quarta-feira, janeiro 22, 2014

Ainda sobre problemas da concessionária da BR-101

Do engenheiro Renato Teixeira comentando os problemas da concessão da BR-101 para a Autopista Fluminense S.A.:

"Roberto,
A empresa ARTERIS que atualmente opera a rodovia BR-101 através da Autopista Fluminense, depois de comprar os direitos da concessão a sua conterrânea OHL em dezembro de 2011 parece que se encontra em uma "sinuca de bico" dada pela dupla Leandro e Ralph mais precisamente o promotor do MP local e o Juiz Ralph Manhães Júnior, titular da Vara Cível de Campos dos Goitacazes.

Na extensa alegação final do Ministério Público na cláusula 22 o MP exige que a concessionária comece a operar imediatamente a balança dinâmica de pesagem que será construída no Km 98 segundo promessa da ARTERIS a ANTT. Acontece que o trecho do km 104 até o km 84 foi construído na década de 40 na antiga rodovia estadual Amaral Peixoto com sérios erros de traçado onde se destaca o famoso km 92 onde a curva possui erros de projeto geométrico não apresentando a superlargura sem inclinação que segura o veículo com ação da força centrípeta impedindo o veículo de sair da faixa de rolamento.

A única ação da concessionária foi a colocação de "pirulitos" em toda a extensão da curva o que não impede acidentes como o ocorrido na semana passada onde vitimou mai duas inocentes vidas. Desse modo, o traçado será totalmente modificado o que acarretará desapropriações ainda não autorizadas pela presidência da República sendo a indenização paga pela ARTERIS.

Como se sabe o controle do excesso de peso por eixo é uma importante medida para garantir a vida útil do pavimento projetado para 20 anos visto que em pesquisa desenvolvidas pelo Instituto de Pesquisas Rodoviárias em sua pista experimental excesso de peso superior a 20% por eixo reduz a vida útil do pavimento de 20 para 5 anos. Como a concessão já entra no seu sexto ano a conclusão que se tira é que todo o pavimento da concessão da Ponte Rio Niterói até a divisa RJ/ES deve ser substituído."

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo quase totalmente com o arquiteto Renato Teixeira (ele é arquiteto, não engenheiro).
Presenciei o acidente do quilômetro 92 semana passada, e a culpa não foi do traçado da rodovia.
Ultimamente, os acidentes, assim como o que presenciei, não se dão porque a força centrípeta "puxa" os automóveis para fora da pista. Os veículos, inclusive caminhões, estão totalmente preparados para fazer a curva do Km 92. Quem não está preparado é o motorista.
Os acidentes atuais são colisões frontais. Colisão frontal não é decorrente de derrapagem na curva, seja por traçado equivocado ou inclinação indevida da pista. Batidas "de frente" só tem uma causa: imprudência.
A imperícia já foi compensada pela tecnologia há tempos.