terça-feira, janeiro 10, 2017

Rússia e China avançam em projetos de usina nuclear flutuante

A Rosatom, empresa russa de energia, está na fase final para lançamento dos reatores da primeira usina nuclear flutuante do mundo. Isto deverá acontecer no 1º semestre de 2017 e tem previsão de começar a produzir em 2019.

A usina nucelar está equipada com dois reatores de propulsão KLT-40 modificados, fornecendo até 70 MW de eletricidade ou 300 MW de calor. A planta, que teve seu projeto iniciado em 2007 e tem um custo de sua construção estimado em US$ 480 milhões.

Usina nuclear flutuante da Rússia
A usina nuclear flutuante será implantada na região russa de Chukotka, onde a planta ficará ancorada na costa do Ártico, no Extremo Oriente do país. A Baía da cidade de Pevek, Chukotka tem condições meteorológicas extremamente severas. No inverno, a temperatura cai para 60 graus negativos, obrigando as instalações de terra a suportarem o impacto do frio, do gelo e dos fortes ventos na região.

As usinas flutuantes são projetadas para serem seguras contra terremotos e tsunamis, bem como de ameaças de fusão, já que a zona ativa do reator está debaixo d’água, a temperaturas baixíssimas. A tripulação da planta é composta por 70 engenheiros.

A usina flutuante tem vida útil prevista de até 40 anos de serviço, com três ciclos de funcionamento de 12 anos. Após cada ciclo, o planejamento é que a unidade seja rebocada para o estaleiro para ser feita manutenção, reabastecimento e remoção de resíduos radioativos.

Além da Rússia, a China também está bem avançada na construção de sua primeira usina nuclear flutuante, que vai utilizar um reator modular "ACPR50S" desenvolvido no país. O projeto é da estatal chinesa General Nuclear Power.
Usina nuclear flutuante da China

O projeto do reator modular offshore adota um sistema de energia descentralizado e está sendo visto como boa solução para fornecer um fornecimento constante de energia em ilhas, em áreas costeiras e distantes.

A China informa que pretende usar a unidade nuclear para fornecer energia para a exploração de campos petrolíferos no Mar de Bohai, além do desenvolvimento de campos em águas profundas no Mar da China Meridional. A China avança com suas sondas e plataformas, em projetos de exploração de petróleo em águas profundas.

Interessante observar que os projetos de plataformas de petróleo têm sido uma das bases para o desenvolvimento de tecnologias de vários tipos de unidades flutuantes, onde se pode ter energia eólica no mar, terminais portuários e até bases de produções industriais.

Há vários fundos financeiros de olho em projetos que possam permitir que estas unidades funcionem em alto mar, distante das nações e de suas águas continentais que permitiriam - em tese - que as mesmas pudessem funcionar sem licenças e sem as determinações legais tributárias e trabalhistas destas nações, numa espécie de radicalização do processo de globalização, sem controle dos estados-nação. Seguimos acompanhando projetos que podem interferir na geopolítica da energia.

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