quinta-feira, outubro 25, 2018

Grupo de pesquisa TCP/UERJ confirma alta influência dos grupos de WhatsApp e redes de segurança e igrejas na campanha eleitoral no Brasil

Muito boa essa matéria sobre os grupos de WhatsApp e Fake News da jornalista Mariana Simões no site do jornal El País. A reportagem complementa informações das outras matérias da FSP e ontem da Época.



Essa matéria do El País se aprofunda mais nas estratégias e conteúdos dos grupos de WhatsApp. As outras davam números e falavam em pelo menos 2 mil grupos pró Bolsonaro. Há quem fale, como o jornalista Rodrigo Carro, do Valor, em 200 mil grupos a favor do capitão.

Interessante também que ela fala num comando dos grupos, numa centralidade. Também tratam com dados da pesquisa empírica do grupo de pesquisa em Tecnologias da Comunicação e Política (TCP) na UERJ que tem monitorado grupos de WhatsApp em apoio a candidatos presidenciais. 

Os 14 pesquisadores do TCP/UERJ se inseriram em 90 grupos. Eles tratam e detalham com dados empíricos daquilo que intuitivamente eu levantei em textos sobre duas redes centrais com os temas de segurança e igrejas. Veja aqui postagem do blog no dia 13 de outubro: "As duas redes de campanha do Bolsonaro, a "memificação da política" e os riscos dessa estratégia!"

Na ocasião eu descrevi que a rede orgânica e com comando desses duas maiores redes tinham uma estrutura hierárquica e que era distribuída espacialmente pelo país. A de segurança começa com pessoas das forças militares federais, polícia federal, polícias civis e militares estaduais, guardas municipais, seguranças privadas e até porteiros de prédios. E as de religiões têm nos evangélicos neopentecostais como a mais extensa e densa, mas envolve pessoas dos diversos credos e valorizam o discurso moral e de costumes.



Essa pesquisa empírica do TCP da UERJ comprova isso, mas relatando que os temas são múltiplos, embora esses sejam centrais e que produzem efeitos maiores através das fakes. Ela traz ainda alguns relatos reais de conversas dentro desses grupos de WhatsApp.

Vale conferir também os infográficos elaborados pelos pesquisadores do grupo de pesquisa em Tecnologias da Comunicação e Política (TCP) na UERJ que espalhei aqui nessa postagem. Ela mostra os elos de integração entre os grupos que são chaves para se compreender as redes digitais e sua potência para conseguir seus objetivos.

Ao contrário do que se possa imaginar, a melhor forma de enfrentar agora esses grupos nos três dias que faltam é menos pelas redes digitais e mais pelas conversas pessoais que criam confiança entre tantas fakes, memes e desconfianças. 

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