O ex-diretor Jair Araújo Junior da Faculdade de Medicina de Campos divulgou carta se posicionando sobre as demissões e a situação da Faculdade de Medicina de Campos / Fundação Benedito Pereira Nunes a partir de decisão do atual diretor Nélio Artiles.
O professor e médico Jair Araújo é o segundo a se posicionar sobre o assunto. O blog já havia divulgado aqui, no último dia 5 de janeiro de 2014, carta sobre o mesmo tema do professor e médico Paulo Melo:
"Posicionamento sobre as demissões na Faculdade de Medicina de Campos/Fundação Benedito Pereira Nunes. 2013/2014"
"Apresento, em respeito àqueles que acreditam na busca pela verdade e na necessidade de contarmos com o máximo de dados para estabelecermos um bom juízo de valores, o meu singelo posicionamento sobre as demissões na Faculdade de Medicina de Campos/Fundação Benedito Pereira Nunes, ocorridas no apagar das luzes de 2013.
Fui surpreendido, às vésperas do Natal de 2013, com um telefonema, de um constrangido funcionário dos RH da FBPN/FMC, que me solicitava o comparecimento urgente ao DP, para tratar de um "assunto importante". Após muita insistência sobre a necessidade em saber o teor do "assunto" e a garantia de que reconhecia e defenderia a necessidade do funcionário em cumprir ordens, foi informado que era sobre a minha demissão, como Professor da FMC. Recebi posteriormente a comunicação oficial por carta, iniciando ali uma profunda e ampla reflexão, associada a busca por informações - nunca claras ou bem definidas - sobre o significado dessa medida, sumária e adotada em época natalina, em que a maioria dos Homens, renovam a sua fé nos princípios cristãos da fraternidade e da solidariedade. Descobri nos últimos dias que não estava sozinho, mas dignamente acompanhado por alguns dos mais emblemáticos e antigos docentes da FMC, além de outros valorosos docentes e funcionários técnico-administrativos.
Vem sendo alardeada, oficialmente, a necessidade de "compatibilizar os seus custos com as despesas ordinárias", pois a "Fundação e suas Mantidas, passam momentaneamente por grave crise financeira". As outras versões, ainda não oficializadas, mas que progressivamente vão sendo liberadas, dizem respeito a relatórios de auditorias/consultorias - cujos resultados totais não foram franqueados tempestivamente para discussão junto a toda a comunidade acadêmica - e avaliações de desempenho docente, feitas junto aos alunos, que também nunca foram tratadas de forma ética, metodologicamente clara, estatisticamente significativa e dialeticamente voltadas para a melhoria dos objetos/docentes avaliados nas suas práticas educacionais, mas para uma medida punitiva extrema de sumária demissão. Tudo vem ocorrendo por iniciativa e determinação da Direção da Faculdade de Medicina de Campos e a complacência da Presidência da Mantenedora que apóia, por omissão, desde a quebra da palavra empenhada pré-eleitoral, para a união pela governabilidade institucional até a não manifestação concreta em impor limites a comportamentos que colocam em risco, esses sim, a existência Institucional. Em todo este processo não deixei razões que pudessem justificar tamanha perseguição.
As Instituições Faculdade de Medicina de Campos e Fundação Benedito Pereira Nunes, são o meu compromisso profissional/afetivo maior. Fui por elas formado Médico em 1977 e desde 1980, tenho um vínculo de Professor que muito me honra, além de ser por 12 anos seu diretor, por 7 anos presidente da FBPN e por 4 anos diretor do HEAA, vivência que não merece ser, após 34 anos simplesmente descartada. Acredito que, eu e os colegas, se chamados para buscar soluções para a "grave crise", diríamos presente e talvez pudéssemos contribuir com algo que se julga anacrônico como a experiência comprometida. Problemas como o crônico déficit de financiamento do HEAA, agravado pelo sistemático distanciamento da Direção da FMC para com os problemas do Hospital Escola, praticado há muitos anos e as decisões tomadas de forma autocrática, além da "crise financeira" da FMC, são tratadas de forma superficial sem nenhum respaldo no debate democrático mas na velada ameaça às garantias do trabalho, como agora se pratica claramente.
O que pode parecer, para alguns menos avisados, "chiadeira" é o testemunho de um simples médico que por 34 anos se orgulhou de ser Professor da Faculdade de Medicina de Campos e que acredita na palavra empenhada, na construção coletiva e democrática, no respeito à história, às pessoas e que cultiva profundamente a gratidão pelos que nos servem ou serviram. Não apresentar publicamente essas considerações, a pretexto de preservar a Instituição seria contribuir para perpetuar essas e muitas outras situações que precisam ser revertidas. Outras versões serão divulgadas, mas não pretendo assumir um debate público, a não ser nos adequados espaços de diálogo democrático e promotores da Justiça. Agradeço profundamente às manifestações de apoio que nos fazem seguir em frente na defesa do bem maior para o nosso semelhante. A Saúde.
Campos dos Goytacazes, 10 de janeiro de 2014.
Jair Araujo Junior - Professor da Faculdade de Medicina de Campos."
66 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sábado, janeiro 11, 2014
Decisão judicial paralisa obras do VLT em Santos
Santos no litoral paulista tem um projeto de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de 15 km ligando o Porto de Santos a São Vicente. O investimento é de R$ 700 milhões do PAC e financiamento da Caixa Econômica Federal.
A decisão judicial é para um trecho de de 2,3 quilômetros, em que uma liminar foi concedida em ação do Ministério Público Estadual (MPE-SP) contra a Cetesb (órgão ambiental paulista) e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU).
O MPE questiona a mudança do traçado que ao invés de passar numa linha férrea antiga, às margens de uma avenida, passou para o canteiro central da mesma avenida. O questionamento alega que a mudança prejudica os moradores em benefício de grandes grupos empresariais locais. A movimentação do MPE-SP obedece um abaixo-assinado de sete mil assinaturas.
A decisão judicial é para um trecho de de 2,3 quilômetros, em que uma liminar foi concedida em ação do Ministério Público Estadual (MPE-SP) contra a Cetesb (órgão ambiental paulista) e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU).
O MPE questiona a mudança do traçado que ao invés de passar numa linha férrea antiga, às margens de uma avenida, passou para o canteiro central da mesma avenida. O questionamento alega que a mudança prejudica os moradores em benefício de grandes grupos empresariais locais. A movimentação do MPE-SP obedece um abaixo-assinado de sete mil assinaturas.
SFI tem 44% das famílias beneficiadas com bolsa família
SFI é o município fluminense com a maior proporção de famílias recebendo o benefício do bolsa família. A média do país é de 25%. Como o benefício tem relação com a educação dos filhos o governo federal tem monitorado os índices de educação no município.
Em SFI, o Ideb da Ensino Fundamental 1 subiu de 3,5 em 2005, para 4,4 em 2011. No Fundamental 2 subiu de 2,8, em 2005, para 3,8 em 2011. A taxa de reprovação segundo, dados do Ministério do Desenvolvimento Social e do MEC regrediu de 25% em 2007, para 16%, em 2012.
Mesmo com a melhora todos os índices estão abaixo da média nacional.
Em SFI, o Ideb da Ensino Fundamental 1 subiu de 3,5 em 2005, para 4,4 em 2011. No Fundamental 2 subiu de 2,8, em 2005, para 3,8 em 2011. A taxa de reprovação segundo, dados do Ministério do Desenvolvimento Social e do MEC regrediu de 25% em 2007, para 16%, em 2012.
Mesmo com a melhora todos os índices estão abaixo da média nacional.
sexta-feira, janeiro 10, 2014
ANTT faz reunião 2ª feira em Campos sobre aproveitamento de malha ferroviária
A Agência Nacional de Transportes Terrestres realiza em Campos/RJ, no dia 13, segunda-feira, Reunião Participativa para ouvir manifestações da população local sobre o aproveitamento que será dado aos trechos devolvidos da malha da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) no estado do Rio, incluindo as linhas que cortam a cidade.
O objetivo do encontro é ouvir o que a população sugere quanto ao melhor aproveitamento dos trechos ferroviários nos quais não trafegam trens. Esses trechos poderão ser utilizados para composições de passageiros ou para fins turísticos, bem como para projetos de mobilidade urbana.
Esses encontros integram programação de sete Reuniões Participativas sobre o aproveitamento de trechos devolvidos ao patrimônio da União pela concessionária FCA. Estão programadas mais três reuniões em Salvador/BA (20.01/14); Aracaju/SE (23/01/14) e Juazeiro/BA (27/01/14).
Em Campos a reunião vai ocorrer no Auditório da Universidade Cândido Mendes/Rua Anita Peçanha, nº 100 – Parque São Caetano – de 14 às 18 h.
O objetivo do encontro é ouvir o que a população sugere quanto ao melhor aproveitamento dos trechos ferroviários nos quais não trafegam trens. Esses trechos poderão ser utilizados para composições de passageiros ou para fins turísticos, bem como para projetos de mobilidade urbana.
Esses encontros integram programação de sete Reuniões Participativas sobre o aproveitamento de trechos devolvidos ao patrimônio da União pela concessionária FCA. Estão programadas mais três reuniões em Salvador/BA (20.01/14); Aracaju/SE (23/01/14) e Juazeiro/BA (27/01/14).
Em Campos a reunião vai ocorrer no Auditório da Universidade Cândido Mendes/Rua Anita Peçanha, nº 100 – Parque São Caetano – de 14 às 18 h.
Fonte: ANTT.
China passa a ser maior potência comercial do mundo
Para quem ainda duvida da força da economia chinesa. Agora em 2013, a China desbancou os EUA em 2013 como primeira potência comercial, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela Administração da Aduana chinesa, que reportou um montante de U$S 4,16 trilhões entre importações e exportações. Pelos dados americanos até novembro computavam US$ 3,5 trilhões.
Em 2009, a China já tinha passado a ser o maior exportador global. Os intercâmbios comerciais chineses aumentaram 7,6% em relação a 2012.
Com estes números a China passa a ter 10% de todo o comércio mundial de mercadorias têm destino ou origem na China - há uma década essa percentual era de 5%.
Em 2009, a China já tinha passado a ser o maior exportador global. Os intercâmbios comerciais chineses aumentaram 7,6% em relação a 2012.
Com estes números a China passa a ter 10% de todo o comércio mundial de mercadorias têm destino ou origem na China - há uma década essa percentual era de 5%.
O conjunto de exportações chinesas cresceu 7,9% no ano passado, a US$ 2,2 trilhões (€ 1,6 trilhão), enquanto as importações avançaram 7,3% e totalizaram US$ 1,9 trilhão (€ 1,4 trilhão). O superávit comercial de 2013 chegou a US$ 259,8 bilhões (€ 191 bilhões), mais 12% em relação ao ano anterior.
Não se pode deixar de registrar que o que contribuiu para isto foi a intensificação do comércio mundial com a conteinerização e a automação dos portos. As duas medidas reduziram drasticamente os custos dos fretes e permitiram a rápida circulação de mercadorias.
A China foi quem mais ganhou com isto com seu porto em Xangai e com a fabricação de grandes navios conteineros para a movimentação de cargas entre os continentes. Cerca de 90% das cargas exportadas mundialmente são feitas pela via marítima.
