quinta-feira, novembro 13, 2014

Piketty reafirma não ser marxista, defende os EU da Europa e menos desigualdade para que haja crescimento

O francês Thomas Piketty, o autor do livro “O Capital no século XXI” que foi recentemente editado no Brasil e nesta última semana agraciado com o prêmio “Business Book of the Year, do "Financial Times" e McKinsey continua falando mundo afora.

Nesta terça, 11/11, em entrevista ao jornal catalão “La Vanguardia”, Pikety reafirmou que não é marxista. “Vi cair o muro e isso me vacina contra qualquer tentação marxista”.

Piketty se diz internacionalista e defensor dos “Estados Unidos da Europa”. Nesta linha seguiu defendendo uma reforma do capitalismo: “Há muitas maneiras de organizar o capitalismo e a as melhores são as que favorecem o acesso à educação e à qualidade para todos”.

A seguir o blog destacou alguns outros pontos de sua entrevista ao La Vanguardia:

- A revolução industrial aumentou o crescimento de menos de 1%, a mais de 1%, porém, por sua vez, também incrementou os benefícios dos ricos até 5% e 7% anuais.

- Quando não há crescimento, como agora, a desigualdade aumenta e os ingressos e saldos se estancam, porém os interesses que rendem aos milionários e seus capitais seguem crescendo.

- As grandes corporações pagam menos aqui na União Europeia (EU) que nos EUA, de onde tributam até 40% de seus lucros.

- Há que se construir uma UE mais unida com uma “fiscalidade única” e sem fugas a paraísos fiscais.

- Investir mais em educação para fomentar a inovação que incrementa o crescimento.

- Não há nenhuma fórmula para acertar esse grau de desigualdade social necessário; só há experiências históricas imperfeitas.

- É preciso equidade fiscal para reduzir a desigualdade extrema que freia o crescimento.

- Nos EUA, nos anos 30, em que pese ser uma democracia formal, os mais ricos se apropriaram do Estado e assim seguraram as tensões sociais. Isso volta a ocorrer hoje.

- Hoje a classe média recebe só 20% da riqueza e diminui; nos EUA já não é 40% da população, apenas 30%. Porque os ricos aumentam a cada ano em 8% sua fortuna, entretanto, a riqueza média apenas cresce 1%. Por isso proponho um imposto universal progressivo para milionários que nos faria todos mais prósperos.

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