quinta-feira, dezembro 04, 2014

Atingidos pelo Sistema Minas-Rio bloqueiam rodovia em manifestação contra a Anglo American

Quem informa ao blog, direto do município de Conceição de Mato Dentro, MG, onde nasce o mineroduto que chega ao Açu é a Patrícia Generoso:

"O relato e as fotos abaixo foram enviadas pela Vanessa (moradora da comunidade do Turco - Distrito de São Sebastião do Bom Sucesso, município de Conceição do Mato Dentro, MG, hoje, dia 04/12, às 06 horas da manhã.

Hoje, 04/12 às 05 da manhã. Se iniciou o segundo dia consecutivo de manifestações da comunidade Turco e Cabeceira do Turco em São Sebastião do Bom Sucesso -Conceição do Mato Dentro - MG. Contra a mineradora Anglo American. Moradores interditam as vias da MG 10 km 180 neste momento, que da sentido a mina da empresa pelo segundo dia consecutivo pedindo soluções para os tremores q estão ocorrendo em suas residências com a passagem do minério. Fora a poeira e a falta de água potável.

Já que na manifestação de ontem nenhum representante da empresa apareceu para conversar com as comunidades os moradores resolveram parar mais uma vez o tráfego q dá sentido a mina."

Ela também nos envia um link de matéria do jornal O Tempo que vem acompanhando de perto os impactos do empreendimento e os movimentos de resistência dos atingidos pelo projeto em Minas Gerais: 
"http://www.otempo.com.br/capa/economia/grupo-protesta-contra-problemas-causados-por-mineroduto-na-mg-010-1.956090".

Outra informação que nos foi passada é que o ex-secretário de Meio Ambiente de Minas Gerais virou "réu por prevaricação", por conta do processo licenciamento da MMX e do Sistema Minas-Rio, a partir do acatamento, pela Justiça, de denúncia formulada pelo Ministério Público de Minas Gerais:

"O juiz da 8ª Vara Criminal de Belo Horizonte acatou denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MP) contra o ex-secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Adriano Magalhães Chaves e outros quatro ex-funcionários da pasta. Todos são suspeitos de prevaricação. Adriano Magalhães foi titular do Meio Ambiente durante a gestão do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB).

A denúncia alega que eles “associaram-se para o fim específico de cometer crimes, retardar e deixar de praticar, indevidamente, atos de ofício para satisfazerem interesses pessoais e de terceiros”. Sob o comando do ex-secretário, autos de fiscalização e infração emitidos contra a mineradora MMX, de Eike Batista, teriam sido ocultados, facilitando a emissão das licenças ambientais, afirma o MP. Tais ações também teriam impedido a interrupção das atividades da empresa. Os documentos também não eram lançados no sistema público de informações ambientais.

O processo tramita em segredo de justiça. No site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), consta que o julgamento foi agendado para 27 de fevereiro. A pena prevista para prevaricação é de detenção de três meses a um ano."


Mais detalhes pode ser visto aqui no link do jornal Hoje em Dia.

É inaceitável que um grande empreendimento com tamanho investimentos continue ignorando os impactos e os problemas gerados à comunidade onde se instalou. Os problemas são anteriores à redução dos valores do minério de ferro no mercado internacional. Independente disto, os riscos do empreendedor é dele, assim como os lucros, porém, a comunidade tem seus direitos e não pode ser trata dessa forma.
PS.: Atualizado às 14:40 para corrigir concordância verbal do título.

2 comentários:

Anônimo disse...

Caríssima (o),

Toda vez que recebo notícias das famílias atingidas pelas violências sofridas pelo Projeto Minas Rio, ponho-me a pensar, como em pleno século XXI, a expropriação de terras, a relação promíscua entre a iniciativa privada e o Estado, o adoecimento e morte de vários moradores, o trabalho anàlogo a escravidão denunciado tanto nas obras em Minas Gerais como no Estado do Rio de janeiro, a poluição das águas, matando quantidades enormes de peixes, salinização das águas e do solo, dentre tantas outras violações aos mais elementares Direitos Humanos, podem ainda servir de argumentos para que o Estado e os representantes do capital, continuem chamando esse maldito "modelo" de desenvolvimento e de progresso e justifiquem toda essa barbárie em nome do seu processo voraz de mais e mais acumulação de capital?
Toda solidariedade aos nossos companheiros e companheiras das montanhas de Minas Gerais, mas precisamente, todas e todos vocês de Conceição de Mato Dentro e dos municípios vizinhos, também impactados, toda a nossa solidariedade e força, dos povos aqui da planície e dos mares do Açu.

Ana Costa

Anônimo disse...

Inaceitável!