A China enxergando este processo de forma estratégica se preparou para esta nova realidade. Inicialmente com exportação de cargas de baixo valor e paulatinamente foi adensando e ampliando a complexidade de sua pauta de exportações com produtos de maior valor.
Maiores valores pelas desapropriações no Açu
Mais de uma fonte confirmou a informação que peritos nomeados pelo juízo, em processos judiciais em que proprietários rurais reclamaram os valores que estavam sendo pagos pelas desapropriações na região do Açu (antigo 5º Distrito de SJB), estão relatando nos processos em que são chamados a atuar, valores bem maiores, e próximo dos intencionados pelos autores das ações.
Os valores estariam sendo estabelecidos por metro quadrado. O fato tem animado os que moveram ações contras as desapropriações que apesar de terem sido feitas pela Codin, a partir de decreto estadual, as mesmas eram pagas, em cheques e contratos com a empresa LLX. O blog voltará ao assunto.
Os valores estariam sendo estabelecidos por metro quadrado. O fato tem animado os que moveram ações contras as desapropriações que apesar de terem sido feitas pela Codin, a partir de decreto estadual, as mesmas eram pagas, em cheques e contratos com a empresa LLX. O blog voltará ao assunto.
Petrobras investirá R$ 150 milhões para ampliação do Porto de Imbetiba em Macaé
Pelo visto a empresa estatal não está acreditando muito na construção de outro porto na cidade, como o projetado Terlom (ou Terpor) no bairro do Lagamar. A Petrobras resolveu ampliar o terminal alfandegado de Imbetida em Macaé com investimentos de R$ 150 milhões para ampliação da capacidade logística da unidade.
O projeto de expansão visa dar conta da maior demanda de movimentação de materiais na Bacia de Campos, reduzindo assim o tempo de espera dos rebocadores contratados a milhares de dólares por dia. prevê a construção de dois atracadouros de navios transportadores de insumos para plataformas petroleiras.
As obras têm prazo de conclusão até dezembro de 2017. No momento a empresa Progeo Engenharia foi contratada para a realização de investigações geotécnicas na área do terminal. A expansão é gerenciada dentro da Petrobras pela coordenação do Ieinfra (Implementação de Empreendimentos de Infraestrutura).
O projeto de expansão visa dar conta da maior demanda de movimentação de materiais na Bacia de Campos, reduzindo assim o tempo de espera dos rebocadores contratados a milhares de dólares por dia. prevê a construção de dois atracadouros de navios transportadores de insumos para plataformas petroleiras.
As obras têm prazo de conclusão até dezembro de 2017. No momento a empresa Progeo Engenharia foi contratada para a realização de investigações geotécnicas na área do terminal. A expansão é gerenciada dentro da Petrobras pela coordenação do Ieinfra (Implementação de Empreendimentos de Infraestrutura).
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Porto de Imbetiba Macaé - Acervo do blog - Postagem em 21 de março de 2013 - Aqui. |
quinta-feira, janeiro 09, 2014
Mini-refinaria no ERJ
A empresa de consultoria Global Costa, do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, está articulando a montagem de quatro mini-refinarias de petróleo no Brasil. A que está em fase mais adiantada de negociações e projeto é a de Sergipe, planejada para processar 10 mil barris por dia, a um custo orçado de R$ 120 milhões. A assinatura do protocolo de intenções com o governo de Sergipe está marcado para a próxima segunda-feira.
Um das outras três estaria prevista para nosso estado e as outras duas respectivamente no Espírito Santo e Ceará. Elas, preferencialmente devem estar perto de portos para receber o petróleo a ser processado e a gasolina e o diesel produzidos, para dar conta do grande crescimento da demanda que está fazendo hoje a Petrobras importar.
As pequenas refinarias poderia ser montadas em módulos com capacidade de processamento de 5 mil barris de petróleo. O tempo de montagem seria imensamente menor do que as grandes refinarias que passam de cinco anos, como é o caso do Comperj em Itaboraí e da Refinaria Abreu e Lima no Porto de Suape, PE. Estas mini-refinarias seriam montadas em até 18 meses. A conferir!
PS.: Atualizado às 18:30 de 10/01/2014: Paulo Roberto Costa afirmou ao Valor que a empresa REF Brasil construirá as minirefinarias mas, não confirmou nenhuma no Estado do Rio de Janeiro. Além de Sergipe, o projeto prevê uma no Espírito Santo, Alagoas e Ceará. O investimento é de R$ 120 milhões para cada módulo de 5 mil barris.
Um das outras três estaria prevista para nosso estado e as outras duas respectivamente no Espírito Santo e Ceará. Elas, preferencialmente devem estar perto de portos para receber o petróleo a ser processado e a gasolina e o diesel produzidos, para dar conta do grande crescimento da demanda que está fazendo hoje a Petrobras importar.
As pequenas refinarias poderia ser montadas em módulos com capacidade de processamento de 5 mil barris de petróleo. O tempo de montagem seria imensamente menor do que as grandes refinarias que passam de cinco anos, como é o caso do Comperj em Itaboraí e da Refinaria Abreu e Lima no Porto de Suape, PE. Estas mini-refinarias seriam montadas em até 18 meses. A conferir!
PS.: Atualizado às 18:30 de 10/01/2014: Paulo Roberto Costa afirmou ao Valor que a empresa REF Brasil construirá as minirefinarias mas, não confirmou nenhuma no Estado do Rio de Janeiro. Além de Sergipe, o projeto prevê uma no Espírito Santo, Alagoas e Ceará. O investimento é de R$ 120 milhões para cada módulo de 5 mil barris.
Problema da falta de água na China
A China tem 20% da população do planeta e apenas 7% de água doce disponível no planeta. No mundo a maior parte da água doce é usado na agricultura. Na China é a indústria (conforme mostra o gráfico abaixo em matéria da Bloomberg republicada pelo Valor) que consome a maior parte da água.
Já nos dias atuais 108 cidades chinesas entre elas Pequim, enfrentam escassez de água segundo estudo da "China Water Risk". A pesquisa estima que em 2030 a escassez anual da China poderá chegar a 201 bilhões de metros cúbicos de água.
Em 2009, a China consumiu 600 bilhões de metros cúbicos de água. Em 2012, o governo chinês anunciou um plano para a China se limitar ao uso de 700 bilhões de metros cúbicos. Para isto, uma das estratégias é elevar o preço para conter o consumo.
Com estas notícias se vê que não é maluquice a suposição de que o custo da água doce possa se aproximar e até passar o preço do petróleo. Quem viverá para ver?
Já nos dias atuais 108 cidades chinesas entre elas Pequim, enfrentam escassez de água segundo estudo da "China Water Risk". A pesquisa estima que em 2030 a escassez anual da China poderá chegar a 201 bilhões de metros cúbicos de água.
Em 2009, a China consumiu 600 bilhões de metros cúbicos de água. Em 2012, o governo chinês anunciou um plano para a China se limitar ao uso de 700 bilhões de metros cúbicos. Para isto, uma das estratégias é elevar o preço para conter o consumo.
Com estas notícias se vê que não é maluquice a suposição de que o custo da água doce possa se aproximar e até passar o preço do petróleo. Quem viverá para ver?
terça-feira, janeiro 07, 2014
A ditadura do dinheiro trocou a maneira como vivemos!
Este é um tema que tem absorvido minha atenção. De forma circular relaciono o assunto à nossa vida cotidiana. As poucas coisas que ainda podemos fazer sem dinheiro parecem mais densas e atraentes do que as que são trocadas pelo vil metal.
A fluidez do sistema bancário é estranha e parece sustentada por um sistema ideológico que se apoia na ideia da existência de um suporte que em alguns casos pode não funcionar. Esta ideia é tirana porque invisível e abstrata.
No fundo, este questionamento remete a um debate que também me persegue nesta peregrinação no campo da economia política: o valor de uso e o valor de troca.
Há coisas que só possuem valor de uso. Outras só de troca, como o caso do dinheiro. Há outras que possuem valor em um e/ou outro caso.
Quem tem o instrumento de troca à mão pensa quase sempre, baseado nas trocas, ou em suas possibilidades.
A fluidez do sistema bancário é estranha e parece sustentada por um sistema ideológico que se apoia na ideia da existência de um suporte que em alguns casos pode não funcionar. Esta ideia é tirana porque invisível e abstrata.
No fundo, este questionamento remete a um debate que também me persegue nesta peregrinação no campo da economia política: o valor de uso e o valor de troca.
Há coisas que só possuem valor de uso. Outras só de troca, como o caso do dinheiro. Há outras que possuem valor em um e/ou outro caso.
Quem tem o instrumento de troca à mão pensa quase sempre, baseado nas trocas, ou em suas possibilidades.
Quem não tem posses e nem o instrumento de troca (dinheiro) só pensa e raciocina na lógica do uso. As coisas todas valem ou não pelos seus usos. O que não se usa não tem valor nesta lógica.
A lógica de quem tem posses (propriedades) é outra. Pensa-se em guardar, em trocar, em criar necessidade para valorar o que não pensa em usar (especulação) e segue assim, a sina e a tirania do dinheiro na sua busca de acumulação.
Interessante observar como funciona esta tirania em coisas que seriam básicas para qualquer ser humano na vida em sociedade. Cito dois exemplos: moradia e saúde.
O direito à moradia é ou deveria ser soberano e diferente do direito à casa própria. A casa própria remete à ideia da propriedade e da troca num futuro imediato ou mais distante, mas, a lógica passa ser a troca e não o uso.
Para entender melhor do que estou falando raciocine sobre sua moradia. Sei que ela tem valor diverso conforme o porte, a localização, a estrutura, etc. Se esforce e pense nela como local de convivência, de construção familiar, de espaço para repouso, para alimentação, ou seja, para a vida. Nesta lógica ela não tem valor ou tem o maior valor do mundo.
Na lógica da troca ela vale o que o que o sistema estabelece como valor, status, comparação, etc. Esta lógica é diversa à vida, embora, no sistema em que vivemos já tenha passado a fazer parte da nossa forma de viver e da forma como acabamos por ver o mundo e naturalizar coisas e questões que não deveriam ser assim naturalizadas ou banalizadas. Assim, como os que não têm cada para usar e morar.
Engraçado isto, não?
Nesta lógica, uma política pública de habitação (moradia) não deveria, por exemplo, pensar na ótica de dar ou oferecer casa própria para as pessoas que não possuem esta necessidade básica. A necessidade básica é de morar e não de ter a casa ou a propriedade. Assim, os governos poderiam oferecer moradias para quem não tem onde morar até que passasse a conseguir situação de moradia através de renda e trabalho, numa eventual possibilidade deste exercício, que o Estado então lhe provesse esta condição.
Há nações (e eu até pouco tempo não sabia) em que as coisas funcionam mais ou menos desta maneira, mesmo em regime capitalista.
O outro exemplo é na área de saúde que não deveria ser trocada por nada quando de sua ausência ou subtração.
Tendo a vida como referência, não faz sentido ter que ter posses, propriedades (ou seu equivalente geral, o dinheiro) para se obter saúde ou tê-la restituída. Mais estranho ainda é que sem esta “acumulação” de posses (ou seu equivalente) o ser humano perca o direito à saúde.
Valor de uso e valor de troca mais que conceitos da economia política têm poder de mudar a maneira de ser das pessoas e consequentemente, tem poder de mudar o mundo. Ou não.
