sábado, março 03, 2018

EUA coloca suas botas sobre quem lhe entregou o golpe e impõe a maior desnacionalização de nossa indústria de petróleo, aço e alumínio

O golpe no Brasil é a retomada – de forma radical e cruel - da ideia do FHC de negociar nossa dependência. Ela se associa à outra ideia de subimperialismo.

O Brasil entregando por completo sua soberania com a ideia de liderar uma parte da periferia sulamericana e africana.

O resultado político disso é que com a confusão instalada no maior e mais influente país da América Latina, os EUA com Trump (como seria com outro), hoje prefere a Argentina no continente.

O Brasil entregou e continua entregando, conforme combinado, os ativos de petróleo, campos do pré-sal, gasodutos, etc. às petroleiras, para-petroleiras e fundos financeiros americanos e em troca não tiveram nada. E nada terão.

Pior. Terão ainda mais bordoada sobre o que resta do capital produtivo nacional para além do desmonnte e desintegração das empresas estatais no setor de energia (petróleo e energia elétrica).

Assim, nesta última semana viram o peso da lógica do império América First (América Primeiro), que na verdade está mais para America Only (Somente America), com as sobretaxas ao nosso aço e alumínio.

Esta decisão ignorando e passando por cima da OMC e de outros organismos multilaterais, deixa claro o peso da bota sobre quem se submete.

O resultado disso poderá ser o fechamento no médio prazo, da CSN, em Volta Redonda, a que mais sofrerá, da Usiminas e ainda de enormes sacrifícios ao grupo Gerdau, combalindo ainda mais o que resta de industrialização de base no Brasil.

O mesmo já ocorre em outra indústria de base a do petróleo, onde entregaram a redução – quase o fim – da política de conteúdo local, um Repetro com isenção fiscal de centenas de bilhões.

Se não bastasse os golpistas seguem entregando não apenas a dependência política e econômica, mas a industrialização de base, que ainda tínhamos e que foi iniciada por Vargas.

Desta forma, em pouco mais de um ano de golpe, o Brasil avança a passos largos para a reprimarização exportando hoje, mais de 1 milhão por dia de óleo cru. Simultaneamente, o Brasil passou a importar das refinarias dos EUA, quase o mesmo volume de derivados de petróleo refinado, com as nossa refinarias trabalhando com 30% de capacidade ociosa e contribuindo para que tenhamos que estar pagando quase R$ 5, no litro da gasolina em nossos postos.

Aí está a globalização do mundo real. O soft-power do golpe consentido e acordado entre a elite econômica e política brasileira com os donos do poder. Em troca o que tiveram? O poder político sobre o buraco aberto no seio da nação brasileira.

Infelizmente o quadro real de tão trágico e límpido é por demais fácil de compreender e cada vez mais difícil de combater, porque faltam e faltarão cada vez mais base material e econômica para esse enfrentamento.

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