quinta-feira, abril 23, 2015

Balanço da Petrobras 2014 - hora de dar a volta por cima!

Melhor seria que os problemas não tivessem acontecido, mas, diante da realidade há que punir os responsáveis, reorganizar a empresa e enfrentar os novos desafios. Para quem acompanha o tema, vale conferir os principais pontos do relatório.

Os grifos são do blog. Abaixo desses dados trazemos duas lâminas da apresentação de ontem que serve para compreender que há enormes espaços para a companhia, ao contrário daqueles que pretendem fragilizá-las com objetivos claros.

Há ainda uma outra observação, o avanço menos rápido da produção e os cuidados maiores com o ambiente, com a manutenção das unidades de produção e com a forma de contratação, diante dessa nova realidade pode ser menos complicada, do que aquela corrida alucinante que ajudou a reduzir os controles e permitir os esquemas de desvios, entre outras coisas. Vamos aos dados:

1) Prejuízo de R$ 21,6 bilhões em 2014, em função, principalmente, da perda por desvalorização de ativos (impairment), de R$ 44,6 bilhões; e da baixa decorrente de pagamentos indevidos identificados no âmbito da Operação Lava Jato, de R$ 6,2 bilhões.

2) Também impactaram os resultados, o provisionamento de perdas com recebíveis do setor elétrico (R$ 4,5 bilhões), as baixas relacionadas à construção das refinarias Premium I e II (R$ 2,8 bilhões) e o provisionamento do Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário – PIDV (R$ 2,4 bilhões).

3) A geração de caixa operacional alcançou R$ 59,1 bilhões em 2014 e o lucro bruto, de R$ 80,4 bilhões, foi 15% superior ao de 2013. Estes valores refletem o aumento da demanda e maiores preços de venda de derivados no mercado interno. Terminamos o ano com R$ 68,9 bilhões em caixa.

4) O valor referente aos pagamentos indevidos identificados foi calculado a partir de metodologia baseada nos depoimentos tornados públicos no âmbito da Operação Lava Jato. Foi aplicado percentual de 3% sobre contratos com 27 empresas citadas como membros do cartel, entre 2004 e 2012. No caso de pagamentos para empresas fora do cartel, foram considerados valores específicos citados nos depoimentos. Esta baixa foi reconhecida no 3º trimestre de 2014, período no qual foi apurado prejuízo de R$ 5,3 bilhões.

5) O prejuízo de R$ 26,6 bilhões no 4º trimestre de 2014 refletiu a perda por desvalorização de ativos (impairment). As atividades mais impactadas foram as de refino (R$ 31 bilhões), devido principalmente à postergação do 2º complexo de unidades da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Na atividade de Exploração e Produção, o impairment (R$ 10 bilhões) ocorreu em função do declínio dos preços do petróleo.

6) Consideramos cuidadosamente todas as informações disponíveis e não acreditamos que novas informações oriundas das investigações poderão impactar ou mudar de forma
relevante a metodologia adotada. Nós ainda não recuperamos nenhum valor referente aos pagamentos indevidos identificados e não podemos estimar de maneira confiável qualquer valor recuperável nesse momento. Estão sendo tomadas as medidas jurídicas necessárias para buscar ressarcimento pelos prejuízos sofridos.

7) Alta de 5% na produção. A produção de petróleo e gás natural (Brasil e exterior) cresceu 5% em relação a 2013, atingindo a média de 2 milhões 699 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2014. A produção do pré-sal contribuiu com 381 mil barris por dia, com recorde de produção diária de petróleo alcançada em 21 de dezembro, com 713 mil boed.

8) No refino, a produção total de derivados foi de 2 milhões 170 mil barris por dia, 2% acima de 2013. A carga processada também aumentou 2%, em função do bom desempenho operacional das refinarias. O volume de venda de derivados no mercado interno totalizou 2,4 milhões de barris por dia, crescimento de 3% em relação a 2013.

A partir daí é seguir em frente. Porém, como já disse vale chamar a atenção para alguns dados ontem divulgados. O primeiro é sobre a comparação com outras petrolíferas mundiais Esso, Shell, Chevron, etc.) sobre a evolução de sua produção mundial:


























O segundo slide é sobre o planejamento para o ano que vem (2016) em termos de avançar a produção para a meta de 2,8 milhões equivalentes de barris por dia, considerando as reservas do pré-sal e a entrada em funcionamento de novas plataformas com novos investimentos:

4 comentários:

Anônimo disse...

Uma empresa, que deve 03(três), seu valor de mercado,ou seja, dívida de mais de 350 milhões de reais, caso não fosse, estatal, já teria sido, vendida, ou teriam decretado sua falência.
Mas, sendo empresa estatal, os "bobos da corte", nós brasileiros, pagaremos, mais essa conta bilionária,oriundo de roubo do dinheiro público, através de aumentos de combustíveis, impostos, etc.

Roberto Moraes disse...

Veja como tem gente falando bobagem com ar de conhecedor.

Repetem o que ouvem no Jornal Nacional,Sardemberg, etc. sem se interessar em estudar, questionar e aí defender sua posições, o que seria louvável.

Bobagem o que diz. Que uma empresa que deve 3 três vezes sua dívida só não está quebrada porque é estatal.