As relações sociais eram mais densas quando a concepção do uso era mais presente em nossas vidas. Na mesma proporção em que se evoluiu a fluidez do dinheiro que é abstrato na maior parte da nossa contemporaneidade, também foi ganhando superficialidade a nossa forma de viver e de nos relacionarmos como humanos.
A comunicação que tanto apreciamos foi a forma que permitiu a ligação de diversas técnicas e o crescimento desta fluidez, segundo o geógrafo Milton Santos. Neste contexto, Santos afirmou que o dinheiro, neste processo, é o fluido dos fluidos.
O dinheiro é fluido, mas, não é neutro. É abstrato, mas ganha materialidade no território, que o próprio Santos chama de território usado, que em síntese seria o chão mais a identidade de quem o usa.
Na materialidade do território usado vemos perfeitamente a diferença que banalizamos quase sempre dos diferentes usos que fazemos sobre o território conforme as posses acumuladas. Isto não é e nem nunca foi natural, embora, sejam originadas da forma como o homem foi se relacionando com a natureza.
Ainda nesta caminhada, o homem fez sua casa e depois, as nossas casas nos fizeram, da mesma forma que o oleiro fez o pote (e de forma dialética e simultânea) o pote também fez o oleiro.
O dinheiro neste processo surgiu como uma consequência (não natural) da sobreposição da concepção do valor de troca sobre o valor de uso e da consequente criação de uma complexa teia econômica imbricada numa nova forma de ver o mundo.
Assim, o dinheiro e a acumulação foram se tiranizando e ditatorialmente concebendo a forma como nos posicionamos diante da vida.
Assim, o valor do dinheiro tem pouca e cada vez menos relação com o trabalho. Como equivalente geral, o dinheiro e toda a complexidade que o envolve passou a ter formas abstratas (virtuais) para se mover e assim buscar mais valores e acumulação.
Neste processo, ter muito dinheiro em casa, nos bolsos ou nas mochilas passou a ser crime. Crime grave e de repercussão nacional. Estranho esta concepção no sistema capitalista em que a troca e a necessidade deste instrumento seria fundamental. Ou não?
Mais interessante ainda é ver que não existe crime, se o dinheiro estiver no banco, no sistema que na concepção e na ideia que criaram é mais segura e quase única forma de tê-lo. Para tirar um pouco mais de dinheiro do banco você tem que avisar, tem que solicitar, assim, desta forma, sem acesso imediato, ele deixou de ser um direito e poucos estranharam esta mudança.
Vejam a maluquice. A forma mais segura de ter o equivalente geral de troca é não tê-lo às mãos. O mais estranho é que ninguém estranha isto, julgam até natural. Quase tudo foi se naturalizando, por mais estranho que seja.
A maioria que vive do seu trabalho e do seu salário (não falo dos capitalistas, dos donos dos dinheiros) hoje, fecha um mês, manipulando (digo passando por suas mãos) não mais de que 20% do seu salário. O restante por meio da informação eletrônica é usado para pagar nossas contas e os nossos gastos. A guarda dele rende dinheiro a quem o faz e tudo isto é visto também como natural.
O setor financeiro um dos mais rentáveis em todo o mundo foi concebendo em nossa forma de ver o mundo, sem que percebêssemos, que dinheiro foi passando para ser guardado e manipulado pelos “fundos” e não para prover o nosso uso básico. Para isto, os supérfluos foram nos sendo impostos, um após outro, coisas & coisas.
Corremos, que nem loucos, quase na velocidade em que as transações passam pelos computadores dos bancos, agora, sem o tilintar das máquinas registradoras, para dar conta de ter e adquirir mais supérfluos, sendo que cada vez temos menos tempo e condições para usá-los, mas, isto não importa diante da roda que continua a girar.
Assim retornamos, à ditadura do dinheiro, em que as coisas passaram ter importância pelos seus valores de troca e não de uso.
Desta forma se trocou a maneira de viver usando as pessoas.
Isto não é, e não poder ser visto como natural.
Em meio a esta forma de viver, não se cabe falar em democracia, porque acima de tudo, a troca pressupõe uso das pessoas para angariar e acumular posses e dinheiro. Neste cenário não há como se falar em Democracia.
Voltando a Milton Santos ele acrescenta a esta questão a relação entre dinheiro e informação, um debate decorrente do anterior sobre valor de uso e de troca. Assim, Santos ao analisar o papel do sistema ideológico presente em nossas vidas disse que “nossa era se caracteriza sobretudo por essas ditaduras: a ditadura da informação e a ditadura do dinheiro, e a ditadura do dinheiro não seria possível sem a ditadura da informação. O dinheiro em estado puro nutre-se da informação impura, tornada possível quando imaginávamos que ela seria cristalina.”
Santos, assim, em março de 1999 já identificava de forma clara como este sistema ideológico no presente ganhou força exercendo um papel no que chamou de “produção da materialidade e na conformação da existência das pessoas”.
Entre o real e o fenômeno há evidentemente outras leituras. Esta é ainda singular, em construção, suscetível a pesquisas maiores sobre a realidade e maior aprofundamento dos fundamentos da economia, mas está disposta ao debate, mesmo sabendo, de antemão, que na simplificação redutora e na banalização da realidade há sempre o velho e rasteiro argumento de que o mundo real é diverso do ideal.
Até pode ser, e dependendo da leitura do fenômeno que interesse ao interlocutor, não se pode, para evitar a anomia dos tempos presentes, deixar de visitar a interpretação do que parece mais simples, e portanto, provavelmente, mais próximo do real, para, daí sim, explorarmos a complexidade construída, daquilo que pode ser o arcabouço do sistema que vivemos entre disputas, sem menos importâncias, para que o real continue a banalizar, aquilo que na gênese seria inaceitável da troca (e tudo que virou mercadoria) ter mais importância do que a Vida.
PS.: Atualizado às 10:44 de 09/01/2014 para pequenas alterações e correções.

Interessante observar como funciona esta tirania em coisas que seriam básicas para qualquer ser humano na vida em sociedade. Cito dois exemplos: moradia e saúde.
O direito à moradia é ou deveria ser soberano e diferente do direito à casa própria. A casa própria remete à ideia da propriedade e da troca num futuro imediato ou mais distante, mas, a lógica passa ser a troca e não o uso.
Para entender melhor do que estou falando raciocine sobre sua moradia. Sei que ela tem valor diverso conforme o porte, a localização, a estrutura, etc. Se esforce e pense nela como local de convivência, de construção familiar, de espaço para repouso, para alimentação, ou seja, para a vida. Nesta lógica ela não tem valor ou tem o maior valor do mundo.
Na lógica da troca ela vale o que o que o sistema estabelece como valor, status, comparação, etc. Esta lógica é diversa à vida, embora, no sistema em que vivemos já tenha passado a fazer parte da nossa forma de viver e da forma como acabamos por ver o mundo e naturalizar coisas e questões que não deveriam ser assim naturalizadas ou banalizadas. Assim, como os que não têm cada para usar e morar.
Engraçado isto, não?
Nesta lógica, uma política pública de habitação (moradia) não deveria, por exemplo, pensar na ótica de dar ou oferecer casa própria para as pessoas que não possuem esta necessidade básica. A necessidade básica é de morar e não de ter a casa ou a propriedade. Assim, os governos poderiam oferecer moradias para quem não tem onde morar até que passasse a conseguir situação de moradia através de renda e trabalho, numa eventual possibilidade deste exercício, que o Estado então lhe provesse esta condição.
Há nações (e eu até pouco tempo não sabia) em que as coisas funcionam mais ou menos desta maneira, mesmo em regime capitalista.
O outro exemplo é na área de saúde que não deveria ser trocada por nada quando de sua ausência ou subtração.
Tendo a vida como referência, não faz sentido ter que ter posses, propriedades (ou seu equivalente geral, o dinheiro) para se obter saúde ou tê-la restituída. Mais estranho ainda é que sem esta “acumulação” de posses (ou seu equivalente) o ser humano perca o direito à saúde.
Valor de uso e valor de troca mais que conceitos da economia política têm poder de mudar a maneira de ser das pessoas e consequentemente, tem poder de mudar o mundo. Ou não.
As relações sociais eram mais densas quando a concepção do uso era mais presente em nossas vidas. Na mesma proporção em que se evoluiu a fluidez do dinheiro que é abstrato na maior parte da nossa contemporaneidade, também foi ganhando superficialidade a nossa forma de viver e de nos relacionarmos como humanos.
A comunicação que tanto apreciamos foi a forma que permitiu a ligação de diversas técnicas e o crescimento desta fluidez, segundo o geógrafo Milton Santos. Neste contexto, Santos afirmou que o dinheiro, neste processo, é o fluido dos fluidos.
O dinheiro é fluido, mas, não é neutro. É abstrato, mas ganha materialidade no território, que o próprio Santos chama de território usado, que em síntese seria o chão mais a identidade de quem o usa.
Na materialidade do território usado vemos perfeitamente a diferença que banalizamos quase sempre dos diferentes usos que fazemos sobre o território conforme as posses acumuladas. Isto não é e nem nunca foi natural, embora, sejam originadas da forma como o homem foi se relacionando com a natureza.
Ainda nesta caminhada, o homem fez sua casa e depois, as nossas casas nos fizeram, da mesma forma que o oleiro fez o pote (e de forma dialética e simultânea) o pote também fez o oleiro.
O dinheiro neste processo surgiu como uma consequência (não natural) da sobreposição da concepção do valor de troca sobre o valor de uso e da consequente criação de uma complexa teia econômica imbricada numa nova forma de ver o mundo.
Assim, o dinheiro e a acumulação foram se tiranizando e ditatorialmente concebendo a forma como nos posicionamos diante da vida.
Assim, o valor do dinheiro tem pouca e cada vez menos relação com o trabalho. Como equivalente geral, o dinheiro e toda a complexidade que o envolve passou a ter formas abstratas (virtuais) para se mover e assim buscar mais valores e acumulação.
Neste processo, ter muito dinheiro em casa, nos bolsos ou nas mochilas passou a ser crime. Crime grave e de repercussão nacional. Estranho esta concepção no sistema capitalista em que a troca e a necessidade deste instrumento seria fundamental. Ou não?
Mais interessante ainda é ver que não existe crime, se o dinheiro estiver no banco, no sistema que na concepção e na ideia que criaram é mais segura e quase única forma de tê-lo. Para tirar um pouco mais de dinheiro do banco você tem que avisar, tem que solicitar, assim, desta forma, sem acesso imediato, ele deixou de ser um direito e poucos estranharam esta mudança.
Vejam a maluquice. A forma mais segura de ter o equivalente geral de troca é não tê-lo às mãos. O mais estranho é que ninguém estranha isto, julgam até natural. Quase tudo foi se naturalizando, por mais estranho que seja.
A maioria que vive do seu trabalho e do seu salário (não falo dos capitalistas, dos donos dos dinheiros) hoje, fecha um mês, manipulando (digo passando por suas mãos) não mais de que 20% do seu salário. O restante por meio da informação eletrônica é usado para pagar nossas contas e os nossos gastos. A guarda dele rende dinheiro a quem o faz e tudo isto é visto também como natural.

