segunda-feira, janeiro 13, 2020

O mundo das plataformas digitais programa venda de energia elétrica por aplicativo

As plataformas digitais ampliam cada vez mais os seus usos.

Os mais conhecidos são os de transportes, entregas de comida e vendas online.

Porém, o leque de ofertas cresce e já há estudos para a comercialização direta de algumas commodities.

O caso da energia elétrica que ainda não é vista como commodity (mercadoria comum), mas é, por ser mais vinculada à oferta do que à demanda, é um destes casos.

O Valor na edição de hoje (aqui), traz uma matéria informando que o banco Itaú Unibanco já está estudando uma fórmula para aproximar ainda mais o mercado financeiro do mercado de energia elétrica.

A ideia é usar uma plataforma digital (aplicativo) através do qual o banco pretende comercializar energia elétrica para seus seus clientes pessoas físicas.

Imagine você poder comprar a energia elétrica que vai usar por um aplicativo de celular.

O Itaú, assim como as empresa do setor petróleo, vislumbra integrar e ter controle maior da cadeia produtiva desse setor de infraestrutura, onde já possui participações em empresas do setor de energia (gás e eletricidade) e distribuição.

Enquanto isso, a equipe do ministro Guedes promove a desintegração (fatiamento) das empresas estatais de energia para entregar ao setor privado, que faz o inverso integrando-as para obter melhor lucro e ter maior controle do mercado.

O caso do Itaú Unibanco mostra que a intenção com a plataforma digital de comercialização busca juntar o setor de finanças ao de energia.

Este caso serve para se identificar aquilo que venho chamando de "capitalismo de plataformas", onde a verticalização das redes digitais permite um maior controle das demandas antes vinculadas às corporações estatais de infraestrutura que estão sendo transferidas para o capital privado.

Além disso, esses negócios vão se tornando vinculados e controlados por grandes oligopólios em relação estreita com a fração financeira do capital.

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