domingo, janeiro 21, 2018

Agência Internacional de Energia (AIE) prevê aumento da demanda mundial de petróleo para 100 milhões bpd (ainda em 2018) que poderá elevar ainda mais o preço do barril

A Agência Internacional de Energia (AIE) publicou nesta sexta-feira uma previsão que informa que a demanda global de petróleo pode chegar ainda no trimestre deste ano, à marca dos 100 milhões de barris por dia de petróleo.

Junto até aqui da limitação da produção do petróleo de xisto dos EUA, o fato pode colocar em definitivo um ponto final da fase de colapso de preços do ciclo petroeconômico, iniciado há 3 anos, em 2014.

Normalmente, a AIE é mais pessimista que outros órgãos e consultorias que atuam no setor de óleo e gás. Por isso, a sua avaliação está sendo mais considerada.

Assim, essa estimativa está abrindo espaço para a avaliação de que a fase de colapso de preços possa ter ficado definitivamente para trás, para dar início à uma nova fase expansão de preços.

Há nestas avaliações muita especulação, como tudo que se relaciona ao valorizado setor de petróleo e gás. Sabe-se que um movimento de alta que possa levar a novos aumentos acima da faixa US$ 70-US$ 75, por barril, pode, de outro lado, reduzir a demanda global de petróleo e derivados.

Porém, é fato que as expectativas de preço tendem a seguir em alta com esta nova avaliação da AIE. Os ministros da OPEP e os países produtores aliados estão hoje reunidos em Doha*, capital do Qatar, para avaliar o seu acordo de produção e este novo cenário do setor.

Resta saber como vai se portar tanto a economia mundial quanto a capacidade de produção do petróleo de xisto americano. Lembrando que os EUA seguem sendo disparado, o maior consumidor mundial de petróleo próximo das duas dezenas de milhões de barris de petróleo por dia. Sendo a China a segunda nação consumidora com quase 13 milhões de barris por dia.

Assim, só estas duas nações consomem, hoje mais de um terço da produção mundial de petróleo e a movimentação de suas economias acabam balizando muito todo o movimento do setor.

No meio deste cenário há que se avaliar ainda o avanço da comercialização de petróleo sem uso do dólar, como tem se ampliado as negociações entre a China com a Rússia e com a Arábia Saudita, em que esta oferece o direito do país trocar a moeda a qualquer momento por ouro, de forma a aumentar a segurança do acordo sem necessitar do dólar. O fato só está sendo possível pela fortes compras de ouro que vem sendo feita pela China e Rússia. 

Enquanto isto, no Brasil pós-golpe, a Petrobras segue entregando os ativos do Pré-sal a nossa joia da coroa. O Brasil cada vez exportando mais óleo cru e importando derivados com as refinarias cada vez mais ociosas, enquanto a gasolina e o gás de cozinha não param de aumentar para o consumidor.

Não há aí coincidência e sim o estratégia usada no tempo e no espaço em que se situa a geopolítica da energia. Enfim, seguimos acompanhando e conferindo.

PS.: Atualizado às 20:36: Para complemento no penúltimo parágrafo.
PS.: Atualizado às 00:48 de 22/01/2018 para corrigir o equívoco* que informava ser Doha, uma cidade da Suíça, em confusão com Davos, quando na verdade é Doha é a capital do Qatar, país do Oriente Médio, grande produtor de petróleo.

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