Corremos, que nem loucos, quase na velocidade em que as transações passam pelos computadores dos bancos, agora, sem o tilintar das máquinas registradoras, para dar conta de ter e adquirir mais supérfluos, sendo que cada vez temos menos tempo e condições para usá-los, mas, isto não importa diante da roda que continua a girar.
Assim retornamos, à ditadura do dinheiro, em que as coisas passaram ter importância pelos seus valores de troca e não de uso.
Desta forma se trocou a maneira de viver usando as pessoas.
Isto não é, e não poder ser visto como natural.
Em meio a esta forma de viver, não se cabe falar em democracia, porque acima de tudo, a troca pressupõe uso das pessoas para angariar e acumular posses e dinheiro. Neste cenário não há como se falar em Democracia.

Santos, assim, em março de 1999 já identificava de forma clara como este sistema ideológico no presente ganhou força exercendo um papel no que chamou de “produção da materialidade e na conformação da existência das pessoas”.
Entre o real e o fenômeno há evidentemente outras leituras. Esta é ainda singular, em construção, suscetível a pesquisas maiores sobre a realidade e maior aprofundamento dos fundamentos da economia, mas está disposta ao debate, mesmo sabendo, de antemão, que na simplificação redutora e na banalização da realidade há sempre o velho e rasteiro argumento de que o mundo real é diverso do ideal.
Até pode ser, e dependendo da leitura do fenômeno que interesse ao interlocutor, não se pode, para evitar a anomia dos tempos presentes, deixar de visitar a interpretação do que parece mais simples, e portanto, provavelmente, mais próximo do real, para, daí sim, explorarmos a complexidade construída, daquilo que pode ser o arcabouço do sistema que vivemos entre disputas, sem menos importâncias, para que o real continue a banalizar, aquilo que na gênese seria inaceitável da troca (e tudo que virou mercadoria) ter mais importância do que a Vida.
PS.: Atualizado às 10:44 de 09/01/2014 para pequenas alterações e correções.
Concurso para Prefeitura de Quissamã em 44 cargos
Os cargos são os mais variados. O de menor salário é o de Auxiliar para Serviços Bucais com vencimento de R$ 937,35 para um regime de 40 horas. O maior salário é para o cargo de médico do PSF no mesmo regime com salário de R$ 12.185,66 que tem um total de nove vagas. O concurso tem um total divulgado de 51 vagas.
O edital na íntegra pode ser acessado aqui no site do INCP (Instituto Nacional de Concurso Público) organizadora do concurso. As inscrições começam hoje (07/01) e vão até o dia 20 de janeiro no Parque de Exposições da cidade, entre 9 e 16 horas. Os valores da inscrição cariam de R$ 10 (Fundamental) a R$ 56 (Superior).
PS.: Atualizado às 13:02.
O edital na íntegra pode ser acessado aqui no site do INCP (Instituto Nacional de Concurso Público) organizadora do concurso. As inscrições começam hoje (07/01) e vão até o dia 20 de janeiro no Parque de Exposições da cidade, entre 9 e 16 horas. Os valores da inscrição cariam de R$ 10 (Fundamental) a R$ 56 (Superior).
PS.: Atualizado às 13:02.
MMX adere ao Refis para pagar auto de infração
A coisa permanece feia para as empresas restantes ainda controladas pelo grupo EBX. A MMX informou nesta segunda-feira que sua controlada MMX Corumbá pagará R$ 12,8 milhões em 180 parcelas para encerrar pendências com o Fisco.
A companhia disse que aderiu ao Refis, programa de parcelamento tributário, num auto de infração referente a 2006 e que foi instaurado pela Receita Federal em 2010. A cobrança somava R$ 33,9 milhões.
Pelo acordo, houve abatimento de R$ 8,6 milhões em multas e juros e outros R$ 12,4 milhões foram compensados por prejuízos fiscais e base negativa da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL).Ao todo, serão pagas 180 parcelas de R$ 71,3 mil ao Fisco. O valor será atualizado pela taxa Selic.
A companhia disse que aderiu ao Refis, programa de parcelamento tributário, num auto de infração referente a 2006 e que foi instaurado pela Receita Federal em 2010. A cobrança somava R$ 33,9 milhões.
Pelo acordo, houve abatimento de R$ 8,6 milhões em multas e juros e outros R$ 12,4 milhões foram compensados por prejuízos fiscais e base negativa da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL).Ao todo, serão pagas 180 parcelas de R$ 71,3 mil ao Fisco. O valor será atualizado pela taxa Selic.
segunda-feira, janeiro 06, 2014
Licitação para concessão de transporte intermunicipal no estado
A Secretaria de Estado de Transportes, através do Detro (Departamento de Transportes) está incumbida de preparar o edital de licitação para a concessão das linhas intermunicipais em nosso estado.
Depois de sete décadas (isto mesmo, 70 anos, desde a década de 40) a Justiça, através do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu em setembro do ano passado, em pedido do Ministério Púbico do Estado (MPE) em obrigar o estado a proceder a licitação dentro do prazo de um ano.
O Estado do Rio de Janeiro terá que seguir a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que está fazendo para a concessão de 1,8 mil linhas interestaduais. A ANTT fará a concessão por um prazo improrrogável de 15 anos. O critério para seleção será a oferta de menor tarifa nos percursos.
O Estado do Rio de janeiro possui atualmente cerca de 1,1 mil linhas intermunicipais. Atualmente um total de 105 empresas operam as linhas entre os municípios fluminenses, no transporte de cerca de 50 milhões de passageiros/mês.
Há quem diga que em nosso estado este processo será postergado até o final do atual mandato, deixando para o próximo governo a tarefa.
Porém, há quem diga que não, já que haveria compromissos com pontos do edital para favorecer os atuais concessionários.
A Viação 1001 é atualmente uma das mais beneficiadas. A linha Campos-Rio tem um dos maiores valores de passagem por quilômetro de todo o país. A linha é um monopólio sem concorrência. A qualidade dos serviços é péssima e o blog é testemunha das centenas de reclamações dos usuários.
Pois bem, o futuro edital pode tratar a concessão de formas diferentes.

Uma delas é exigir como principal critério o menor preço, como se faz por exemplo, para a concessão de rodovias, onde a concessionária escolhida é a que oferece o menor preço da tarifa de pedágio.
Uma outra forma, é estabelecer o valor máximo por quilômetro e estabelecer uma ponte rodoviária como acontece entre Rio e São Paulo a ser atendida por mais empresas concorrentes entre si.
Existiria ainda a possibilidade de permitir duas concessionárias para a mesma linhas com quantidade mínima de horários por dia e preços máximos pela cobrança.
Enfim, é preciso que acompanhemos este processo de concessão. Oportuno ainda cobrar para que o Ministério Público Estadual também faça este acompanhamento.
PS.: Atualizado às 13:12: Na última sexta-feira, o governo do Estado do Rio de Janeiro concedeu isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) relativa aos transportes intermunicipal e metropolitano de passageiros, através de um Convênio ICM nº 37, de 1989, do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e pelo Decreto Estadual Nº 44.550. Por estas normas, o governo fluminense reduziu 100% a alíquota do ICMS sobre transporte municipal de passageiros.
Resta saber quais a s vantagens que tal decisão trará para a população/passageiros deste tipo de transporte, caso contrário, os benefícios serão, como sempre, para os empresários. O fato reforça a necessidade da população e do MPE acompanhar de perto este processo de concessão de transportes intermunicipal em nosso estado.
Depois de sete décadas (isto mesmo, 70 anos, desde a década de 40) a Justiça, através do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu em setembro do ano passado, em pedido do Ministério Púbico do Estado (MPE) em obrigar o estado a proceder a licitação dentro do prazo de um ano.
O Estado do Rio de Janeiro terá que seguir a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que está fazendo para a concessão de 1,8 mil linhas interestaduais. A ANTT fará a concessão por um prazo improrrogável de 15 anos. O critério para seleção será a oferta de menor tarifa nos percursos.

Há quem diga que em nosso estado este processo será postergado até o final do atual mandato, deixando para o próximo governo a tarefa.
Porém, há quem diga que não, já que haveria compromissos com pontos do edital para favorecer os atuais concessionários.
A Viação 1001 é atualmente uma das mais beneficiadas. A linha Campos-Rio tem um dos maiores valores de passagem por quilômetro de todo o país. A linha é um monopólio sem concorrência. A qualidade dos serviços é péssima e o blog é testemunha das centenas de reclamações dos usuários.
Pois bem, o futuro edital pode tratar a concessão de formas diferentes.

Uma delas é exigir como principal critério o menor preço, como se faz por exemplo, para a concessão de rodovias, onde a concessionária escolhida é a que oferece o menor preço da tarifa de pedágio.
Uma outra forma, é estabelecer o valor máximo por quilômetro e estabelecer uma ponte rodoviária como acontece entre Rio e São Paulo a ser atendida por mais empresas concorrentes entre si.
Existiria ainda a possibilidade de permitir duas concessionárias para a mesma linhas com quantidade mínima de horários por dia e preços máximos pela cobrança.
Enfim, é preciso que acompanhemos este processo de concessão. Oportuno ainda cobrar para que o Ministério Público Estadual também faça este acompanhamento.
PS.: Atualizado às 13:12: Na última sexta-feira, o governo do Estado do Rio de Janeiro concedeu isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) relativa aos transportes intermunicipal e metropolitano de passageiros, através de um Convênio ICM nº 37, de 1989, do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e pelo Decreto Estadual Nº 44.550. Por estas normas, o governo fluminense reduziu 100% a alíquota do ICMS sobre transporte municipal de passageiros.
Resta saber quais a s vantagens que tal decisão trará para a população/passageiros deste tipo de transporte, caso contrário, os benefícios serão, como sempre, para os empresários. O fato reforça a necessidade da população e do MPE acompanhar de perto este processo de concessão de transportes intermunicipal em nosso estado.
domingo, janeiro 05, 2014
Água e um bonito domingo de sol no Açu
O blog recebeu a informação de que a Prefeitura e/ou a Cedae tomou(ram) providências sobre o problema do fornecimento de água para a comunidade do Açu como comentamos na noite de sexta-feira aqui.
Com as providências o abastecimento de água foi normalizado. Segundo apurou o blog, teria sido colocado outra bomba em funcionamento e também ativado uma cisterna que estava sem utilização. Com as medidas a distribuição de água na comunidade teria sido normalizada.
Com as providências o abastecimento de água foi normalizado. Segundo apurou o blog, teria sido colocado outra bomba em funcionamento e também ativado uma cisterna que estava sem utilização. Com as medidas a distribuição de água na comunidade teria sido normalizada.
O fato confirma a avaliação do blog de que com boa vontade e compromisso com a população o problema poderia ser rapidamente solucionado.
Em homenagem, o blog publica abaixo registros deste domingo com o bonito dia de sol à beira-mar no balneário do Açu, com muito sol e uma praia cheia com o Porto do Açu ao fundo da imagem. Na segunda foto o barco de pesca em frente à praia do Açu.
Professor da FMC faz apelo emocinado pela redes sociais
O professor da Faculdade de Medicina de Campos, Paulo Melo, da área de Farmacologia, fez pelas redes sociais, no último dia 31 de dezembro, último dia do ano, um apelo emocionado em defesa da Faculdade de Medicina de Campos, que parece atravessar uma grave crise.
