terça-feira, novembro 25, 2014

Breve análise do IDHM 2010 dos municípios do NF: Diferença entre Macaé e SFI

Foi divulgado agora pela manhã, o novo Atlas do Desenvolvimento Humano dos municípios e regiões do Brasil. Entre os nove municípios da região Norte Fluminense, Macaé tem o maior IDHM estando na colocação de número 304ª no ranking entre os 5.565 municípios brasileiros. 

No outro extremo se situa o município, no extremo norte do estado, vizinho ao estado do Espírito Santo, São Francisco do Itabapoana, com um IDH de 0,639, estando em 3.312 lugar entre os 5.565 municípios brasileiros, ou seja, na parte de baixo da média, mesmo estando no litoral e na região Sudeste. 

O blog organizou, produziu e publica abaixo uma tabela com a realidade do IDHM dos municípios do Norte Fluminense. Antes chama a atenção que mais importante do que a comparação entre as distintas realidades dos municípios é a análise da série histórica da evolução que cada um está tendo ao longo do tempo nas dimensões medidas pelo IDHM como educação, longevidade e renda:

Por outro lado, é interessante observar que o município de SFI foi, entre os nove municípios do Norte Fluminense, o que teve a taxa mais alta de crescimento (27%), entre os anos 2000 e 2010, de quando foi apurado os dados desta tabulação divulgada hoje.

Há ainda que se observar que todos, tiveram crescimento do IDHM, mas a maioria se situa abaixo da média do IDHM do ERJ 0,761 e mesmo do Brasil 0,727. A exceção é Macaé que alcançou 0,764 no IDHM 2010.

O fato reforça a interpretação de que a melhoria do IDHM dos municípios da região, se deve mais às políticas macro do governo federal, do que as ações dos governos locais ou municipais, embora se saiba, que no caso de saúde, educação e longevidade haja participação das três escalas de governo, mesmo que com a maior parte do financiamento federal.

Assim, é certo que está inserido aí o fato de termos hoje o mais baixo índice de desemprego e também, o peso do aumento do salário mínimo na renda da população em geram, trazendo como desdobramento, um melhoria geral dos índices, como renda, longevidade e redução das desigualdades. Isto fez com que os IDHMs menores, dos municípios mais pobres e de menor orçamento, tivessem um aumento percentualmente maior do índice do que daqueles que possuem maiores orçamentos. 

Diante desta realidade, mesmo observando a melhoria dos IDHMs de todos os municípios brasileiros, inclusive os da região Norte Fluminense, não se pode deixar de considerar a baixa interferência dos significativos recursos dos royalties do petróleo nos "municípios petrorentistas" (também chamados de produtores) na melhoria destes índices, especialmente nos municípios de Campos, Macaé, SJB e Quissamã. 

De outro lado, vale observar como os municípios com baixíssimos orçamentos como Conceição de Macabu, São Fidélis e Cardoso Moreira melhoraram suas realidades, o que, de alguma forma corrobora com a interpretação de que a melhoria do IDHM tem mais a ver com as políticas nacionais do que locais.

Há ainda outras análises comparativas para serem feitas nas três diferentes dimensões usadas pelo IDHM, como educação, longevidade e trabalho e renda, tanto entre os municípios como na série histórica dos mesmos, que como já dissemos é mais importante do que a comparação geral do IDHM entre os municípios.

Lembramos que o Atlas é, uma plataforma de consulta ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 5.565 municípios brasileiros, 27 Unidades da Federação (UF), 20 Regiões Metropolitanas (RM) e suas respectivas Unidades de Desenvolvimento Humano (UDH).

A tabulação do IDH é do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Fundação João Pinheiro.

2 comentários:

Claudio Fernandes disse...

Recursos dos royalties relativo a setembro: Macaé 42 milhões. São Francisco 770 mil.

MARVEN AZEVEDO CABRAL disse...

COM TAMANHA COVARDIA NAS RECEITAS NÃO SE PODE NEM COMPARAR