sexta-feira, agosto 16, 2013

Investimentos em Educação na cidade de São Paulo

Gastos estimados em R$ 2,3 bilhões para a construção de 367 unidades escolares, sendo 243 creches, 10 CEUs (Centro de Educação Unificados), 66 pré-escolas e 38 escolas de ensino fundamental. A prefeitura tem interesse em licitar tudo até ano que vem. Difícil se não houver decisão política e prioridade de gestão.

Além de infraestrutura foram anunciadas diversas outras ações de formação e capacitação de professores, mudanças de gestão e pedagógicas relacionadas a currículo e avaliação. Neste último item consta uma ampla reformulação dos ciclo escolares, eliminando a progressão automática e trazendo a possibilidade de repetência em cinco das noves séries do ensino fundamental, o que antes acontecia em apenas duas das nove séries. Este é o item mais polêmico do programa intitulado "Mais Educação São Paulo".

O ensino fundamental que tem atualmente, como na maioria dos municípios dois ciclos, do 1º ao 5º e do 6º ao 9º ano terá agora três ciclos: Do 1º ao 3º ano o foco será a alfabetização (para dar resposta à estatística de 38% dos alunos com mais de oito anos de rede sem estarem plenamente alfabetizados); o 4º, 5º e 6º anos será uma espécie de transição entre os períodos de formação genérica e específica.; do 7º ao 9º ano terão ênfase em pesquisa, solução de problemas, conhecimentos gerais e de tecnologias e a introdução do TCC (Trabalho de Conclusão de Ciclo), como no ensino superior e alguns currículos de curso técnico.

No fim dos dois ciclos e nas três séries do ciclo autoral os alunos poderão ser reprovados. Outras medidas são o retorno do boletim (notas também na internet para acompanhamento dos pais) e provas bimestrais, escalas de notas de 0 a 10 (abolidas em muitos sistemas), lição de casa, reforço escolar, atividades de reforço escolar extraclasse e atividades culturais e esportivas.

Algumas acabam sendo inovações outras o retorno de algumas formas de trabalho com o objetivo de serem para toda a rede.

Resta saber o diálogo com os profissionais da educação para que estas medidas não sejam impositivas, mas, debatidas e implementadas com a perspectiva de melhoria da qualidade tão debatida nas eleições e abandonada no dia-a-dia, embora seja uma demanda permanente da população, especialmente aquela que frequenta e depende da escola pública para formação cidadã e ascensão social.

A postagem desta no blog, lido por muitos educadores não tem a função de discutir modelos que podem servir a um, mas não a outro município ou região. A ideia é reforçar o necessário debate na busca permanente por soluções de políticas públicas para o setor de Educação. Além disso, torcer que as medidas tragam bons resultados e o avanço na educação pública. Um site foi criado (veja aqui o Mais Educação São Paulo) para o debate das ações propostas junto da população

2 comentários:

Jacinto Pinto Rosa disse...

Moraes,

Creio que valeria ressaltar dois fatos recentes à educação de Campos que merecem destaque:

1- A Vaia recebida pela prefeita de nossa cidade e pela secretária de educação também de nossa cidade no Trianon no último encontro pedagógico realizado pela SMEC no início dessa semana (13/08/2013). Vaia antológica, proferida por todos os professores da rede lá presentes, quando a Prefeita e secretária falavam dos avanços da educação municipal;

2- A iminente manifestação de professores da rede municipal de nossa cidade, marcada para o próximo dia 30/08/2013, que sairá da Praça São Salvador e seguirá até a sede da prefeitura.

Anônimo disse...

É positiva a discussão do modelo em São Paulo. É preciso começar a fazer isso. Ainda que eu não concorde com alguns pontos (como o TCC, e a ausência de uma política de valorização do professor) é preciso reconhecer que há debate da questão em SP. Algumas firulas poderiam ser dispensadas em detrimento de um foco maior no ensino da matemática.
Não há avanço ou inovação, sem matemática. Não formaremos engenheiros que precisamos sem a matemática. Ela ensina a pensar e isto é imprescindível na formação de um povo.