quinta-feira, agosto 27, 2020

Evolução da população nos municípios da Bacia de Campos, por William Passos

O geógrafo e pesquisador William Passou publicou, no perfil do Observatório das Metropolizações no FB, uma análise sobre as estimativas da população para alguns municípios das regiões Norte, Baixada Litorânea e Metropolitana que compõe o circuito econômico do petróleo no ERJ, a partir da base de dados divulgadas, hoje, pelo IBGE. Vale conferir.


Bacia de Campos aproxima-se de 1,5 milhão de habitantes. Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Macaé e Búzios lideram crescimento na década (2010-2020)

As Estimativas da População 2020, divulgadas há pouco pelo IBGE e publicadas no Diário Oficial da União de hoje (27/08), confirmam a tendência de metropolização da Bacia de Campos, hipótese que venho desenvolvendo na minha pesquisa de Tese de Doutorado, que será defendida no IPPUR/UFRJ no primeiro semestre do ano que vem. Com o adiamento do Censo Demográfico, o IBGE atualizou a população do Brasil, dos estados e dos municípios em 2020 com base nas Estimativas de População, que são publicadas nos anos em que não há o maior recenseamento populacional do planeta.


De acordo com as Estimativas de População 2020, a Bacia de Campos, formada pelos municípios que abrangem os Arranjos Populacionais de Campos dos Goytacazes/RJ, Macaé-Rio das Ostras/RJ e Cabo Frio/RJ, atingiu a marca de 1.475.933 habitantes, tendo Campos dos Goytacazes (511.168), Macaé (261.501), Cabo Frio (230.378) e Rio das Ostras (155.193) como os municípios mais populosos. Juntos com São João Barra (36.423), os polos regionais e cidades-núcleos da metropolização da Bacia de Campos alcançaram o patamar de 1.194.663 moradores este ano.

Rio das Ostras (+46,86%), Casimiro de Abreu (+27,43%), Macaé (+26,50%) e Armação dos Búzios (+25,10%) foram os municípios que mais cresceram na década. Campos dos Goytacazes, que em 2010 possuía população de 463.731 habitantes, encostou em Niterói, reduzindo a diferença de 23.831 moradores, uma década atrás, para apenas 4.149 residentes em 2020, representando mais um elemento que confirma a Metropolização Incipiente da Bacia de Campos, que venho defendendo e comprovando. Caso a tendência se mantenha nos próximos anos, o maior município do interior deverá ultrapassar, em breve, a capital do antigo estado do Rio de Janeiro.

Calculadas com base no método matemático denominado AiBi, desenvolvido, em 1972, por João Lira Madeira e Celso Cardoso da Silva Simões, as Estimativas da População anuais do IBGE são a referência utilizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para a distribuição do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Além dos municípios da Metropolização Incipiente da Bacia de Campos, a tabela a seguir apresenta ainda os dados de Maricá, Niterói e Saquarema, os três maiores municípios petrorrentistas (beneficiários de royalties e participações especiais do petróleo) fora da Bacia de Campos. Os dados foram tabulados pelo Observatório das Metropolizações, projeto de extensão vinculado à minha pesquisa de Doutorado desenvolvida no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ), sob a orientação do professor Dr. Alberto de Oliveira.

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