quarta-feira, outubro 11, 2017

Avançam as pressões para derrubar o dólar como única moeda para negociar petróleo

O petróleo como a mercadoria mais negociada do mundo exerce enorme poder geopolítico. Na década de 70, um acordo dos EUA com a Arábia Saudita fez com que o petrodólar pudesse superar o padrão ouro como equivalência geral da moeda.

As voltas que os sistemas interestatal capitalista (Fiori) vem dando em termos de realinhamento mundial estão, de forma paulatina, caminhando para alterar esta realidade.

O fato da China ter se tornado o maior importador mundial de petróleo (mesmo que não seja o maior consumidor que ainda é os EUA) tem criado condições para que os chineses imponham determinadas condições, inclusive para a maior nação exportadora que é a Arábia Saudita.

São várias e seguidas inciativas que avançam também para uma maior relação da China com a Rússia que disputa com os EUA e Arábia Saudita, a condição de maior produtor mundial de petróleo desde 2014.

Assim, vale ler esta breve matéria publicada hoje, aqui, no portal internacional de notícias RT e que foi republicado aqui no site da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras) com tradução de Alex Prado, com o título "China pode destruir o petrodólar atraindo a Arábia Saudita para negociar petróleo em yuan". Assim, este blog também posta o texto logo abaixo abaixo. A geopolítica da energia segue ditando novos movimentos que podem alterar hegemonias mundiais. Vale conferir!

China pode destruir o petrodólar atraindo a Arábia Saudita para negociar petróleo em yuan

Pequim está tentando "obrigar" a Arábia Saudita a vender petróleo bruto em yuan, o que seria seguido por outros países, de acordo com o economista-chefe e diretor-gerente da High Frequency Economics, Carl Weinberg. Isso vai atingir o dólar dos EUA, diz ele.

Fonte: Jianan Yu / Reuters, publicado pela RT.
Em entrevista à CNBC Weinberg disse que a China se tornou um dos principais players do mercado de petróleo desde que ultrapassou os EUA como maior importador do mundo.

A Arábia Saudita tem que "prestar atenção nisso porque, até em um ou dois anos, a demanda chinesa vai afetar a demanda dos EUA", disse Weinberg à mídia.

"Eu acredito que o preço do petróleo no yuan está chegando e, assim que os sauditas aceitarem - como os chineses os tentam fazer - então o resto do mercado de petróleo se moverá junto com eles", acrescentou.

Um acordo de 1974 entre o presidente dos EUA Richard Nixon e o rei saudita Faisal fez com que Riyadh aceitasse dólares para todas as exportações de petróleo.

No entanto, recentemente, países como a China e a Rússia têm procurado excluir o dólar do comércio bilateral de petróleo. A Rússia e a Arábia Saudita são os principais exportadores de petróleo para a China, alternando-se no primeiro lugar.

A China já disse que quer iniciar um contrato de futuros de petróleo bruto com preço em yuan e conversível em ouro.

O investidor veterano Jim Rogers disse à RT no mês passado que os países estão ficando mais preocupados com o comércio em dólares, porque "se os EUA ficarem com raiva de você, eles
estabelecem uma enorme pressão, que pode tirá-lo dos negócios".

"A China, a Rússia e outros países entendem isso e estão tentando mudar o comércio e o financiamento mundial", disse Rogers.

Em julho, Rússia e a China assinaram um fundo de investimento de 68 bilhões de yuans (US $ 10 bilhões) para facilitar as trocas entre rublo-yuan.

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