Confira abaixo o depoimento do professor Paulo Melo e avalie mais uma crise institucional em nosso município:
"Prezados colegas ex alunos e graduandos da FMC
Hoje, véspera de ano novo, é um raro dia de minha vida que não falo em trabalho e só iria ao hospital se estivesse de plantão ou algo de emergência. Falei com amigos contemporaneos diversos da nossa FMC e também com ex alunos...estou abalado e comparo com a sensação de perda de um familiar querido, difícil de descrever...
Acabei de ter notícias, que considero absurdas, que aconteceramm na FMC..
O setor de RH elaborou, baseado em critérios da direção, lista dos demitidos...demitidos...entre eles notáveis que fundaram a FMC. Instalaram cursos e outros que deram seu tempo a ajudar a manter o seu padrão desde a criação.
Sempre soube que no mundo corporativo, ou dos negócios, vale o equilíbrio financeiro. DEMITIR para equilibrar a contas. Mas sabe-se que depois destas teorias todas que sempre se aplica uma dose de emoção e consideração quando se trata da demitir àquelas pessoas que doaram seu tempo, seus bens e o convívio familiar para criar um núcleo formador de recursos humanos. Somente olhando pra trás pode-se medir o tamanho da empreitada e do sacrifício. Faço parte da legião, chamo assim pois somos mais de dois mil, que nos tornamos profissionais alí formados que amadureceram e se transformaram em cidadãos. Foi um trabalho único, considerando que acompanhei a criação de várias outras escolas de medicina em nossa região nas últimas quatro décadas.
Gostaria que fosse boato o que falaram sobre a forma de saída de pessoas que criaram esta FACULDADE...Não existe programa pedagógico ou título acadêmicoque dá a um indivíduo a capacidade de administrar e ser professor. Lidar com alunos, funcionários e professores educadores requer mais do que títulos outreinamento, requer o coração. Era isso que os criadores desta nossa FMC, tinham, cada um a seu modo, entusiasmo, ao criar esta escola de Medicina. Geraldo Venâncio, Cardoso de Mello, Luis Carlos Silva, Decio Lobo de Azevedo, Paes da Cunha, nos diziam, "vocês serão médicos, aprendam e ajam como médicos, e aqui formarão para servir ao país e à humanidade".
Não posso esquecer a fibra e a vibração deles. Não criaram uma escola de segundo grau, com controles rígidos de sala, cheios de salas bonitas com lanchonetes luxuosas, tudo era singular, sem burocracias e roletas. Mas uma escola médica com amplo sentido de liberdade, imaginem, e em pleno governo militar...
Passamos pelo regime militar aprendendo cidadania pelos exemplos que nos vinham da FMC. Acho que agora vejo a ditadura, só que esta vindo de dentro da FMC para nós todos...
Temos que repensar esta escola, peço aos alunos e colegas ex alunos que se manifestem e deixem claro que a direção deve olhar para trás se pensa em ver adiante...
As vezes é preciso estar de fora para se enxergar o óbvio. Como ex aluno estou preocupado, com a insensibilidade administrativa..e a visão de modernidade desta direção. Dá-nos a impressão de de estar reformando um carro ou um imóvel, para dar aparências e depois vende-lo..
Sera um difícil ano novo para o ex aluno, ex professor e apaixonado pela FMC,
Paulo A. Melo."
Confira abaixo o depoimento do professor Paulo Melo e avalie mais uma crise institucional em nosso município:
"Prezados colegas ex alunos e graduandos da FMC
Hoje, véspera de ano novo, é um raro dia de minha vida que não falo em trabalho e só iria ao hospital se estivesse de plantão ou algo de emergência. Falei com amigos contemporaneos diversos da nossa FMC e também com ex alunos...estou abalado e comparo com a sensação de perda de um familiar querido, difícil de descrever...
Acabei de ter notícias, que considero absurdas, que aconteceramm na FMC..
O setor de RH elaborou, baseado em critérios da direção, lista dos demitidos...demitidos...entre eles notáveis que fundaram a FMC. Instalaram cursos e outros que deram seu tempo a ajudar a manter o seu padrão desde a criação.
Sempre soube que no mundo corporativo, ou dos negócios, vale o equilíbrio financeiro. DEMITIR para equilibrar a contas. Mas sabe-se que depois destas teorias todas que sempre se aplica uma dose de emoção e consideração quando se trata da demitir àquelas pessoas que doaram seu tempo, seus bens e o convívio familiar para criar um núcleo formador de recursos humanos. Somente olhando pra trás pode-se medir o tamanho da empreitada e do sacrifício. Faço parte da legião, chamo assim pois somos mais de dois mil, que nos tornamos profissionais alí formados que amadureceram e se transformaram em cidadãos. Foi um trabalho único, considerando que acompanhei a criação de várias outras escolas de medicina em nossa região nas últimas quatro décadas.
Gostaria que fosse boato o que falaram sobre a forma de saída de pessoas que criaram esta FACULDADE...Não existe programa pedagógico ou título acadêmicoque dá a um indivíduo a capacidade de administrar e ser professor. Lidar com alunos, funcionários e professores educadores requer mais do que títulos outreinamento, requer o coração. Era isso que os criadores desta nossa FMC, tinham, cada um a seu modo, entusiasmo, ao criar esta escola de Medicina. Geraldo Venâncio, Cardoso de Mello, Luis Carlos Silva, Decio Lobo de Azevedo, Paes da Cunha, nos diziam, "vocês serão médicos, aprendam e ajam como médicos, e aqui formarão para servir ao país e à humanidade".
Não posso esquecer a fibra e a vibração deles. Não criaram uma escola de segundo grau, com controles rígidos de sala, cheios de salas bonitas com lanchonetes luxuosas, tudo era singular, sem burocracias e roletas. Mas uma escola médica com amplo sentido de liberdade, imaginem, e em pleno governo militar...
Passamos pelo regime militar aprendendo cidadania pelos exemplos que nos vinham da FMC. Acho que agora vejo a ditadura, só que esta vindo de dentro da FMC para nós todos...
Temos que repensar esta escola, peço aos alunos e colegas ex alunos que se manifestem e deixem claro que a direção deve olhar para trás se pensa em ver adiante...
As vezes é preciso estar de fora para se enxergar o óbvio. Como ex aluno estou preocupado, com a insensibilidade administrativa..e a visão de modernidade desta direção. Dá-nos a impressão de de estar reformando um carro ou um imóvel, para dar aparências e depois vende-lo..
Sera um difícil ano novo para o ex aluno, ex professor e apaixonado pela FMC,
Paulo A. Melo."
Produção no pré-sal
Muita gente ainda pensa que a produção de petróleo e gás na camada de pré-sal no litoral brasileiro é coisa para o futuro. Ao contrário, ela já acontece. No mês de novembro a produção total no pré-sal foi de 339,4 mil bbl/d de petróleo e 11,5 milhões de m³/d de gás natural. O montante, que totalizou 412,0 mil boe/d, representou um aumento de 10,8 % em relação a outubro, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Esta produção foi oriunda de 28 poços: cinco deles no campo de Baleia Azul; um em Caratinga e Barracuda; três em Jubarte; três em Linguado; sete em Lula; um em Marlim e Voador; três em Marlim Leste; dois em Pampo; um em Pirambu; um em Sapinhoá; e, finalmente, um no Campo de Trilha.
Esta produção foi oriunda de 28 poços: cinco deles no campo de Baleia Azul; um em Caratinga e Barracuda; três em Jubarte; três em Linguado; sete em Lula; um em Marlim e Voador; três em Marlim Leste; dois em Pampo; um em Pirambu; um em Sapinhoá; e, finalmente, um no Campo de Trilha.
sábado, janeiro 04, 2014
Royalties para Campos e SJB com P-55 no campo de Roncador
A entrada em operação da P-55 no último dia do ano de 2013 na Bacia de Campos, no Campo de Roncador significará um aporte considerável de recursos na parcela de royalties e participação especial para os municípios de Campos dos Goytacazes e São João da Barra.
Neste início de produção a P-55 está interligada 17 poços, sendo 11 produtores de petróleo e gás e seis injetores de água. A exportação de petróleo e gás natural da plataforma será realizada por dutos submarinos conectados da plataforma até a rede de escoamento de petróleo e gás da Bacia de Campos.

A P-55, unidade do tipo semissubmersível, instalada em local onde a profundidade é de 1.800 metros, foi projetada para processar 180 mil barris de petróleo por dia, comprimir 6 milhões m³ por dia de gás natural e injetar 290 mil barris de água por dia. Com 52 mil toneladas, 10 mil m² de área, a P-55 é a maior plataforma semissubmersível construída no Brasil.
As receitas dos royalties oriundos da produção da P-55 deverão começar a entrar nos orçamentos municipais entre março e abril próximos.
Neste início de produção a P-55 está interligada 17 poços, sendo 11 produtores de petróleo e gás e seis injetores de água. A exportação de petróleo e gás natural da plataforma será realizada por dutos submarinos conectados da plataforma até a rede de escoamento de petróleo e gás da Bacia de Campos.

A P-55, unidade do tipo semissubmersível, instalada em local onde a profundidade é de 1.800 metros, foi projetada para processar 180 mil barris de petróleo por dia, comprimir 6 milhões m³ por dia de gás natural e injetar 290 mil barris de água por dia. Com 52 mil toneladas, 10 mil m² de área, a P-55 é a maior plataforma semissubmersível construída no Brasil.
As receitas dos royalties oriundos da produção da P-55 deverão começar a entrar nos orçamentos municipais entre março e abril próximos.
sexta-feira, janeiro 03, 2014
Moradores reclamam de falta de água no Açu
A comunidade onde está sendo instalado o Porto do Açu sofre de mais um problema básico: falta de água. No ano passado foi feita uma extensão de rede ampliando em cerca de um terço o número de moradores com acesso à distribuição de água.
O problema é que não ampliaram a captação de água e nem a bomba para dar conta desta distribuição ampliada. A ampliação da rede teria sido feita pela prefeitura com apoio da empresa LLX.
A ampliação do problema pode estar se dando pelo possível abuso por parte deste novos consumidores, já que não teriam sido instalados hidrômetros pela Cedae, o que poderia estar contribuindo para ampliação da falta de água nos pontos mais distantes da caixa d´água e nas pontas de rede. A grita já circula no Facebook.
Moradores reclamam que desde o dia 31 o problema é grande com a falta de pressão para levar água para a caixa.
Não parece ser difícil prever que o problema se daria com a ampliação da rede e com o aumento do calor e dos veranistas desta época do ano. A cada dia se descobre mais impactos para as comunidades.
Espera-se que o problema seja solucionado.
O problema é que não ampliaram a captação de água e nem a bomba para dar conta desta distribuição ampliada. A ampliação da rede teria sido feita pela prefeitura com apoio da empresa LLX.
A ampliação do problema pode estar se dando pelo possível abuso por parte deste novos consumidores, já que não teriam sido instalados hidrômetros pela Cedae, o que poderia estar contribuindo para ampliação da falta de água nos pontos mais distantes da caixa d´água e nas pontas de rede. A grita já circula no Facebook.
Moradores reclamam que desde o dia 31 o problema é grande com a falta de pressão para levar água para a caixa.
Não parece ser difícil prever que o problema se daria com a ampliação da rede e com o aumento do calor e dos veranistas desta época do ano. A cada dia se descobre mais impactos para as comunidades.
