quinta-feira, janeiro 26, 2017

Anglo American segue produzindo 1/3 a menos do que o projetado por Eike em exportação de minério pelo Açu

A Anglo American que exporta minério de ferro que vem de MG por um mineroduto de 529 km até o Porto do Açu informou hoje em comunicado que produziu e exportou em 2016, um total de 16,1 milhões de toneladas. Este volume é 76% maior que as 9,2 milhões de toneladas de 2015.

A corporação alega que ainda está em fase de ajuste para crescimento da produção até o volume projetado de 26,5 milhões de toneladas. Porém, a questão não parece ser esta. O mercado internacional voltou a aumentar os preços do minério em 2016, o que não justificaria problemas de demanda.

Na verdade a empresa não quer reconhecer que possui problemas operacionais no sistema Minas-Rio que envolve a mina em Conceição de Mato Dentro (MG) o mineroduto e a unidade de filtragem, secagem e embarque, que é realizado pela empresa FerroPort, uma joint-venture em sociedade com partes iguais com a Prumo Logística global que é controladora do Porto do Açu.

FerroPort no Açu (Anglo + Prumo)
A Anglo alega estar ainda em rand-up (ou em fase de crescimento de produção), mas no início do ano passado (2016), ela chegou a divulgar que o volume de produção neste ano ficaria entre 24 e 26 milhões de toneladas. Depois a Anglo American reajustou esta previsão em outros informes, alegando que estava modificando sua estratégia de produção para garantir custo mais baixos.

Assim, numa leitura mais atenta desta realidade, a empresa está com problemas operacionais que a impedem de alcançar o volume projetado de 26,5 milhões de toneladas por ano. Com o minério de ferro na casa dos US$ 80 como está atualmente, não é difícil que ela possa optar por ampliar a capacidade de processamento, antes de atingir o volume inicial.

De outro lado, se o preço da tonelada de minério de ferro voltar a cair para próximo dos US$ 50, ao longo do ano, ela se esforce para aumentar o volume para pouco mais do que os 16 milhões de toneladas atuais.

Interessante ainda observar observar que o comunicado que foi enviado pela assessoria de imprensa ao blog, a Anglo American não faça nenhuma previsão de volume de produção para 2017. O que reforçaria a hipótese aqui levantada. 

Antes de acabar é ainda oportuno relembrar que o Sistemas-Minas-Rio foi desenhado pelo empresário Eike Batista e vendo ainda no papel para a mineradora Anglo American por US$ 5,5 bilhões, sendo que parte do dinheiro foi pago fora do país. 

A Receita Federal cobra, por conta disto, lucros imobiliários que o empresário em recursos se nega a pagar. Parte deste dinheiro foi investido na empresa de petróleo (OGX) e no estaleiro (OSX) junto com recursos obtidos a acionistas após abertura de capital (IPO), que tiveram o debacle conhecido.

Resta saber em que fundo foi investido a parte restante dos bilhões recebido da Anglo America que estava nos EUA, onde ele hoje se encontra ao ser procurado pela Polícia Federal. Seguimos acompanhando!

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