sábado, julho 21, 2018

A petroleira Saudi Aramco também integra setor petroquímico como a Esso e a Shell, ao contrário do que está fazendo a Petrobras

O blog produziu diversas postagens sobre o tema da petroquímica, a partir da notícia da venda de empresas do setor pela Petrobras, assim como da Braskem, em que a estatal tem sociedade com a Odebrecht.

Valor, 20 jul. 2018, P. B1
Nas últimas postagens sobre o assunto que podem ser vistas (aqui, aqui, aqui e aqui) foi sustentado que a petroquímica é uma das áreas da extensa cadeia produtiva do petróleo, vinculada ao refino e que tende a ser cada vez mais estratégica, na medida que o uso de derivados do petróleo deixe de ser mais intensivo no uso para o transporte.  

Pois bem, corroborando com a necessidade das petroleiras no mundo todo buscarem uma integração das diversas etapas desta cadeia produtiva, como forma de lidar melhor com as oscilações e os ciclos de preço desta mercadoria especial, eu trago ao lado uma pequena nota veiculada no Valor (20 jul, P. B1).

A informação mostra a opção da grande petroleira saudita Saudi Aramco ao decidir comprar uma participação e o controle da empresa petroquímica Sabic (a quarta maior do mundo, veja na tabela abaixo) detalhando que com a negociação, a estatal petroleira “está expandindo de forma expressiva suas operações petroquímicas e avançando na sua meta de se tornar uma empresa moderna e integrada como a Exxon Mobil e a Royal Dutmch Shell”. 

A Sabic já era uma empresa pública com o controle de 70% por parte do governo, mas a decisão de repassar o controle para a petroleira estatal Saudi Aramco reforça a ideia da integração da cadeia produtiva. A saudita Sabic é uma corporação global com 35 mil funcionários e atuação na América, Europa, e Ásia-Pacífico, para além do Oriente Médio.

Assim, se observa o caso de outra petrolífera no mundo que segue um caminho inverso do que a Petrobras, pós-golpe, passou a fazer com a desintegração e desverticalização de sua atuação em todo a cadeia produtiva do petróleo indo do poço, ao posto, e agora, mais recentemente, até o poste com a eletrificação e o uso das térmicas à gás natural.

É sintomático que informações como estas apreçam em notas periféricas e em pés de páginas, no interior da mídia corporativa.

Desta forma, esta informação completa assim, a série que vínhamos tratando do tema sobre a importância estratégica de manter o setor petroquímico sob o controle de empresas nacionais, evitando a dependência de oligopólios controlados do exterior.

No Brasil, só agora a Abliplast (Associação Brasileira de Plásticos) acordou para os riscos da desnacionalização da Braskem e anuncia que pretende questionar a decisão no Conselho Administrativos de Defesa Econômica (Cade) sobre os impactos no mercado nacional de resinas plásticas, na medida que a produção no Brasil passará ter controle do que será a maior empresa global do setor, a holandesa LyondellBasel.

É lamentável assistir todo este desmonte que tornará o país e sua produção industrial mais dependente e periférica.

PS.: Atualizado às 16:34: para breve acréscimo no texto.

Nenhum comentário: