos EUA. Assim, mais de 30 empresas de petróleo estão cortando em torno de 50% de seus gastos este ano, comprado a 2015. Os cortes foram estimados em cerca de US$ 36 bilhões.

É neste exato contexto que a Petrobras também reduziu sua previsão de investimentos no início deste ano, em seu Plano de Gestão e Negócios 2015-2019, saindo de US$ 27 bilhões para US$ 20 bilhões.

Como se vê os valores nos cortes de investimentos entre as grandes petroleiras, em diferentes fronteiras  exploratórias e de produção, são compatíveis à realidade da atual fase do "ciclo petro-econômico" até mesmo em valores, mesmo considerando as diferentes realidades.

Para além das petroleiras, a maior empresa de serviços, sistemas e tecnologia de petróleo do mundo, a americana, Halliburton anunciou na semana passada que vai cortar mais 5 mil empregos, 8% do toral de 62,5 mil trabalhadores que é a toda a sua força de trabalho, por conta da redução das petrolíferas que são suas contratantes.

Em janeiro passado já havíamos publicado aqui que existia uma relação direta sobre a variação dos lucros de importantes petroleiras do mundo, diante da crise dos baixos preços do barril, conforme infográfico abaixo.

Pois bem, diante deste quadro não pode ser considerado normal se querer atribuir apenas à Petrobras, os problemas decorrentes da fase atual de baixos preços, mesmo que, simultaneamente, a empresa esteja enfrentando antigos problemas de gestão e de corrupção, punindo responsáveis e ajustando os seus planejamentos.

Estas ações, junto do montante de suas reservas e expertise em exploração e produção de petróleo com baixos custos, como demonstram a produtividade dos campos do pré-sal, podem ajudar a tornar a empresa mais eficiente, para produzir e gerar lucros num novo ciclo adiante.

Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente texto, pena que a maioria da população brasileira mantem-se informada apenas pela midia televisiva, que atribui a situação da Petrobras, unica e exclusivamente à lava-jato.