terça-feira, dezembro 10, 2019

Ampliação da financeirização do futebol e a nova Copa do Mundo de Clubes

Não é só o francês PSG que é controlado por fundos financeiros, no caso o QIA, fundo soberano do Qatar. O fundo QIA tem um fundo subsidiário só de esportes, o QSI (Qatar Sports Investments) que sede em Doha, na Suíça.

O QIA/QSI é dono do clube PSG e também dono do canal esportivo BeIN que tem os direitos sobre o campeonato francês, vendido para todo o mundo depois da chegada de Neymar. (Veja aqui postagem do blog em 27 de agosto de 2017 sobre o assunto)

Vários outros clubes no mundo possuem donos vinculados a fundos de investimentos financeiros que controlam também os direitos de transmissão incluindo canais de TV e outras mídias.

É um processo avassalador que demonstra como a riqueza gerada por recursos minerais (entre eles o petróleo), produção imobiliária e outras frações do capital transitam também pela área de eventos para acumulações de capital em atividades que se entrelaçam.

Pois bem, agora, além dos grandes clubes da Europa e seus rentáveis campeonatos nacionais, o capital financeiro chega para perto da Fifa para assumir controles de campeonatos.

Nesta linha, o fundo financeiro inglês (de private equity) CVC Capital Partner que possui patrimônio de US$ 111 bilhões, quase meio trilhão de reais, informa que está em negociação com a Fifa e o Real Madrid para aquisição dos direitos comerciais de novos campeonatos mundiais de (espécie de Copa do Mundo de Clubes) que consideram hoje, mais populares que as seleções nacionais de futebol.

Em última instância, a criação de uma nova Copa do Mundo de Futebol tenderá disputar espaço e popularidade com as ligas nacionais e até as copas continentais.

Vale lembrar que grande parte da corrupção no futebol que veio à tona recentemente, envolvia exatamente a Fifa, os direitos de comercialização da transmissão de alguns campeonatos e agentes financeiros instalados em paraísos fiscais (offshore). Tudo em nome dos prestígios conferidos pelas torcidas que pelo amor aos clubes fecham os olhos para os bastidores da ampliação da financeirização do futebol.

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