domingo, abril 15, 2018

Datafolha: Lula detido segue com o dobro das intenções de votos de Bolsonaro, o 2º colocado e ganharia de todos no 2º turno

Os números da pesquisa do Datafolha feita entre os dias 11 e 13 de abril (quarta a sexta-feira) com 4.194 eleitores de 227 municípios em todo o país foi divulgada há pouco pelo jornal Folha de São Paulo. A pesquisa de intenções de votos foi feita após a prisão do ex-presidente Lula ocorrida no sábado passado, 07 de abril.

O instituto pesquisou 9 cenários de 1º turno e 12 cenários com simulações de 2º turno. Lula ganha em todos em que teve o seu nome colocado na lista. Nas três simulações de 2º turno com Lula: Lula 48% x 31% Bolsonaro; Lula 48% x 27% Alckmin; Lula 46% x 32¢ Marina.

Lula também ganha disparado na pesquisa espontânea. O Datafolha diz ainda que a influência de Lula continua muito grande. Abaixo o primeiro dos nove cenários de 1º turno feito pelo Datafolha.





































PS.: Atualizado às 02:30: Comentários feitos no perfil do blog no Facebook sobre os resultados desa nova pesquisa do Datafolha seguem reproduzidos abaixo:

1 - Outra pesquisa divulgada neste sábado do Instituto Ipsos indica que para 73%, "os poderosos querem tirar Lula da eleição". E para 55% dos entrevistados "a Lava Jato faz perseguição política contra Lula". Para 52% a Lava Jato "não está investigando todos os políticos". Sobre a avaliação de que a justiça investiga todos os partidos, a pesquisa anterior indicou 66% a nesta última caiu 43%.

2 - Mais uma pesquisa de intenções de votos nacional, ainda não divulgada oficialmente e também feita após a detenção do ex-presidente Lula, é a do Instituto Vox Populi que teve os resultados oficiosos comentados nas redes sociais: Lula subiu de 40% a 43% na pesquisa de voto espontâneo. Já na pesquisa de votos estimuladas do mesmo instituto, Lula subiu de 45% para 51% o que significa que Lula venceria a disputa presidencial em primeiro turno.

3 - A pequena oscilação de intenções de votos em Lula na pesquisa, seja espontânea, ou estimulada, é pouco superior à margem de erro e o mais importante em relação à pesquisa anterior, ela não foi apropriada por nenhum candidato diretamente. E tudo isso diante de um massacre a que foi exposto mais uma vez o ex-presidente Lula.

4 - Ainda segundo o Datafolha 21% dizem que votarão nulo ou branco e o instituto diz que faltando 6 meses este percentual é inédito. O que permite vincular esta realidade à situação do ex-presidente em especial.

5 - O Datafolha, segundo seu presidente “a oscilação nas intenções de voto em Lula, sugere mais do que arranhões à sua imagem, à percepção da maioria do eleitorado sobre sua provável inelegibilidade e à impugnação de sua candidatura”. O fato explica porque os institutos querem retirar o nome de Lula de suas pesquisas. O próprio Datafolha só o incluiu em 3 dos 9 cenários pesquisados no 1º turno. Ou seja, de uma forma ou outra, Lula segue sendo o centro destas eleições. Esta é a principal leitura desta nova pesquisa.

6 - O Datafolha criou uma expressão em sua análise que interessa ao espectro político que o jornal representa. Ela está chamando de "eleitor-pêndulo" àquele que cresceu e diz rejeitar os extremos, seguindo assim o discurso da macromania, da necessidade de um candidato de centro que não aparece. O Alckmin está nos limites com esta pesquisa. No PSDB vão tentar outros movimentos, inclusive o Dória. Mudanças podem ser vistas já na semana que vem.

7 - Aliás, O Datafolha de SP diz que Alckmim saiu do governo paulista depois de mais 8 anos de mandato com apenas 36% de aprovação. É quase nada para quem pretende a Presidência. E apenas 16% dos paulistas declaram intenções de voto em Alckmin. Outra coisa, o Datafolha não disse porque alega que os cenários testados são diferentes da pesquisa anterior para fazer comparações, mas é fato que Bolsonaro caiu. Mesmo que outros não tenham subido.

