quinta-feira, outubro 18, 2018

A bolsonarização da esfera pública por Esther Solano

Em meio à parafernália de informações que temos recebido nesses dias, eu passei a tentar ser mais seletivo nas postagens e encaminhamentos de textos e mensagens. É hora de priorizar o que é essencial com sínteses mais potentes. 

Nessa linha, eu penso que que - mesmo que num vídeo de 30 min - vale à pena assistir essa fala da Esther Solano sobre o processo da Bolsonarização da esfera pública no Brasil atual. A sua fala aponta as razões porque o mundo passou a olhar com mais preocupações sobre esse processo no Brasil.

Esther trata sobre a forma de entrada da racionalidade ultraneoliberal, do capitalismo predatório, da supressão da ideia de welfare-state (estado de bem-estar-social), da ampliação do hiperindividualismo e da antipolítica (ou politização da antipolítica como rebeldia que defende o passado) como retórica.

Solano fala ainda da ideia de ordem para consertar o caos que no remete ao neoconservadorismo e à esta "nova direita" extremada. 

A fala da Esther Solano resume o livro que ela organizou e que aborda como a "memificação da política" como instrumento desse neoconservadorismo que pode estar nos levando à ditadura pelo voto, ou ao que a jornalista Tereza Cruvinel chamou em seu artigo no Jornal do Brasil de "democraticídio". O vídeo foi disponibilizado no YouTube pela editora BoiTempo.

3 comentários:

Anônimo disse...

TSE se esconde e desmarca coletiva de imprensa sobre caixa 2 de Bolsonaro.

Hoje, 19, o TSE desmarcou uma coletiva de imprensa que responderia sobre o financiamento de empresários às agências de disparos de mensagens em massa no WhatsApp para favorecer a campanha de Jair Bolsonaro. A coletiva de imprensa foi remarcada para domingo, 21, e muitos esperam para saber qual será o posicionamento de Rosa Weber sobre essa fraude.

O TSE não moverá esforços para, a apenas 9 dias da eleição, apoiar o candidato cujos empresários, latifundiários e banqueiros apoiam, pois sabemos que não se trata de um órgão imparcial, muito pelo contrário, atua sistematicamente com suas medidas autoritárias e arbitrárias para servir ao interesses dos grandes empresários.

Esses disparos ilegais de Fake News, financiados por empresários, só demonstram o interesse do grande capital em apoiar um candidato que tem como parte de seu programa econômico a privatização de empresas estatais para favorecer o interesse do empresariado, e que declara que passará por cima de todos os trabalhadores e do povo pobre para colocar sua agenda de ataques, como a Reforma da Previdência e a retirada do 13º salário e férias, para fazer com que seja a população a pagar pela crise, privilegiando a manutenção dos enormes lucros dos empresários.

Anônimo disse...

JN da Globo transforma Bolsonaro em vítima ao noticiar investigação sobre esquema de WhatsApp.


Brasil se tornando um caso de estudo de como se implanta uma ditadura através de imprensa, tribunais e "eleição"

A Dodge está forçando uma falsa simetria para aliviar para o candidato bolsonaro.
...e claro, a Globo adora a solução (depois de um dia abafando o caso, faz-se uma manchete no G1 transformando a gravíssima denúncia feita pelo jornal Folha de São Paulo em uma mera "ação movida pelo do PT").

Merval na Globonews: “almocei hoje com Bebiano” ( coordenador da campanha do Bolsonaro).Jornalismo isento é isso aí. O analfabetismo político-econômico gerou essa necrosia intelectual.

Há no excelente longa-metragem alemão Ele está de volta (Er Ist Wieder Da), que discute o renascimento do nazi-fascismo no mundo, particularmente na Europa, uma observação terrível. Revivido, Adolf Hitler passeia, pelas ruas da Alemanha contemporânea, satisfeito com o fato de que suas ideias nacionalistas, racistas, machistas, homofóbicas e autoritárias continuam a florescer entre a população, quando constata: “O povo está calado, mas com raiva. Frustrado com as condições de vida, como em 1930. Mas na época não havia um termo para isso: analfabetismo político”.

Uma população frustrada busca inimigos para extravasar sua cólera. E o inimigo é sempre o diferente de nós: os homossexuais, os negros, os imigrantes, os esquerdistas, enfim, qualquer grupo que em um determinado momento e contexto nos pareça fragilizado o suficiente para levar a culpa pela nossa incapacidade de gerir os próprios desejos.

Assim, em silêncio e irrefletidamente, abraçamos discursos demagógicos, incitadores do ódio e da intolerância. A violência que grassa no país – nas ruas, dentro das casas, nas redes sociais – é apenas a face visível deste monstro subterrâneo chamado fascismo, fenômeno que se alimenta de analfabetos políticos.

Roberto Moraes disse...

Muito boas suas observações.

Precisaria do nome do(a) autor(a) para ampliar a sua publicação.

Sds.