sexta-feira, julho 03, 2015

Atividades marítimas e apoio portuário para exploração offshore de petróleo no ERJ e suas consequências

A Petrobras possui, atualmente, cerca de 200 embarcações contratadas para apoio às suas operações, sendo maioria de rebocadores (imagem ao lado) só na Bacia de Campos. Cerca de 400 mil toneladas de cargas são movimentadas por mês, apenas nas bacias de Campos e Santos por estas embarcações.

A Petrobras passou a usar recentemente um programa PB Log através do qual tem aperfeiçoado a gestão de uso das embarcações nos diversos terminais portuários que servem de base de apoio.

Dentre as empresas contratadas para este serviço está empresa americana Edson Chouest Offshore (Eco). A Eco possui um total de 230 embarcações que atua em atividades offshore, sendo que 70 delas atuam no Brasil.

Embarcação da empresa Farstad
Além de fornecimento de serviços de apoio marítimo, a Eco constrói a base de apoio portuário junto ao Porto do Açu para atender contrato ganho em licitação com a Petrobras - com 597 mil² (1.030 metros de frente - píer junto ao terminal 2 do Porto do Açu).

A Edson Chouest Offshore diz que faz no Açu investimentos de quase R$ 1 bilhão para ter esta base operacional de 15 berços de atracação, além de estaleiro de manutenção e reparos que visa atender à sua frota e também a outros clientes.

A Edson Chouest hoje atende com embarcações através de sua empresa BramOffshore, não apenas a Petrobras, mas também às petroleiras: Shell, Total, Repsol-Sinopec, Statoil e Queiroz Galvão.

Até hoje, o atendimento principal da Petrobras se dá no terminal portuário (TUP) de Imbetiba em Macaé e do terminal operado pela Triunfo Offshore junto ao Porto do Rio de Janeiro.

As demais petroleiras são atendidas a partir da base portuária da Brasco (grupo Wilson, Sons) sediado na Ilha da Conceição, em Niterói e em outro da Brasco, no Caju, Porto do Rio de Janeiro.

A escala de expansão da nova fronteira de exploração petrolífera no Brasil, nas reservas do Pré-sal, demandam mais embarcações (e estaleiros para sua construção) e estas, por sua vez, exigem mais bases portuárias.

A previsão é de que a partir de novembro este apoio portuário seja expandido com o uso da base da Edison Chouest junto ao Porto do Porto do Açu. O ES se esforça para ter uma base regional para atender a exploração da Bacia do ES. Assim, como algo já se faz em Santos. Porém, é indiscutível que o centro desta logística está no ERJ, até pela sua posição equidistante, em relação ao ES e SP.

Enfim, todo este processo explica uma parte da dinâmica econômica do ERJ com forte impacto sobre a população no território, especialmente no litoral fluminense. Estamos falando de uma atividade produtiva que possui 12% do PIB nacional e 33% do PIB do ERJ.

Entender esta transformação do espaço, as novas territorialidades, através da atuação de uma cadeia articulada mundialmente é o desafio a que tenho me proposto fazer, nos estudos e pesquisas de campo e documental, de forma mais especial, nos últimos três anos.

Uma movimentação que acontece no território com a instalação de capital fixo em instalações, a partir das demandas da exploração offshore com forte participação do capital financeiro e de traders. 

Elas enxergam todo este processo, quase que exclusivamente, como forma de ampliação dos seus patrimônios e lucros. Às comunidades cabem o papel de defenderem os seus interesses.

Espera-se dos gestores públicos, nas três escalas, um papel, não de uma atuação como uma espécie de gerentes destes negócios, ou de despachantes exclusivos dos interesses dos empreendedores, mas, de regulação e de articulação entre os interesses econômicos e lucros dos negócios, mas de preocupação com a vida dos moradores e trabalhadores desta regiões.

PS.: Atualizado às 15:23 e 17:55: Para corrigir pequenas informações e excluir repetições. Para acrescer a informação sobre a fonte da imagem usada como ilustração.

Um comentário:

Anônimo disse...

Em razão dos fatos narrados nesta postagem, para acompanhar esse provável crescimento, dessa região,devido essas novas demandas, por mão de obra e consequentemente outros tipos de serviços,inevitavelmente o adensamento populacional será uma realidade.

Enfim, caberá, aos gestores políticos, dos 3 entes federativos, um modelo de governança, que preveja, problemas, que surgirão, em diversas áreas(saúde, educação,qualificação, segurança pública, logística, mobilidade urbana, etc).