8 - Sobre a possibilidade do Lula e do PT indicarem mais cedo ou mais tarde seus candidatos, há vários riscos. Mas, todas as decisões são crivadas de riscos. Porém, a meu juízo, mesmo desconfiando desta pesquisa, porque os seus números podem ser um pouco diferentes, dentro de margens de erros, a centro-esquerda tende a ter um espaço para levar um candidato ao segundo turno. Isto fica mais claro neste cenário traçado por este resultado. Assim, há que se ter cuidado. Esta eleição é diversa de todas as outras. Completamente. Inusitada. Inclusive para a necessidade de mantê-la. Não se trata de não discutir alternativas, alianças e apoios. Mas fazer de forma mais cuidadosa, evitando inclusive o jogo que interessa à aliança golpista que tem à mão o esquema mídia-judiciário. Em relação à prisão de Lula, o país segue dividido, mas entre os mais velhos há uma reversão em relação à posição anterior. Mais pessoas desconfiam da parcialidade da justiça e da condenação.

9 - Embora seja difícil fazer comparações com as intenções de voto da pesquisa anterior do Datafolha, por conta dos vários cenários analisados, numa e noutra pesquisa, não há tantas mudanças e a maioria dentro das margens de erro. Porém, se forem observados alguns cenários principais, numa e noutra, além de Lula ter perdido %, Bolsonaro também perdeu, Alckmin, Ciro e Álvaro Dias também perderam. Marina ficou onde estava e Joaquim Barbosa pegou um pouco dos votos de Alckmin, A. Dias e possivelmente de Ciro e, assim, saiu de 5% para 8%. Certo é que os brancos e nulos, três meses depois, subiram de 16%-17% para 21%, mostrando que as indefinições seguem, mas com o eleitorado bem dividido.

3 comentários:

xacal disse...

A ginástica da mídia cretina é de doer.
Claro que as oscilações se devem a margem dos chamados votos úteis.

Ou seja, uma pequena parcela dos eleitores (e isso demonstra a enorme força do candidato) considera que ele poderá não ser candidato.]

O enorme capital eleitoral dele (Lula) demonstra que seus eleitores não abandonaram a crença de que ele será candidato e que haverá eleições.

Se os animais da elite pensassem um pouco mais além de se manterem de quatro para o capital internacional, aproveitariam essa enorme resiliência de Lula e de seu eleitorado em crer nessa farsa eleitoral em sistemas capitalistas, e garantiriam tanto as eleições como a candidatura dele, como forma de superar esse enorme beco sem saída que estamos metidos.

Mas são uns parasitas, acostumados ao modo capitalista associativo-dependente.

Em tempo, você leu o índio da costa, o político-banqueiro que quebrou um banco e está na ponta dos esquemas dos fundos de pensão estatais pregando contra a corrupção na folha de embrulhar peixe podre?

Pois é.

Roberto Moraes disse...

O quadro vai ficando menos confuso. Este texto no Nassif também pareceu interesassante:

http://jornalggn.com.br/blog/bruno-lima-rocha/analise-da-politica-brasileira-apos-a-prisao-de-lula-por-bruno-lima-rocha#.WtM7p9EYDjI.facebook

Sobre papel de peixes podres eu não perco mais tempo com essas leituras. Mas tendo citado o personagem no caso em si dos fundos é só puxar o fio da meada que virá muito mais. Também no estado o desespero para encontrar "centristas" para o estado que ajudaram a falir é sem noção.

Anônimo disse...

A manchete da Folha de São Paulo para a pesquisa (“Prisão enfraquece Lula e põe Marina perto de Bolsonaro”) vai para a vasta coleção de vergonhas da mídia. A comparação com a pesquisa de janeiro é uma fraude. A pesquisa de janeiro onde Lula tinha 37%, citada pela reportagem, não incluía Marina, que nunca faz menos de 8%. Outra simulação de janeiro incluía Luciano Huck. A manchete “Prisão enfraquece Lula” provavelmente já estava pronta antes da pesquisa começar a ser feita.

Geraldo Alckmin fica em quinto lugar no primeiro turno, em qualquer cenário, e em nenhum atinge 10%. Quando perdeu a eleição para o Lula, Alckmin tinha deixado o governo de São Paulo com 66% de aprovação. Hoje ele tem menos da metade disso, 32%.

Os candidatos de esquerda ou centro esquerda não têm chance de chegar ao segundo turno sem apoio declarado do Lula.