sábado, setembro 25, 2010

"A mídia comercial em guerra contra Lula e Dilma"

O professor Hélio Gomes mandou ao blog sua sugestão de republicarmos aqui neste espaço, o artigo do teólogo Leonardo Boff, sobre a questão do que ele bem denominou de "mídia comercial" na sua guerra contra Lula e Dilma. O professor Hélio justificou assim a importância de expandirmos a divulgação do artigo e do apoio do Leonarod Boff à Dilma: "Amigo Roberto, O artigo de Leonardo Boff na Carta Capital (Carta Maior), que envio em linkabaixo, é, antes de tudo, um esculacho na mídia conservadora e dissimulada.Além disso, ele aproveita pra declarar apoio a Lula e Dilma e diz que fazisso apesar do governo ter frustrado suas expectativas na esfera ambiental.Nesse momento reconhece que os avanços sociais são absolutamente inéditos nopaís e que só têm perspectiva de consolidação e aprofundamento num governoque dê continuidade às políticas de Lula. Sua declaração de apoio a Dilma, que ignora a candidatura de Marina Silva, étambém um golpe de misericórdia na intenção da "esquerda burguesa" que tentasair "limpinha" dessa eleição. Não esquecendo dos ambientalistasmonocórdicos que falam muito de holismo, mas que ignoram esse conceito nasua prática. O artigo de Boff lavou minha alma nessa manhã." Abaixo o artigo: "A mídia comercial em guerra contra Lula e Dilma" Leonardo Boff* "Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso”pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o “Brasil Nunca Mais” onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário. Esta história de vida, me avaliza para fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta. Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos do Estado de São Paulo, da Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico, assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem deste povo. Mais que informar e fornecer material para a discussão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição. Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido à mais alta autoridade do pais, ao Presidente Lula. Nele vêem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha. Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo. Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma) “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e nãocontemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo, Jeca Tatu, negou seus direitos, arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)”. Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles tem pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascendente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidene de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável. Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados de onde vem Lula e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e de “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palabra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião. O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida. Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão soicial e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituidas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados. O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, o fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA faz questão de não ver, protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção. O que está em jogo neste enfrentamento entre a midia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e no fundo, retrógrado e velhista ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes. Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das má vontade deste setor endurecido da midia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construido com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros." (*) Teólogo, filósofo, escritor e representante da Iniciativa Internacional da Carta da Terra.

10 comentários:

Anônimo disse...

A chamada "mídia comercial e empresarial" não costumava defender com tamanho afinco a liberdade de imprensa, na ocasião dos suspeitíssimos processos de privatização durante a era FHC, onde o país obteve perdas milionárias com subavaliação das estatais, capital especulativo e remessas de divisas para o exterior. E esta mídia que hoje ataca o governo se calava convenientemente...

Anônimo disse...

Professor, o jornal Estado de São Paulo assumiu, em um editorial, sua preferência pelo candidato Serra.

Anônimo disse...

O artigo não tocou no ponto fundamental: A VERDADE DAS DENÚNCIAS DA MÍDIA!


Afinal, alguém acredita que a Erenice não estava armando suas maracutaias?

Ora, deu emprego para toda a parentada, até para namolrada de filho. Propinas estavam sendo pagas dentro do Palácio do Planalto. Como nunca antes na hestória deste país!

Ora, a Erenice era a Ministra CHEFE DA CASA CIVIL! É óbvio, claro e evidente que a Dilma e o Lula sabiam o que ela estava fazendo. Se não sabiam, então são estremamente bobos para governarem o país.

Antes de tudo, tem que dizer o que acha das den úncias. Ficar com retóricas da esquerda, utilizadas para oibeter o poder e nele per[manecer, só engana os trouxas.

O Sr. Boff deveria responder primeiro à seguinte pergunta: O Sr. acredita ou não acredita que o Lula, mais uma vez, não sabia de nada?

Roberto Moraes disse...

Estas diversas denúncias soltas e pontuais querem construir um avaliação geral do governo que não condiz com a realidade.

É disto qu fala o Boff, mas, não são todos que pretendem enxergar, e é compreensível que seja assim.

O país está avançando em diversos setores isto é indiscutível. Há que se corrigir erros e desvios que qualquer governo tem, mas seria indesejável interromper este ciclo virtuoso de inclusão e desenvolvimento social.

Sds.

Anônimo disse...

O PIG já está desmoralizado!
Dilma vai vencer essa eleição e pronto!

Anônimo disse...

O que temos a fazer agora é informar às pessoas que Dilma é a continuação do governo Lula, que seu número é 13 e que todos devemos levar o título de eleitor e mais um documento com foto (carteira de identidade, de trabalho, de motorista, certificado de reservista) no dia da eleição.

Anônimo disse...

O PSDB vai mudar de sigla: depois da saída do Aécio, vai passar a PSDA (Partido Só Do Alckmin).

Anônimo disse...

Penso que a grande briga dessa "imprensa nanica" -Globo,Estadão,Folha,Abril- é contra a perda de seus privilégios e faturamento desproporcional, em relação ao que oferecem de produtivo para o país e seu povo.
Na verdade eles já vislumbraram o começo de seu fim, daí o desespero.
A nós, simples brasileiros, compete-nos votar contra tudo o que eles representam.

Anônimo disse...

Caro Roberto, Boa noite.
Recentemente assisti o filme Cidadão Kane, e o dvd que aluguei trazia também um documentário sobre a "guerra" travada em Orson Welles e o magnata da Comunicação dos EUA William R. Hearst, em cuja vida o personagem do filme se baseia. Nesse dvd é citado um documentário produzido pela BBC chamado Beyond Citizen Kane de 1993, que fora censurado no Brasil em 1994. Tal documentário mostra as articulações políticas da Rede Globo desde o regime militar e compara Roberto Marinho a Charles Foster Kane, personagem de Welles. Segundo o documentário a Globo emprega a mesma manipulação das notícias para influenciar a opinião pública.
Dados os últimos acontecimentos divulgados na mídia, vemos que os métodos continuam os mesmos.
Graças a internet esse documentário pode ser assistido no youtube no seguinte link (parte 1 a 10 de 10): http://www.youtube.com/watch?v=iagQB4YEkjk. Ou, se preferir, basta digitar no youtube "Muito além do Cidadão Kane".
Acho que vale a conferida e a divulgação.

Grande abraço.

Maurício Machado

Roberto Moraes disse...

Boa lembrança Maurício.

Abs.