quinta-feira, outubro 05, 2017

Contradição: Terminal portuário da Petrobras é dragado, enquanto estatal reduz atividades na Bacia de Campos

Ao mesmo tempo que a Petrobras investe R$ 14,8 milhões na dragagem do canal de acesso ao seu terminal portuário em Imbetiba, em Macaé, para manter a profundidade de 9 metros e acesso ao seus seis berços, a direção da empresa está entregando vários ativos da Bacia de Campos para serem vendidos, ou operados em consórcio por outras empresas.

Porto de Imbetiba Macaé - Acervo do blog -
Postagem em 21 de março de 2013 - Aqui.
Com a redução das atividades da estatal em Macaé, é mais provável que a atuação e demanda de logística de apoio portuário de outras empresas venha ser feito por outros terminais portuários, em Niterói, na Baía da Guanabara, onde estão as bases das petroleiras privadas, ou mesmo no Porto do Açu. Desde 2013, o TUP de Imbetiba deixou de ser o de maior movimentação de cargas de apoio offshore do país.

Assim, mesmo que a dragagem do TUP Imbetiba seja necessária para manter o mínimo de condições de uso do terminal portuário, as ações não reforçam o discurso da municipalidade. Nem mesmo para a exploração dos novos campos licitados na Bacia de Campos, já que uma parte importante passou a ser de controle da petroleira privada americana Esso.

O terminal portuário (TUP) de Imbetiba em Macaé tem o nome do engenheiro Zepheryno Machado Filho, possui 6 berços de atracação e atualmente tem movimento médio de 300 atracações por mês.

O TUP de Imbetiba é de propriedade da Petrobras e foi implantado em área adquirida logo depois da descoberta de petróleo, no campo de Garoupa em 1974 e iniciou sua operação em 1979.

Até 2012, quando atingiu seu limite de movimentação de cargas, o TUP de Imbetiba concentrava a grande maioria da movimentação de cargas para a exploração de petróleo offshore que foi responsável pela descoberta de grandes reservas, inclusive do Pré-sal, além de apoio à produção em grande parte do litoral, não apenas fluminense.

Hoje, o TUP de Imbetiba não atende a cargas gerais, mas as especiais, frotas de atividades de ancoragem, mergulho raso, operações de terminais oceânicos e situações de controle e emergência offshore.

A política de desinvestimentos da Petrobras contribuirá para a redução da movimentação de cargas no TUP de Imbetiba em Macaé, a despeito do que a gerência local da estatal tem dito para a prefeitura local.

Sobre a primeira maior alteração espacial da movimentação de cargas com apoio logístico-portuário para a exploração offshore leia postagem do blog aqui, em 2 de abril de 2014, com o título: "Porto de Imbetiba em Macaé deixou de ter a maior movimentação de apoio offshore do país".

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