quarta-feira, julho 03, 2019

O crime de Brumadinho fez a Vale aumentar seus lucros em mais de R$ 10 bilhões

Cinco meses após o crime de Brumadinho, a Vale aumentou os seus lucros em cerca de R$ 15 bilhões.

É cruel, mas real. 
Foto da BBC

A Vale sem o acidente teria lucros menores. Depois do crime da barragem de Brumadinho a Vale passou a lucrar  mais.

Nos dias seguintes ao crime do rompimento da barragem que produziu centenas de mortos, eu publiquei aqui no blog uma conta cruel, mas real.

O acidente já estava produzindo um aumento do preço da tonelada do minério de ferro em todo o mundo. Assim, mesmo com todas as despesas e indenizações, a Vale e seus investidores iriam lucrar e muito com a tragédia.

Na ocasião fiz uma conta por baixo.

Agora ultrapassados 5 meses, e o minério tendo saído de US$ 73 para cerca de US$ 124 (valor de 01 de julho 2019), a tonelada no mercado internacional, posso dizer que o lucro da Vale cresceu em mais de R$ 50 milhões por dia.

Isso mesmo. R$ 50 milhões por dia a mais como resultados de 236 mortes.

É bom lembar que o aumento do preço no mercado internacional é basicamente por decorrência da Vale que é a maior exportadora do mundo e ao reduzir sua exportação, fez o preço por tonelada quase que dobrar.

Considerando o preço de hoje do minério, para esses 150 dias se chega a um ganho a mais de mais de R$ 7 bilhões. E todo dia, enquanto cai lágrimas dos parentes e amigos das vítimas, a corporação vê cair no seu cofrinho mais R$ 50 milhões.

A CPI de Brumadinho no Senado aprovou, nesta terça-feira o relatório final. Nele pede o indiciamento do ex-presidente da Vale Fábio Schvartsman e mais 13 pessoas, sendo 11 delas da mineradora e outras duas da empresa TÜV SÜD, empresa alemã responsável por auditar a área. 

Segundo a CPI os envolvidos devem responder pelos crimes de homicídio com dolo eventual, lesão corporal culposa e crimes culposos de destruição de flora e poluição. O parecer da CPI aprovado aponta que as 14 pessoas foram “coautoras” numa “cadeia normativa de imperícia, imprudência e negligência” que levaram ao rompimento da Barragem 1, da Mina Córrego do Feijão, em Minas Gerais. 

Enquanto isso, a empresa e seus investidores continuam lucrando.

A realidade do mercado é cruel demais, mas não pode deixar de ser exposta em toda a sua extensão.

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