sábado, maio 31, 2014

Da polis à metápole - enquanto as pessoas querem estar juntas, o sistema insiste na apartação

Cidade, polis, metrópole, megápole, metápole, adensamento urbano, conurbação...

Cidades mais extensas, ou mais concentradas? Urbanistas discutem saídas, enquanto o mundo não freia o processo para aguardar soluções. Hoje, mais da metade da população mundial mora em cidades. Mais de 500 cidades possuem mais de um milhão de habitantes. 23 são chamadas de megacidades porque já passaram de 10 milhões de habitantes.

As cidades foram assim se transformando em metápoles e se juntando uma às outras. Viraram regiões metropolitanas que entram uma na outra (se conurbando).

Os problemas de moradia e transporte (casa-trabalho-(lazer/estudo)-casa) vem demandando transportes de alta densidade pelo intenso fluxo em baixo espaço de tempo. 

A idéia de bairros e cidades condensadas e não funcionais (separa para trabalho, casa e lazer) surgiram, mas, tem ainda uma concepção difícil de ser absorvida.

Em meio a isso, o sistema capitalista, pensa soluções para acumulação, e sendo assim, tem como base a solução para a minoria, cercada e protegida por um estado que apropriado pelo poder econômico usa da violência para contar as maiorias rebeldes.

Estatísticas da ONU-Habitat diz que hoje 828 milhões de pessoas moram em favelas espalhadas pelo mundo e que num futuro próximo, o ritmo de pessoas morando em “comunidades desassistidas” crescerá num ritmo de 6 milhões por ano.

Ambiente degradado, efeito estufa, insegurança alimentar, agrotóxicos, comidas industrializadas, doenças, falta de prevenção, venenos e remédios em doses cada vez mais confusas levam de volta ao interesse da acumulação,

A acumulação busca brechas na especulação imobiliária. Seja no interesse em viver junto na urbe, quanto, no controle do transporte necessário para quem a especulação empurrou para a periferia.

O mesmo ocorre no setor farmacêutico e no plano de saúde, também aprisionados, com o propósito do sistema que avança na produção de desigualdades, tratorando esforços e boas intenções de puxar a história para outra direção.

Mobilidade, inclusão, maior participação social e política, sociedade em rede, “polidigitocracia” que buscam lidar com o espaço e o tempo comprimidos da contemporaneidade.

Tudo, ou quase, parece apenas soar apenas como discursos ocos de uma modernidade prometida, longe das soluções sonhadas para o fim do apartamento social crescente, dos grupos em guetos tensos e explosivos.

Melhor viver do que pensar, porque sonhar já vai longe...

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