quarta-feira, julho 04, 2018

GE e Phillips repetem na saúde do Rio, os esquemas de cartel do setor de transportes em São Paulo e as ações sobre o setor de óleo e gás

A americana GE, a holandesa Phillips e outras corporações que atuam no setor de saúde no ERJ e Brasil vinham praticando cartel para superfaturamento e controle do mercado de equipamentos de diagnósticos e tratamento.

Repete-se o esquema de corrupção do setor de transporte ferroviário e metroviário em SP, no esquema que ficou conhecido como o "trensalão tucano", que envolvia a alemã Siemens, a francesa Alstom, a canadense ADTranz (Bombardier), a espanhola CAF e a japonesa Mitsui. Nada diferente do que se viu no setor de óleo e gás e que envolvia também as empreiteiras que faziam construção e montagens de grandes obras de infraestrutura.

Será que ainda há quem avalie que só a política e o gestores são responsáveis pelos desvios? Carteis e controles dos mercados são ações que dizem respeito às corporações que também seguem sendo questionadas sobre pressões para obterem isenções e subsídios fiscais de governos, autorizações para rápidos licenciamentos com menores regulações e até financiamentos a juros baratos para os seus projetos.

Os casos se sucedem e não são apenas no Brasil. Vem acontecendo com frequência no centro do capitalismo EUA, Alemanha, Japão, Inglaterra, etc. A visão colonizada aqui nos trópicos é que tenta passar a ideia de que se trata de problemas das nações periféricas.

Como se percebe não são casos isolados. Eles demonstram uma lógica, e um "modus operandi" em diferentes espaços e em várias e seguidas situações que envolve também as "contabilidades criativas" fáceis de serrem implantadas com as suas ações globais e supranacionais.

Sempre relações entre o poder econômico e o político para obter vantagens do estado. Os oligopólios e controles do mercado são sempre das grandes corporações que costumam discursar sobre “compliance”, responsabilidade sócio-ambiental, sustentabilidade, etc. tudo que acaba na defesa da privatização e da autonomia de atuação em relação às regulações do Estado.

A exposição destes novos casos deveria servir de reflexão para quem julga que o problema é apenas da política que exige um salvador da pátria. Assim, seguem desmontando a nação e entregando a estes mesmos do mercado e das corporações as nossas empresas estatais e o controle da nossa economia e das ações de regulação do Estado brasileiro.

PS.: Atualizado às 18:06 e 18:18: É ainda oportuno que se diga que este esquema de cartel no setor de equipamentos médico-hospitalares vai apara além da venda aos governos estaduais e envolve também os municípios-pólo ou de médio porte que atendem em hospitais de referência às populações regionais. O número de fabricantes é pequeno e formam oligopólio e/ou monopólio quando operadores preferem sempre as mesmas marcas.

Além disso, envolve também a questão da manutenção destes caros equipamentos sempre nas mãos de empresas ligadas aos próprios fabricantes, o que reduz o ciclo de vida dos mesmos, e a necessidade de novas compras e reposição empurradas pelos fabricantes do cartel.

Sobre o assunto, recordo-me em especial de uma proposta de técnicos da Unicampi, junto ao MEC, no final da década de 90, quando identificaram os gastos bilionários com compras desnecessárias de equipamentos. A proposta visava que as ETFs/Cefets implantassem cursos técnicos de manutenção de equipamentos hospitalares, quando era gestor do Cefet Campos. Professores fizeram cursos na Unicampi. Cursos e disciplinas foram implantadas, mas os fabricantes de equipamentos emperraram a profissão em termos de atuação prática.

Os fabricantes nunca tiveram interesse em ampliar a vida útil dos equipamentos, evitando custos de milhões de reais desnecessariamente para as gestões públicas. Era melhor criar as condições para vender novos e mais caros equipamentos, para os quais a propaganda e o marketing são sempre essenciais.
O assunto é vasto e tem várias dimensões para serem analisadas e investigadas.

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