quarta-feira, abril 25, 2018

Fundos aceitam pagar US$ 8 bi pela TAG, empresa subsidiária de gás da Petrobras

O blog comentou em texto abaixo (ver aqui) o avanço que os fundos financeiros estão fazendo sobre importantes setores (ativos como definem) da economia brasileira, em especial o setor de petróleo e gás, dentro de uma lógica e dinâmica comandada por um sistema fora do país.

Foi assim quando o fundo canadense liderou o consórcio que ficou com a malha de 2,5 mil km de gasodutos da região Sudeste, poe US$ 5 bilhões, que estavam sob o controle da NTS (Nova Transportadora Sudeste), outra empresa subsidiária da Petrobras.

Agora, o fundo árabe de Abu Dhabi, Mubadala lidera o consórcio que tem ainda a participação do fundo americano EIG, que controla a Prumo Logística S.A. (holding onde são também sócias) atuais donas do Porto do Açu no ERJ, já se dispuseram a pagar US$ 7,9 bilhões, para ficar com 90% da TAG S.A.

A TAG é a empresa responsável por uma rede de gasodutos com 4,5 mil quilômetros nas regiões Norte e Nordeste, o principal ativo à venda pela Petrobras neste momento no Brasil. Portanto um negócio colossal.

Neste consórcio liderado pelos fundos Mubadala e EIG estão outros conhecidos fundos ligados a importantes bancos e sistema financeiro global: os americanos BlackRock; King Street, Farallon e o chinês Silk Road.

Outros consórcios e fundos estão cobrindo este preço, num processo bem conhecido: o fundo canadense Canada Pension Pan Investiments Board (CPPIB), o fundo soberano de Cingapura (GIC) e ainda os fundos brasileiros ligados aos bancos Itaúsa e Cambuhy.Diz-se aí do interesse da corporação francesa Engie (ex-GDF SUEZ S.A.) que atua no setor de energia.

Tudo feito, como tem sido as vendas de fatias da Petrobras, sem licitação, sem transparência e para fundos financeiros. O setor financeiro que controla diversos grupos empresariais assim vem sendo o grande beneficiário deste processo. Não é preciso ser investigador para desconfiar da relação entre a direção da Petrobras (pós-golpe), liderada por Pedro Parente e os fundos financeiros.

Ainda mais se lembrarmos que o gás natural trata-se de um setor que representa a transição em termos energético do petróleo para uma matriz mais limpa e de menor impacto ambiental. É considerada como uma matriz de transição entre o petróleo e a eletrificação, como energia limpa. O mundo inteiro sabe e valoriza o setor de gás natural que a Petrobras está entregando.

Se já não bastasse isso, sabemos que o gás natural é um dos grandes potenciais das reservas dos campos do pré-sal no Brasil. E sem o controle dos gasodutos não há como escoar esta enorme produção em vias de ser significativamente ampliada, sem esta infraestrutura dos gasodutos que também serve para distribuir o gás natural pelas diversas regiões do país. 

Ou seja estamos entregando uma infraestrutura pronta, feita por empresas brasileiras, para que elas se transformem num monopólio logístico para quem quiser transportar gás natural ter que se submeter a tarifas oriundas de uma renda de monopólio. Ninguém faz isto no mundo. É inaceitável que a Petrobras siga fazendo isso, em acordos em salas fechadas sem nenhum controle externo. E sempre tendo como beneficiários fundos financeiros globais. 

Um comentário:

MARIA JOSE THEML disse...

Quem vai nos salvar disso? Cadê os petroleiros que iam parar tudo? Estão de brincadeira? Isso tudo é gravíssimo!O Brasil vai entrar em colapso! Estamos ficando de joelhos para os estrangeiros! E as ffaa que poderiam travar isso tudo estão de braços cruzados! Só eles tem a força, as armas! A polícia está partindo pra cima até das professoras de crianças com balas de borracha, spray de pimenta e bomba! O que o povo pode fazer?