Então vamos a um único exemplo: citei aqui numa nota no dia 310 de março (link abaixo) um resumo, também sobre o balanço da Oi em 2014:

http://www.robertomoraes.com.br/2015/03/oi-tem-lucro-liquido-de-68-bilhoes.html

O balanço informa que a Oi tem valor de mercado (Ebidata) de R$ 10,2 bilhões e dívida de R$ 33,2 bilhões.

Alguém falou que a OI deve ser vendida?

Bobagens repetidas.

Ao contrário, a Petrobras a despeito de todos os problemas, tanto locais e de gestão e desvios, quanto aqueles frutos da economia global (baixos preços do barril) segue com produção em alta, ao contrário da maioria das petroleiras do mundo.

O seu grande endividamento é fruto da fase maior de investimentos para dar conta do aumento de produção decorrente da ampliação das suas reservas. Seu lucro bruto foi de R$ 80 bilhões e a produção cresceu 5% e tem planejamento como a nota mostra de ampliar em 2016 para 2,8 milhões de b/d de óleo equivalente (que inclui produção de gás).

Pois então há várias questões e críticas que são pertinentes, outras como essa pura bobagem de quem parece papagaio plim-plim.

Passemos assim, a um debate mais qualificado.

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! Vocês petistas são muito loucos mesmo... "dar a volta por cima..." kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!
PRIVATIZEM LOGO ESSA PORRA !

Anônimo disse...

Para Luiz Gonzaga Belluzzo, Petrobras 'tem futuro promissor' com atual regime

por Eduardo Maretti,RBA

Bellluzzo: "Brasil deve se espelhar no que fez a Noruega"

São Paulo – A manutenção do regime de partilha e a divulgação realista do seu balanço com os resultados de 2014, na noite de ontem (22), são elementos que apontam para um futuro promissor da Petrobras. A opinião é do economista Luiz Gonzaga Belluzzo. “A Petrobras, num regime de partilha, como as coisas estão organizadas hoje, dispõe de ativos valiosíssimos, que vão ser explorados. É muito importante que eles tenham dado ao mercado essa amostra de seriedade de fazer uma reavaliação dos resultados. Tudo isso é muito importante. A empresa tem um futuro muito promissor”, diz.

"Agora é preciso olhar para a frente”, diz Belluzzo, mencionando o crescimento do faturamento da empresa, no contexto do anúncio do balanço pelo presidente da estatal brasileira, Aldemir Bendine, como um dos fatores que devem ser considerados, junto ao que a empresa tem conseguido na exploração do pré-sal. “A Petrobras tem um horizonte de incorporação de novos ativos. As reservas já identificadas foram bem avaliadas. A produção está aumentando sobretudo nas reservas do pré-sal. O futuro da empresa é avaliado por esses critérios, mesmo considerando a queda do preço do petróleo (nos últimos meses)”, diz.

Segundo o balanço divulgado ontem, o faturamento da companhia cresceu 10,6% em 2014, de 304,89 bilhões para R$ 337,26 bilhões. A companhia destaca o crescimento de 5% na produção de petróleo e gás natural (no Brasil e exterior) em relação a 2013, atingindo a média de 2 milhões 669 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2014. A produção no pré-sal atingiu média diária de 381 mil bpd em 2014, com recorde em 21 de dezembro, chegando a 713 mil barris.

No entanto, a Petrobras reconheceu o prejuízo de R$ 21,6 bilhões, do qual R$ 6,2 bilhões em consequência de fatores relacionados à Operação Lava Jato.

Lideranças tucanas têm defendido, clara ou veladamente, acabar com o regime de partilha e voltar às concessões. “Não tem que derrubar regime de partilha coisa nenhuma, tem que manter, é um regime que na verdade premia a Petrobras pelas descobertas que fez, porque foi ela quem fez a investigação, promoveu o avanço tecnológico. É importante por causa da destinação dos recursos, sobretudo para educação e saúde e inovação”, avalia Belluzo. “O Brasil tem que fazer isso e se espelhar no que fez a Noruega, que é muito importante, e não ceder.” De um país de economia medíocre nos anos 1960, a Noruega se tornou uma das nações mais prósperas do mundo, a partir de descobertas de grandes jazidas de petróleo no Mar do Norte e atuação estatal forte nesse mercado.

Ontem, após a divulgação dos números da companhia brasileira, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado à presidência da República, divulgou nota na qual afirma que os dados “mostram mais um capítulo de um filme de má gestão e corrupção, envolvendo a estatal brasileira que há poucos anos era a maior empresa da América Latina e uma das empresas mais eficientes do mundo no seu setor”. Segundo o tucano, “não há nada para comemorar em relação aos dados publicados hoje”.

Na terça-feira, o também senador tucano Aloysio Nunes publicou artigo intitulado “Em defesa da Petrobras”, no qual afirma que a escolha pelo regime de partilha, no governo Lula, trouxe problemas desde o início. "Já a concessão torna a Petrobras mais eficiente”, diz.

No texto, o representante do PSDB paulista cita o suposto desinteresse de duas companhias americanas. “Vale lembrar que duas gigantes do setor, Exxon e Chevron, desistiram de participar da disputa (do pré-sal). A demora na realização do leilão (o pré-sal foi descoberto em 2007) e a forte interferência estatal foram alguns dos motivos para a desistência dessas empresas”, argumentou Aloysio Nunes.