Espera-se que o problema seja solucionado.
Calendário de pagamento de IPVA 2014 no RJ
Veja abaixo o calendário pelo último número da placa do seu veículo. A partir do dia 14/01/2014 você pode clicar aqui e digitando o Renavam do seu carro emitir o boleto com o valor do IPVA 2014.
Concurso para professor da UFRJ e na UFF
Fiat continua liderando vendas de carros no Brasil
Por doze anos consecutivo a Fiat segue na frente do mercado brasileiro tendo produzido 764 mil unidades (21,4%); Em segundo vem a Volks com 18,6%, quase empatada com GM que tem 18,2%. Em quarto a Ford com 9,4%. Em quinto a Renault com 6,6%. Em sexto a Hyundai com 5,9%. Em sétimo a Toyota 4,9%. Oitavo a Honda com 3,9%. Outras marcas somaram 11%. Em 2013 foram vendidos um total de 3,44 milhões de carros no Brasil.
Impacto de Vizinhança em Campos
Na edição de hoje do Diário Oficial de Campos está publicada a Resolução do Conselho Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo que define os procedimentos para a realização de Audiência Pública para análise dos Estudos e Relatório de Impacto de Vizinhança dos empreendimentos a serem instalados no município.
Resta saber do real interesse sobre o cumprimento efetivo da exigência legal que tanto interessa aos munícipes.
Abaixo cópia da referida resolução. Clique sobre a imagem para ver em tamanho maior.
Resta saber do real interesse sobre o cumprimento efetivo da exigência legal que tanto interessa aos munícipes.
Abaixo cópia da referida resolução. Clique sobre a imagem para ver em tamanho maior.
Porto Sul em Ilhéus
Pela legislação atual a constituição de uma Parceira-Público-Privada (PPP) deve ser precedida por um edital de licitação para escolha das empresas privadas interessadas em participar do empreendimento.
É desta forma que o governo do Estado da Bahia decidiu lançar na semana que vem um edital para consulta pública sobre a construção do segundo terminal do Porto Sul, em Ilhéus.
O objetivo do processo licitatório é definir as empresas que comporão a Sociedade de Propósito Específico responsável pela construção e operação do terminal.
Para erguer o novo terminal, serão necessários cerca de R$ 2 bilhões em investimentos. Já o custo total do porto está estimado em R$ 5,6 bilhões.
É desta forma que o governo do Estado da Bahia decidiu lançar na semana que vem um edital para consulta pública sobre a construção do segundo terminal do Porto Sul, em Ilhéus.
O objetivo do processo licitatório é definir as empresas que comporão a Sociedade de Propósito Específico responsável pela construção e operação do terminal.
Para erguer o novo terminal, serão necessários cerca de R$ 2 bilhões em investimentos. Já o custo total do porto está estimado em R$ 5,6 bilhões.
A consulta pública terá 60 dias de duração. Já a licitação deve estar concluída até junho. Conforme o modelo de negócios, o governo baiano será sócio minoritário, mas com direito a veto em decisões.
O projeto do Porto Sul prevê dois terminais: um de uso privativo, de minério de ferro pela empresa Bahia Mineração, que explora minério de ferro em Caetité. O segundo terminal será constituído por Sociedade de Propósito Especifico (SPE) para o qual está sendo lançado o edital.
O projeto terá uma ponte de acesso de uso compartilhado entre os dois terminais do empreendimento Porto Sul que ligará a costa aos píeres de carregamento localizados em área abrigada por quebra-mar.
O projeto do Porto Sul prevê dois terminais: um de uso privativo, de minério de ferro pela empresa Bahia Mineração, que explora minério de ferro em Caetité. O segundo terminal será constituído por Sociedade de Propósito Especifico (SPE) para o qual está sendo lançado o edital.
O projeto terá uma ponte de acesso de uso compartilhado entre os dois terminais do empreendimento Porto Sul que ligará a costa aos píeres de carregamento localizados em área abrigada por quebra-mar.
Em dezembro, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) concedeu autorização para construção do Porto Sul em Ilhéus. O Porto Sul será O projeto Porto Sul faz parte do Plano Logístico de Escoamento da Produção correlacionado com a Ferrovia de Integração Oeste-Leste.
Pelo projeto do porto interligado à ferrovia a produção de grãos do Centro-Oeste, principalmente do estado de Mato Grosso, será escoado pelo Porto Sul, utilizando as ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste.
Assim, não é apenas o litoral fluminense e capixaba que projeta o uso do seu litoral para exportação e conexão mundial. As resistências pela ocupação de uma área litorânea de imenso potencial turístico foi intenso, mas, precedido de negociações.
quinta-feira, janeiro 02, 2014
Drones pelos ares e pelos mares
Veículos não tripulados (drones) começaram a ser testados para entrega de mercadorias por via aérea para o site da Amazon. (Veja aqui e no vídeo de pouco mais de 1 minuto abaixo)
A logística permitirá que uma encomenda possa ser entregue até meia hora depois de adquirida.
O uso de drones para fins não militares cresce. Iniciou na agricultura.
Além dos ares, nos mares. Em novembro, no Havaí, uma embarcação laranja de 5,8 x 2 metros completou com sucesso uma travessia oceânica de 2.336 milhas náuticas em 34 dias também sem tripulação e à vela, sem uso de combustível, portanto.
A empresa Harbor Wing planeja operar na área de transporte comercial de carga. Para isto está desenvolvendo um drone de 9 metros capaz de transportar 910 kg de carga.
Mias detalhes veja aqui.
A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) anunciou os primeiros seis Estados norte-americanos onde empresas poderão testar os dispositivos voadores com finalidades civis. São eles: Alasca, Nevada, Nova York, Dakota do Norte, Texas e Virgínia.
Os testes com esses equipamentos começarão daqui seis meses, e as operações irão durar até fevereiro de 2017. A Universidade do Alasca deve se focar na cobertura de zonas climáticas, enquanto que o Aeroporto Internacional de Griffins, no noroeste do Estado de Nova York, vai estudar a integração dos drones ao tráfego aéreo da costa leste. Já o Departamento de Comércio de Dakota do Norte cuidará da tecnologia usada nas aeronaves, e a Universidade A&M de Corpus Christi, no sul do Texas, estudará normas e procedimentos de segurança. A Universidade Virginia Tech, ao leste do Estado, vai avaliar os riscos técnicos e operacionais.
Mais informações sobre estas decisões leia aqui.
Tempos estranhos em que soluções de logística podem migrar dos aeroportos e portos (atuais demandas de infraestrutura) para outras formas até então presentes na ficção científica.
Se de um lado o fetiche da tecnologia nos enche os olhos, de outro, estes "modernos tempos" produzirá ainda mais anomia e estranheza.
PS.: Anomia: sentimento de desenraizamento, de estar à deriva.
A logística permitirá que uma encomenda possa ser entregue até meia hora depois de adquirida.
O uso de drones para fins não militares cresce. Iniciou na agricultura.
Além dos ares, nos mares. Em novembro, no Havaí, uma embarcação laranja de 5,8 x 2 metros completou com sucesso uma travessia oceânica de 2.336 milhas náuticas em 34 dias também sem tripulação e à vela, sem uso de combustível, portanto.
A empresa Harbor Wing planeja operar na área de transporte comercial de carga. Para isto está desenvolvendo um drone de 9 metros capaz de transportar 910 kg de carga.
Mias detalhes veja aqui.
A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) anunciou os primeiros seis Estados norte-americanos onde empresas poderão testar os dispositivos voadores com finalidades civis. São eles: Alasca, Nevada, Nova York, Dakota do Norte, Texas e Virgínia.
Os testes com esses equipamentos começarão daqui seis meses, e as operações irão durar até fevereiro de 2017. A Universidade do Alasca deve se focar na cobertura de zonas climáticas, enquanto que o Aeroporto Internacional de Griffins, no noroeste do Estado de Nova York, vai estudar a integração dos drones ao tráfego aéreo da costa leste. Já o Departamento de Comércio de Dakota do Norte cuidará da tecnologia usada nas aeronaves, e a Universidade A&M de Corpus Christi, no sul do Texas, estudará normas e procedimentos de segurança. A Universidade Virginia Tech, ao leste do Estado, vai avaliar os riscos técnicos e operacionais.
Mais informações sobre estas decisões leia aqui.
Tempos estranhos em que soluções de logística podem migrar dos aeroportos e portos (atuais demandas de infraestrutura) para outras formas até então presentes na ficção científica.
Se de um lado o fetiche da tecnologia nos enche os olhos, de outro, estes "modernos tempos" produzirá ainda mais anomia e estranheza.
PS.: Anomia: sentimento de desenraizamento, de estar à deriva.
"A internet já é a mídia mais consumida no país"
A internet já é a mídia mais consumida no país, com mais de 100 milhões de internautas. A pesquisa foi feita pela IAB Brasil em parceria com a comScore. Segundo o levantamento "Brasil Conectado – Hábitos de Consumo de Mídia", que pesquisou a importância da internet na rotina dos brasileiros, a internet já é considerada como o meio mais importante para 82% dos 2.075 entrevistados. Mais de 40% dos entrevistados passam, pelo menos, duas horas por dia navegando na internet (em vários dispositivos digitais), enquanto apenas 25% gastam o mesmo tempo assistindo TV.
Chinesa Sinopec estuda local para armazenagem de petróleo
D Rede PetroNotícias a informação lembrando que as petroleiras chinesas CNOOC e CNPC participaram do consórcio para arrematar o direito de exploração do campo de Libra:
"Sinopec estuda construir novo terminal de petróleo fora da Ásia"
"As chinesas estão se espalhando pelo mundo com cada vez mais força e um novo projeto tem sido traçado nos planos da Sinopec. A divisão de armazenagem de petróleo da estatal asiática, Sinopec Kantons, estuda a construção de um grande terminal de petróleo fora de seu território nacional até 2020, e os focos principais são a África e as Américas.
Para o diretor comercial da Sinopec Kantons, Xu Ruiqing, o continente africano é um destaque porque já é um grande produtor e exportador de petróleo, mas não possui um grande terminal em sua região oeste.
Em relação às Américas, ele destaca que o Brasil e alguns outros países estão exportando petróleo e aumentando seus portfólios de produção, de modo que uma área entre a América do Sul e a América do Norte poderia ser escolhida como um ponto estratégico. No entanto, a empresa ainda não definiu o local definitivo do projeto, ressaltando que o foco são áreas onde haja um comércio ativo de petróleo."
Para o diretor comercial da Sinopec Kantons, Xu Ruiqing, o continente africano é um destaque porque já é um grande produtor e exportador de petróleo, mas não possui um grande terminal em sua região oeste.
Em relação às Américas, ele destaca que o Brasil e alguns outros países estão exportando petróleo e aumentando seus portfólios de produção, de modo que uma área entre a América do Sul e a América do Norte poderia ser escolhida como um ponto estratégico. No entanto, a empresa ainda não definiu o local definitivo do projeto, ressaltando que o foco são áreas onde haja um comércio ativo de petróleo."
quarta-feira, janeiro 01, 2014
O aumento da desigualdade nos EUA
Saindo das festas e voltando ao ritmo das reflexões vale conferir o novo artigo do Paul Krugman:
A desigualdade nos EUA
Aumento da disparidade de renda fez mais que a recessão para deprimir os ganhos da classe média
por Paul Krugman, do The New York Times — publicado 01/01/2014 10:14
Demorou um tempo incrivelmente longo, mas a desigualdade finalmente está surgindo como uma questão unificadora significativa para os progressistas nos Estados Unidos – incluindo o presidente. E também há, inevitavelmente, uma reação, ou na verdade algumas reações.
