quarta-feira, dezembro 28, 2016

Entre os “rompimentos” e as “adaptações” contratuais: o Estado como base do capitalismo

Interessante observar que quando é o governo que pretende mudar e adequar alguns contratos com empresas privadas e concessionárias, as mesmas reclamam, acusam o governo e vaticinam pela mídia comercial e partidária, que isto seria “rompimento de contratos” que gerariam instabilidades, etc. e tal. Porém quando são as empresas contratadas que querem fazer as mudanças, apoiadas pelos seus aliados políticos, a mídia comercial trata o caso como sendo de “adaptação contratual”.

O caso atual de concessão dos contratos dos terminais portuários no Brasil (entre vários outros) é exemplo interessante para se entender a situação, quando a mídia comercial e partidarizadas diz que “isto já é recorrente em diversos outros segmentos do Brasil, como o elétrico e as telecomunicações, ferrovias, rodovias e aeroportos também contam com a extensão de prazo para fins de reequilíbrio”.

Empresários e seus funcionários na mídia empresarial citam ainda os casos internacionais para justificar aquilo que pretendem, como se o esquema lá fora não fosse, como sempre, o paradigma para a colônia. Por aqui, outro destes vários casos é a generosidade do governo com os R$ 100 bilhões para as operadoras de telefonia.

De “quebra”, ainda vão colocar por terra as cláusulas dos contratos entre a Anatel e a operadoras, suspendendo as milhares de multas que somam outros R$ 20 bilhões, pelo mau atendimento, a mim e a você, que ficamos pendurados, em teleatendimentos e nos demos ao trabalho (jogado fora) de registrar as queixas, mostrando que a regulação é uma balela, quando o Estado está a serviço dos interesses das corporações.

E ainda há quem não queira entender a afirmação do grande historiador francês, Fernand Braudel, quando este afirmava que nunca haveria capitalismo sem um estado forte. E eu complemento um Estado (poder político): capturado e controlado cada vez mais pelo poder econômico, representado pelo sistema financeiro e pelas grandes corporações globais.

2 comentários:

Unknown disse...

Olha só que engraçado, se o governo injetasse R$100 bi na Petrobras para reduzir o EDBIDA mídia apatrida estaria indocil, rugido das panelas já teriam rompido a barreira do silêncio! O estado em socorro das grandes corporações e do capital financeiro é santificado pela mídia e tolerado por grande parte do povo pobre que não se indguina com tal situação, por isso agem sempre desta forma.

Roberto Moraes disse...

Mais uma ótima observação Braulison.