quinta-feira, abril 14, 2011

Importantes questões sobre a UTE à carvão do Complexo do Açu

Os debates anteriores e na própria audiência pública do licenciamento ambiental da Usina Termelétrica (UTE) à carvão da MPX gerou debates interessantes sobre o nível de poluição deste tipo fonte energética, considerada ultrapassada no mundo. A empresa de consultoria responsável pelos Estudos de Impacto Ambiental assegurava na oportunidade, que as novas tecnologias de sequestro de carbono eram viáveis e seriam utilizadas no empreendimento. A dúvida permaneceu, até porque os conhecimentos exigidos eram muitos específicos e de domínio de poucos. Os próprios empreendedores diziam que tinham ido buscá-la fora do país. Pois agora, pela primeira vez, que o blog saiba, alguém especialista no assunto tratou do tema, mostrando preocupações que apontam que os custos da tecnologia podem tornar o negócio pouco rentável. O que convenhamos seria pouco apetitoso para forazes investidos do conhecido mercado financeiro. O assunto veio à tona, hoje, na coluna Negócio & cia na edição de hoje de O Globo que o blog republica abaixo para conhecimento e análise da comunidade regional. O blog lembra ainda que, durante as apresentações foram apontados alguns dados das condições ambientais atuais do ar, na área do Açu, Campos até a região do Imbé e, estes indicavam um parâmetro, relativamente acima do normal que era a presença de ozônio. As indagações sobre estas possibilidades ficaram de ser respondidas posteriormente, como as queimadas, dos canaviais, ou, o menos provável, as queimas nos flaires dos gases extraídos nas plataformas da Bacia de Campos. Estes indicadores são importantes porque eles podem se somar aos que serão produzidos a partir do funcionamento dos empreendimentos. Enfim, acompanhemos o andamento das atividades no Complexo do Açu. Abaixo a nota: "O preço da tecnologia"

"Há muitos desafios no desenvolvimento do sequestro de gás carbônico - tecnologia limpa que Eike Batista popularizou, ao defender as termelétricas a carvão no lugar de usinas nucleares. Cálculos da Coppe/UFRJ mostram que uma termelétrica adaptada para a nova tecnologia - que consegue absorver o CO2 que é liberado com outros gases na queima do carvão - vai gerar uma energia, por ora, com o dobro do preço.

Numa usina sem a tecnologia do sequestro do gás causador do efeito estufa, o custo de geração de energia é de US$80 o megawatt/hora. Numa usina adaptada, pula para US$150 a US$160, explica o professor de planejamento energético da Coppe, Alexandre Szklo. Para conseguir captar 90% do CO2, têm de ser usados 30% da energia gerada pela termelétrica. E há o próprio gasto na unidade de absorção do CO2. Há outras questões a vencer. Nas termelétricas com captura, a demanda por água é 60% a 80% maior. O processo gera ainda duas mil toneladas por ano de resíduos, como sais orgânicos, que têm de ser tratados.

A captura de CO2 em usinas transformadas ainda é feita em pequena escala no mundo, e no Brasil é Eike quem estuda. Para construir uma termelétrica do zero com a nova tecnologia, o custo será menor. O carvão será gaseificado (processo ainda não totalmente dominado), e a captura do CO2 será feita antes da combustão, de forma mais simples. O MWh sairia por US$100.

Uma curiosidade: cinzas emitidas por uma termelétrica (a queima "potencializa" o urânio e o tório contidos no carvão) têm cem vezes mais radiação do que o que sai naturalmente de uma usina nuclear. Está em reportagem de 2007 da revista "Scientific American". Para ninguém se assustar: os níveis em ambos os casos são inofensivos."

5 comentários:

Anônimo disse...

Ce pode postar o link?

Anônimo disse...

Roberto, você chegou a ler o EIA da ETE a carvão?

Anônimo disse...

Eike: "o monstro do carvão"

Expulso do Mato Grosso, queria instalar nesse estado (já dividido) uma empresa de energia, baseada no carvão, completamente ultrapassada, retrocesso maior do que os 8 anos de FHC.

Com a fortuna que acumulou desde pequenininho e devia explicar, se mete em tudo o que é assunto, e ganha sempre primeira dos jornalões e destaques na televisão. Agora, chama a energia nuclear de “monstro”, não REM nenhuma empresa no setor. Sua base: o que ocorreu no Japão.

Para enriquecer mais ainda, deturpa até os fatos, citando o que aconteceu no Japão. Ora, lá houve um terremoto (o país está preparado para isso), seguido de um tsunami, com onda de 8 metros de altura e velocidade de 700 quilômetros por hora.

Eike Batista é o “monstro” empresarial e financeiro, verdadeiro terrorista. Uma espécie de Eikada, não confundir com “Aikada”.

PS.:
Há uns 15 anos deu tremendo golpe na Bolsa com sua mineradora de ouro. Como tudo no Brasil que cai no esquecimento, depois de 5 anos afastado voltou com o dinheiro lavado.

Roberto Moraes disse...

Neste link abaixo é possível ler a nota da coluna:
http://www.andradecanellas.com.br/default.asp?id_materia=7668

Sds.

Roberto Moraes disse...

Caro(a) comentarista das 7:19 PM,

O EIA não li, mas o Rima sim, embora ainda não, detalhadamente. Por que?

Sds.