Uma delas vem de grupos como a organização Terceira Via. Josh Marshall, editor de Talking Points Memo, caracterizou essa posição em um artigo recente: “Ela capta muito do que se trata a ‘Terceira Via’: uma espécie de retrocesso fossilizado a um período do fim do século XX em que havia um mercado para grupos que tentavam puxar os democratas ‘de volta para o centro e para longe do extremismo ideológico’, em uma era em que os democratas são o partido, razoavelmente, não ideológico e têm um histórico bastante decente de ganhar eleições nas quais a maioria das pessoas vota”.
Mas também há uma reação intelectual, com pessoas como o colunista Ezra Klein do Washington Post afirmando que a desigualdade, embora seja uma questão importante, não pode ser descrita como “o desafio definidor de nosso tempo”. Isso, por sua vez, enfurece outros comentaristas.
Bem, eu não estou furioso, mas argumentaria que Klein entendeu errado.
A tese de que a desigualdade é um desafio importante e realmente definidor – e algo que deveria estar no centro das preocupações progressistas – repousa em diversos pilares. Vistas juntas, as razões para se concentrar na desigualdade são extremamente convincentes, mesmo que você seja cético sobre determinados argumentos.
Deixe-me defender quatro pontos.
Primeiro, em puros termos quantitativos, o aumento da desigualdade é o que o vice-presidente Joe Biden chamaria de Grande Alguma Coisa. Os dados referentes à distribuição de renda mostram que a parcela dos 90% na camada inferior de renda, excluindo ganhos de capital, caiu de 54,7%, em 2000, para 50,4%, em 2012. Isso significa que a renda dos 90% na camada inferior é cerca de 8% menor do que teria sido se a desigualdade tivesse se mantido estável. Enquanto isso, as estimativas da lacuna
de produção – à medida que nossa economia está operando abaixo da capacidade – geralmente são inferiores a 6%. Assim, em puros termos numéricos, o aumento da desigualdade fez mais que a recessão para deprimir as rendas da classe média.
de produção – à medida que nossa economia está operando abaixo da capacidade – geralmente são inferiores a 6%. Assim, em puros termos numéricos, o aumento da desigualdade fez mais que a recessão para deprimir as rendas da classe média.
Alguém poderia argumentar que os danos causados pelo desemprego são maiores que a simples perda de renda, e eu concordaria. Mas é difícil olhar para esse tipo de cálculo e relegar a desigualdade a uma questão secundária.
Em segundo lugar, existe uma tese razoável para se atribuir pelo menos parcialmente a culpa pela crise econômica ao aumento da desigualdade. A melhor história envolve algo como isso: havia uma poupança elevada do 1% da população, com a demanda sustentada apenas pelo rápido aumento da dívida mais abaixo na escala – e, como esse empréstimo era conduzido parcialmente pela desigualdade, levou a uma cascata de gastos e assim por diante. É um caso dramático? Não – mas é sério, e reforça o resto do argumento.
Em terceiro, existe o aspecto da economia política, em que se pode argumentar que os fracassos políticos, tanto antes como, talvez de modo ainda mais crucial, depois da crise, foram distorcidos pelo aumento da desigualdade e o correspondente aumento do poder político do 1%. Antes da crise, havia um consenso da elite a favor da desregulamentação e da financialização que nunca foi justificado por evidências, mas se alinhava estreitamente aos interesses de uma pequena e muito rica minoria. Depois da crise, houve o súbito afastamento da geração de empregos para a obsessão pelo déficit; pesquisas sugerem que isso não era absolutamente o que o eleitor médio queria, mas que refletia as prioridades dos ricos. E a insistência na importância de cortar benefícios é avassaladoramente uma coisa do 1%.
Finalmente, e muito ligada a isso, está a questão do que os grupos de pensadores progressistas deveriam pesquisar. Klein sugeriu recentemente que “como combater o desemprego” deveria ser um tópico mais central que “como reduzir a desigualdade”. Mas há aquela coisa: sabemos como combater o desemprego – não perfeitamente, mas a boa e velha macroeconomia básica funcionou muito bem desde 2008. Não há mistério na economia de nossa lenta recuperação – é isso que o acontece quando endurecemos a política fiscal, apesar da desalavancagem privada, e a política monetária é restrita pelo limite inferior a zero. A questão é por que nosso sistema político ignorou tudo o que a macroeconomia aprendeu, e a resposta para essa pergunta, como já sugeri, tem muito a ver com a desigualdade.
terça-feira, dezembro 31, 2013
Bem-vindo 2014!
É apenas mais mais um dia, mais um mês e um novo ano.
Porém, a esperança é sempre renovada como a fé no que virá.
Boa festa e feliz 2014!
segunda-feira, dezembro 30, 2013
Mais David Harvey!
Para fechar 2013, mais uma boa entrevista com o geógrafo David Harvey. Esta foi publicada na edição de hoje, no Valor, P.A12.
A boa entrevista nem sempre é pelo entrevistado, mas, muitas vezes também pelo(a) entrevistador(a). Quando se trata de alguém que entende do assunto e tem perspicácia para aprofundar um assunto não previsto inicialmente, torna a entrevista redonda e ao mesmo tempo profunda.
Esta entrevista traz alguns temas já abordados antes, mas, traz novidades bastante interessantes. Uma delas é aparentemente um conceito ainda a ser aprofundado que Harvey chamou de "alienação universal" que podem ajudar a explicar parte dos protestos pelo mundo.
Outro ponto interessante é a forma didática que Harvey usa para mostrar como a crise do sistema capitalista migrou do mundo da produção, para o sistema financeiro e deste para o setor imobiliário. Neste ponto ele diz que Marx já havia analisado as crises de 1847/1848 e 1857, em Londres, quando os problemas foram financeiros e comerciais e não da produção.
Vale conferir toda a entrevista. Os grifos são do blogueiro:
David Harvey: auditórios lotados em três capitais brasileiras para falar sobre Karl Marx e a crise do capitalismo
A boa entrevista nem sempre é pelo entrevistado, mas, muitas vezes também pelo(a) entrevistador(a). Quando se trata de alguém que entende do assunto e tem perspicácia para aprofundar um assunto não previsto inicialmente, torna a entrevista redonda e ao mesmo tempo profunda.
Esta entrevista traz alguns temas já abordados antes, mas, traz novidades bastante interessantes. Uma delas é aparentemente um conceito ainda a ser aprofundado que Harvey chamou de "alienação universal" que podem ajudar a explicar parte dos protestos pelo mundo.
Outro ponto interessante é a forma didática que Harvey usa para mostrar como a crise do sistema capitalista migrou do mundo da produção, para o sistema financeiro e deste para o setor imobiliário. Neste ponto ele diz que Marx já havia analisado as crises de 1847/1848 e 1857, em Londres, quando os problemas foram financeiros e comerciais e não da produção.
Vale conferir toda a entrevista. Os grifos são do blogueiro:
Marx atrai jovens em busca de explicações para
crises urbanas
Por Vanessa Jurgenfeld | De São Paulo

O geógrafo britânico David Harvey lotou auditórios em três diferentes cidades do país - Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro - em novembro, quando veio para falar sobre o capitalismo e promover um de seus livros mais antigos, "Os Limites do Capital", lançado em 1982 nos Estados Unidos, mas somente agora traduzido para o português pela Boitempo. A plateia, formada por pessoas especialmente na faixa dos 20 anos, mostra o interesse cada vez maior pelo autor, sobretudo, entre os leitores mais jovens.
Segundo a editora, 4,2 mil pessoas participaram dos quatro eventos realizados com o autor no país. Aos 78 anos, o próprio Harvey não sabe explicar essa audiência tão grande. Uma possível resposta, diz, é que há um aumento de interesse pelas ideias de Karl Marx (autor de referência para Harvey) após 2007-2008, a maior crise do capitalismo desde 1930. Mas, segundo o geógrafo, isso é só parte da verdade.
Harvey acha que se tornou uma pessoa mais conhecida ao fazer um site na internet há cinco anos e por ter colocado um curso gratuito na rede sobre "O Capital", obra de Marx. Ele conta que já são 2,5 milhões de visitantes no seu site e o curso já está traduzido para 27 idiomas, com a contribuição voluntária de pessoas que criaram legendas para as aulas.
O autor tem um olhar interessante e didático para a obra de Marx, na qual encontrou explicações para os conflitos do espaço urbano, sobretudo porque a mais recente crise relaciona mercado imobiliário e sistema financeiro mundial. Alguns pesquisadores acham que as ideias de Harvey ajudam a explicar os problemas vividos em grandes cidades como São Paulo, e são eles que estariam por trás dos conflitos ocorridos nas manifestações de junho.
A imersão em Marx começou a partir de um estudo nos anos 60, quando Harvey analisava o sistema imobiliário de Baltimore, nos Estados Unidos. Para ele, que atualmente é professor na pós-graduação da City University of New York, a paisagem geográfica é palco de um conflito social onde a luta de classes pode ser vista concretamente.
Acompanhando de longe as manifestações de rua no país e em outras cidades do mundo, o geógrafo diz que essa é uma nova forma de fazer política. Mas, ao mesmo tempo, para ele, é preciso relacionar esse tipo de ativismo político com o que chamou de alienação universal.
A seguir, os principais trechos da entrevista:
Valor: O que torna as ideias de Karl Marx atuais?
David Harvey: Acho que as ideias de Marx sempre foram importantes. A questão é: qual o contexto em que as ideias foram usadas e como foram usadas. Foi mais difícil usar ideias de Marx em relação ao capital diretamente entre os anos 60 e 70. Mas, como consequência do neoliberalismo [corrente de pensamento que se evidenciou no pós-1970], ficou mais direta a conexão entre o que Marx dizia e o que está acontecendo ao nosso redor. A outra coisa é que, quando escrevi o livro, eram recentes as questões sobre o capital financeiro, não havia muitos escritos e questões sobre o papel da especulação, e, em particular, sobre a especulação imobiliária no espaço urbano. Agora, acho que é ainda mais importante esse olhar, porque a última crise, de 2007-2008, não se originou no mundo da produção, mas no da urbanização, particularmente, no sistema de financiamento imobiliário. Se voltarmos ao volume 3 de Marx, ele faz uma análise sobre a crise de 1847-48 e a de 1857. Nos dois casos, são crises financeiras e comerciais e não crises na produção. Então, Marx tinha uma teoria sobre crises financeiras e comerciais que ninguém tinha olhado.
"A coisa marcante é que nenhum dos eventos que estamos vendo foram antecipados"
Valor: O que o sr. poderia citar como um paralelo das crises que Marx estudou com a crise de 2008?
Harvey: Marx faz um considerável exame do que ele chama de papel incorreto do 'Bank Act', de 1844, quando o governo britânico fez uma revisão do papel do banco central. Marx mostra como aquela revisão exacerbou a crise posterior. Tornou-a mais profunda e longa do que seria. Acho que essa é uma boa maneira de se pensar o papel hoje do Banco Central Europeu (BCE). O BCE está tornando a crise mais profunda e estendendo-a na Europa. Acho que Marx é ainda mais interessante agora.
Valor: O sr. afirmou que a forma de trabalho caracterizado pela mão de obra barata em vários países também pode ser entendida usando a teoria de Marx.
Harvey: Marx fala de alienação no processo de produção. Entre os marxistas, há muitas críticas contra o termo alienação, porque ele não seria científico, seria mais emotivo e instável. Acho que isso é um grande erro, porque vimos que muitos protestos que aconteceram, e ainda acontecem, no mundo neste momento se originaram em um tipo de reação emocional. E muitos deles são instáveis. Então, esse é um ótimo momento para voltarmos a levantar questões sobre a alienação e como ela se relaciona com o ativismo político. A alienação produz diferentes tipos de respostas. As pessoas podem falar: 'Não posso fazer nada, não é da minha conta', e ficam sentadas assistindo à TV. Ou as pessoas ficam tomadas pela raiva. Nós temos visto muitos movimentos sociais nos anos recentes que são caracterizados por essa raiva explosiva em uma população, que parecia estar indiferente. Isso é um clássico modo de como a política da alienação ocorre no dia a dia. Acho que estamos lidando com uma coisa que chamaria de alienação universal nesse momento. Alienação sobre o trabalho, alienação sobre a natureza da vida urbana, alienação nos protestos...
Valor: Esse momento político pode mudar algo, sendo um tipo de alienação, ou não pode mudar nada?
Harvey: Essa é a dificuldade da política da alienação. Ela produz essa raiva e a questão é se essa raiva pode mudar, ser organizada e se transformar em um projeto político, nos levando para um mundo diferente. Isso me parece a grande questão no momento. O que existe é que a efervescência segue e vemos emergir novas formas de organização política. Pode ela de alguma forma superar suas diferenças e capturar a raiva existente e torná-la uma força política? Não sei se isso pode de fato acontecer.
Valor: Os protestos são fragmentados em todo o mundo. É necessário tornar esse movimento global para uma mudança significativa?
Harvey: Protestos globais possuem uma dinâmica curiosa. Se você olhar para trás, historicamente, em 1848, havia uma revolução em Paris, Londres, Frankfurt, Milão, mas a revolução acabou tomando todo o continente. Ninguém organizou isso em todos os lugares. Isso apenas aconteceu. Em alguns países recentemente houve esses movimentos de "occupy". Lembro-me melhor do movimento de 15 de fevereiro de 2003, quando havia perigo de guerra no Iraque e todo o mundo - 2 milhões de pessoas em Roma, 2 milhões de pessoas também em Madri, Nova York e Londres - fizeram um protesto simultâneo, sem nenhum plano organizado. A coisa marcante da situação atual é que nenhum desses eventos que estamos vendo foram antecipados.
Valor: Algumas pessoas analisam o protesto no Brasil como de pessoas que buscavam ter direito à cidade, um termo que o sr. usa...
Harvey: Não sei quais os movimentos sociais envolvidos, não estava aqui, então acho difícil fazer um julgamento. Eu ouvi isso de fontes confiáveis. E aceito que esse era um elemento. Mas não posso responder isso.
Valor: O sr. tem dito que há hoje um problema comum em diversas grandes cidades do mundo, relacionado ao aumento do capital especulativo imobiliário...
Harvey: O capitalismo está vivendo um duro momento. Na verdade, nos últimos 20, 30 anos ele está tentando achar formas alternativas e lucrativas para o investimento, porque a clássica forma de investimento está reduzindo seus retornos. Foi assim com o 'boom' dos eletrônicos da década de 90, que se tornou muito especulativo, e também com a bolha da internet que resultou no 'crash' do mercado de ações em 2000. E depois o dinheiro começou a ir para o mercado imobiliário e tivemos um 'crash' entre 2007 e 2008. Os sinais são de que o capitalismo não sabe nesse momento o que fazer com o excedente.
Valor: Como assim?
Harvey: O Federal Reserve (Fed, banco central americano) está colocando mais dinheiro na economia. A maior parte está indo para o mercado de ações e outra parte está ficando dentro do sistema bancário. Quase nada tem sido de fato investido na produção. Esse capital está, portanto, apenas circulando no sistema financeiro e as pessoas estão desesperadas para achar onde colocar o capital. A reurbanização é um dos locais em que o excedente pode ser absorvido com bons rendimentos [para o capital].
Valor: Quais lugares o sr. poderia citar como exemplo de onde isso ocorre atualmente?
Harvey: Na China, uma grande quantidade de dinheiro tem ido para a urbanização. Não me surpreende que existam megaprojetos no urbano. Esse tipo de investimento cria uma estrutura Ponzi [especulativa]. Você põe dinheiro na cidade, a cidade começa a explodir, e todo mundo coloca dinheiro nisso, e os preços das propriedades em todo o lugar sobem expressivamente. Isso está acontecendo em São Paulo, Londres, Xangai, Hong Kong e em Mumbai. Há muitas vezes remoção de população e isso tem trazido algum tipo de resistência. Por isso, não é acidentalmente que os maiores eventos políticos dos últimos tempos sejam sobre as cidades, sobre a vida urbana. Esse é um campo de uma vigorosa contestação política no momento. E continuará a ser até o capital encontrar outra coisa para aplicar seus recursos.
Valor: Estamos vivendo um momento em que há ainda mais aprofundada a divisão entre a cidade do rico e a cidade do pobre dentro de uma mesma cidade?
Harvey: As cidades sempre foram divididas em classes. Sempre foram microestados. Mas provavelmente as desigualdades aumentaram, porque a desigualdade de renda aumentou também. Por exemplo, na cidade de Nova York, em 2012, 1% da população vivia com US$ 3,75 milhões por ano, enquanto 50% da população tentava viver com menos de US$ 30 mil. Nunca vimos níveis de disparidades desse tamanho desde 1920. Nova York se tornou uma cidade incrivelmente rica, a cidade está indo muito bem, mas grande parte das pessoas está ficando muito pobre. Quando isso acontece, você vê mais lutas emergindo, derivadas dessas desigualdades.
"Na verdade, acredito que o custo do trabalho não faz muito diferença para o capital hoje"
Valor: E como mudar isso?
Harvey: Nós temos um prefeito recém-eleito na cidade de Nova York [o democrata Bill de Blasio]. E é possível que ele mude algumas coisas, mas não acredito que ele terá poder suficiente para fazer tudo que é preciso.
Valor: Quais poderes o prefeito tem, uma vez o sr. o entende que há uma dinâmica global do capital que vai além da jurisdição do prefeito?
Harvey: Ele tem alguns poderes de redistribuição. Ele tem falado sobre colocar impostos especiais sobre os muito ricos para que todas as crianças tenham acesso a creches públicas. Isso seria um benefício fantástico, porque não há educação desse tipo gratuita. As pessoas ricas de Manhattan pagam por essa educação. Se ele fizer isso, será algo muito progressivo.
Valor: Na sua opinião, apesar dos movimentos globais, há espaço para políticas públicas locais para o desenvolvimento...
Harvey: Algumas cidades vão melhor do que outras nesse sentido. Isso depende muito do tamanho do poder que um prefeito tem. Em alguns lugares, ele tem mais poder. Nos Estados Unidos, isso é muito significativo. Por exemplo, Baltimore gostaria de ter imigrantes ilegais vindo para a cidade e prometeu que a força policial nunca perguntaria a ninguém sobre seus documentos e não seriam levados para as autoridades de imigração. Baltimore também iniciou o movimento chamado de "living wage" (salário digno), que consistia de a cidade pagar esse salário para todos os funcionários públicos e todos os subcontratados relacionados com os serviços para a cidade. Então, por esses mecanismos, a iniciativa local pode fazer algo, que talvez só fosse feito em nível federal, ou que pode ir até mesmo contra o que seria uma lei federal.
Valor: A mudança depende do poder dos movimentos sociais?
Harvey: Baltimore se tornou uma cidade com 'living wage' por causa dos movimentos sociais fortes. Quando chegou a eleição, os candidatos tiveram que ter uma plataforma onde esses grupos foram ouvidos. Quem se dizia contra, não recebeu os votos desse movimento. Esse tipo de movimento político, por exemplo, ocorre muito nas igrejas e nas escolas. É muito interessante olhar como os republicanos se tornaram tão poderosos. Foi justamente por possuírem posições nos quadros dos conselhos das escolas. E a esquerda está agora vendo como os republicanos fizeram e entendendo que deveria fazer o mesmo.
Valor: O sr. acha que existe um caminho possível de transformação que se dá inevitavelmente por meio de partidos políticos?
Harvey: Tem uma vertente dentro da esquerda americana que acredita que para fazer alguma mudança, precisa mudar isso dentro do Partido Democrata. O partido agora está controlado por pessoas de muita fama, próximas a Wall Street. Há limites sobre o que se pode fazer com essas pessoas, pode-se tentar fazer uma agenda reformista. Mas também se pode fazer reformas revolucionárias.
Valor: O que seriam essas reformas revolucionárias?
Harvey: Quando os trabalhadores se juntam e cortam a jornada de trabalho, muitas vezes fazem um favor para o capital, porque o capitalismo impõe uma superexploração aos trabalhadores até o ponto em que não são eficazes no seu trabalho. Então, quando se corta a jornada, há trabalhadores mais sadios e mais eficazes. As fases iniciais da luta para cortar jornada de 14 horas para 10 horas, portanto, ajudam o capital. Podemos imaginar que se cortarmos de 10 horas para 3 horas, essa mudança não daria vantagem para o capital, mas aos trabalhadores. A luta pela redução da jornada no começo tem características de reformista, e em algum ponto ela se torna revolucionária.
Valor: A redução de jornada é uma conquista que geralmente ocorre com ajuda sindical, mas algumas empresas tentam evitar locais onde há sindicatos fortes para instalação de suas fábricas...
Harvey: Hoje, já não é tão importante fugir de locais em que são fortes os movimentos sindicais, porque em muitas produções a quantidade de mão de obra é muito reduzida. Comparado com o resto, as variações no custo do trabalho já não fazem grande diferença. Na verdade, acredito que o custo do trabalho não faz muito diferença para o capital hoje.
Valor: O que faz diferença?
Harvey: Custo da terra, de matérias-primas, isenções de impostos, eficiência na exportação... Acho que isso hoje é relativamente mais importante. Hoje, a quantidade de homens necessários para construir um carro é muito pequena.
Valor: Há alguns críticos que dizem que todas as ideias usadas pelo sr. estão em Marx, pouca coisa seria novidade...
Harvey: É verdade que estou sempre em constante diálogo com Marx. Mas estar em diálogo com ele não significa que necessariamente eu concordo com tudo que Marx diz. Tem vários aspectos de Marx que não aceito. Eu não gosto da teoria da tendência da taxa de lucro decrescente, não gosto da teoria da renda absoluta. Minha visão sobre Marx é que posso usá-lo toda vez que faz sentido para mim em termos do tipo de trabalho que estou fazendo sobre urbanização ou de desenvolvimento geográfico desigual. Se não faz sentido naquele contexto, tenho que transformar o que Marx está dizendo em outra coisa. Ou tenho que abandoná-lo. Eu faço as duas coisas.
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